A “Slot Machine” parece que avariou de vez, e o Liverpool está mergulhado em novos dramas e complicações. O novo protagonista é Mo Salah, figura incontornável do clube, que agora aquece o banco de suplentes.
O Liverpool sempre foi um clube com muita história. Conhecido por nunca baixar os braços, por ter ultrapassado várias adversidades desde a sua formação, e mais recentemente por em tão pouco tempo estar a celebrar a conquista do título de campeão inglês, e a despedir-se de um nome que ficou gravado como tatuagem: Diogo Jota.
A verdade é que, em termos futebolístico, Arne Slot acabou por ter alguma sorte com a comitiva da época 2024/25. Jürgen Klopp deixou o Liverpool num patamar de excelência e competitividade acima da média, até para a liga mais competitiva do mundo, e preparou muito bem os jogadores que tinha à disposição para que alcançassem o sucesso.
Estavam tão bem preparados que alguns deles aproveitaram o lanço e procuraram outros caminhos: o Alexander-Arnold rumou ao Real Madrid (o que abalou a estrutura adepta, mas já lá vamos), Luís Diaz foi para o Bayern e Darwin para o Al-Hilal, Harvey Elliot para o Aston Villa e ainda Tsimikas para a AS Roma. Jogadores que, à primeira vista não eram tão chave, mas tudo parecia compensado com a renovação de Van Dijk e Mo Salah. A tragédia abateu-se do clube, e infelizmente perdeu-se mais um membro para a equipa das lendas.


Mas o mercado de transferências é um limbo para os jogadores e para os clubes, e é preciso saber fazer jogadas de xadrez para conseguir o check-mate primeiro. E Slot sabia que não estava perto de ganhar. Ser campeão em título é uma pressão absurda, principalmente na Premier League. A vinda de pupilos da Bundesliga para o Liverpool ajudou a acalmar as águas que estavam bastante agitadas desde a saída de Trent, a custo zero. Mas não foi suficiente.
As derrotas e os empates começaram a chegar, e mesmo no meio de homenagens e apoio dos adeptos, os jogadores acusaram a pressão, tanto profissional como pessoal, e alguns perderam mesmo a mística que os distinguia tão bem. Um deles, Mo Salah.
Quem acompanha o clube com alguma regularidade conseguiu perceber desde cedo na época que Mo Salah não tinha entrado com o pé direito. Parecia um peão no último terço do campo, apenas para fazer número e sem, efetivamente, assistir ou finalizar. Mas, e sendo ele um dos nomes mais aclamados no futebol atual, todos, inclusive equipa técnica, deram o benefício da dúvida de ainda estar emocionalmente abalado com a perda.
No entanto, quando comparado com outros colegas de equipa que também estavam abalados, mas conseguiam fazer o que era suposto em campo, a benesse dada caiu por terra.


Prova disso são as últimas notícias que dão conta que Salah já tem um pé fora de Liverpool, e que toda esta situação advém da decisão do técnico de deixar o jogador fora do onze inicial desde o fim de novembro, e da mais recente escolha de não o convocar para o encontro frente ao Inter Milão para a Champions League.
Numa entrevista recente, Salah também afirma que não percebe de onde surgiu esta situação, que se dava bem com o treinador dos Reds, mas que, sem aviso prévio ou explicação, essa relação deixou de existir que alguém dento do clube não o quer lá. No entanto, o clube também já demonstrou que não tem interesse em vender o egípcio, e que quer que ele continue a jogar. Afinal, quem está a dizer a verdade?
Toda esta situação é de uma estranheza gigante quando, olhando para trás, Salah foi a renovação mais cara do clube nos últimos anos; aquando do término do contrato, adeptos, jogador e equipa técnica queriam, a toda a força, a renovação do camisola 11, e ainda a duração da ligação de Mo ao clube do norte de Inglaterra: são mais de oito anos de Reds (o primeiro contrato foi assinado na época 2017/18).


As questões que se colocam, e que provavelmente ficarão sem resposta, é: será Mo Salah a querer sair do clube? Será Arne Slot a querer mudar a jogada do atual campeão da Premier League? Estará o Liverpool com algum truque da manga para o mercado de inverno?
A resolução não parece estar à vista, com o aso a sair dos balneários e a vir para praça mediática, mas o que parece é que, ao contrário de Rafa Silva, aqui temos um jogador que sempre deu tudo o que tinha ao clube e aos adeptos, a ser pressionado para procurar algo diferente, mesmo que contra a vontade. Mais parece uma nova versão do confronto entre Ronaldo e Ten Hag.
Fiquem por aí, para acompanhar os próximos episódios de uma novela que já vai triste por parte do Liverpool.

