No final do ano passado, no dia seguinte ao Boxing Day, referente à jornada 18 da Premier League, assinei um artigo cuja ideia principal incidia sobre a alta probabilidade de Leicester e Watford (na altura, duas grandes sensações) virem a cair. Não pela falta de qualidade, mas pelos índices físicos que o futebol inglês exige e pela simplicidade dos seus processos poder ser facilmente anulável não só pelo conhecimento das respectivas manobras, mas também pelo maior investimento de outros emblemas nos respectivos plantéis, já para não falar da fortíssima hipótese de, sobretudo o Leicester, poder ver-se privado de referências como Vardy ou Mahrez.
Na altura, o Leicester era líder, com 2 pontos de vantagem para o Arsenal e com 3 para o City, enquanto que o Watford ameaçava o 6º lugar, de acesso à Europa, na altura ocupado pelo Manchester United, com quem divida o posto.
Passados 2 meses e meio e 12 jornadas da Liga inglesa, e apesar de estar em boa posição de discutir presença nas meias-finais da FA Cup, os comandados por Quique Flores caíram muito, tanto a nível exibicional como pontual, dando sentido à lei insensível e imperdoável dos números e das probabilidades: seu jogo passou a ser mais facilmente manietado, resultando em apenas 9 pontos somados em 36 possíveis.
Já o Leicester manteve-se no topo da tabela classificativa. Desde aí, tremeu um pouco, somando 5 partidas sem vencer em 6 jogos disputados em todas as competições (incluindo FA Cup, portanto), mas não deu a liderança de bandeja a ninguém, recusou-se a ceder e, de seguida, venceu três jogos consecutivos, dois deles contra equipas com objectivos de maior responsabilidade (Liverpool e Manchester City). É certo que foi tropeçando depois disto, mas também contou com o atípicos deslizes da concorrência, que agora se encontra a uma distância considerável. O principal perseguidor passou a ser o Tottenham, que está a 5 pontos; o Arsenal já está a 11 e o City a 12 (ambos com o jogo a menos).