Tottenham HFC 1-2 Liverpool FC: A eficácia letal do “Rei Egípcio” perante erro grave de ex-Sporting

A CRÓNICA: TARDE DE GALA DE SALAH APROXIMA LIVERPOOL DOS LUGARES EUROPEUS

Sem Diogo Jota (lesionado) e com Fábio Carvalho a não sair do banco de suplentes, o Liverpool deslocou-se à capital inglesa na esperança de regressar aos triunfos após a surpreendente derrota na receção ao Leeds (1-2), na jornada transata.

À entrada para esta partida, os adeptos dos “reds” tinham assistido a um Liverpool de duas caras nos últimos tempos. Se por um lado o conjunto inglês somou cinco vitórias em seis jornadas da Liga dos Campeões e só perdeu mesmo com o Nápoles, também é factual que os comandados de Jürgen Klopp registaram apenas quatro triunfos ao longo de 12 jornadas na Premier League. Pior ainda, os visitantes entravam em campo sem ganhar para a liga inglesa desde o dia 19 de outubro, somando duas derrotas seguidas nas últimas duas semanas.

Deste modo, Salah e companhia  procuravam, não só reduzir a distância de dez pontos para os Spurs, como também aproximarem-se dos lugares de acesso às competições europeias. Neste contexto, Klopp lançou Darwin, Firmino e Salah no trio ofensivo, com Thiago, Harvey Elliot e Fabinho no meio-campo, deixando Henderson no banco.

Do outro lado, Antonio Conte apostou em Harry Kane e Perisic no ataque, sendo que o treinador italiano não podia contar com as contribuições de Son, que se lesionou na partida contra o Marselha, e de Richarlison.

Com Fábio Carvalho no banco, os reds abriram o marcador logo aos 11 minutos, numa tarde em que Mohamed Salah foi absolutamente decisivo. Após um passe rasteiro do ex-benfiquista Darwin Núñez, o avançado egípcio rematou forte para o canto inferior direito, sem hipóteses para Lloris, inaugurando o marcador em Londres

Contudo, o momento decisivo deste clássico britânico surgiu aos 40 minutos. Eric Dier, antigo jogador do Sporting e que até fez uma segunda parte de muito bom nível, cometeu um erro gravíssimo e ofereceu o segundo golo da tarde ao temível Salah. O atraso de cabeça saiu muito mal ao inglês e o egípcio não esteve com contemplações.

Ao intervalo, o Liverpool, que ainda não vencera fora de Anfield no campeonato, ganhavam tranquilamente por 0-2. Com exceção de uma cabeçada de Ivan Perisic a bater na barra de Alisson Becker, a primeira parte ficou marcada pelo domínio da equipa visitante.

Mas, à semelhança da temporada atípica que têm produzido, o segundo tempo apresentou um Liverpool irreconhecível e um Tottenham muito mais energético e ameaçador. Nenhum dos treinadores fez alterações ao intervalo, mas o Tottenham arriscou e teve várias ocasiões para chegar ao empate.

No reatamento da partida, a equipa londrina entrou a todo o vapor e esteve perto de anotar o primeiro logo em três ocasiões. Primeiro foi Dier, aos 49 minutos, que viu Alisson a negar-lhe o golo com uma defesa fantástica. Logo de seguida, Perisic rematou à trave da baliza dos “reds”.

O Liverpool tentou responder e Salah atirou uma “bomba” que foi defendida por Hugo Lloris, aos 54 minutos.

Conte só mexeu já nos últimos 25 minutos, tirando Emerson e Sessegnon para lançar Matt Doherty e Kulusevski — e este último teve um impacto quase imediato na partida. O avançado sueco desequilibrou na meia direita, conduziu em direção à grande área e desmarcou Kane na perfeição, com o inglês a atirar cruzado para reduzir a desvantagem do Tottenham e relançar a partida a 20 minutos do fim (e vão 11 na sua conta pessoal no campeonato).

Klopp reagiu com uma ida ao banco de suplentes, colocando Henderson e Curtis Jones em campo para procurar conquistar mais posse de bola e gerir o resultado, e a verdade é que já nada aconteceu. Até ao fim, o Tottenham tentou de todas as formas, mas Alisson – às vezes com sorte, outras com mérito – foi segurando o 1-2.

O Liverpool venceu o Tottenham em Londres, voltou às vitórias na Premier League e evitou um novo distanciamento do grupo da frente e dos lugares de apuramento europeu. A equipa de Jurgen Klopp passa a somar 19 pontos no 8.º lugar, enquanto o Tottenham, com 26, desce à quarta posição, por troca com o Newcastle.

 

A FIGURA


Mohamed Salah – Depois de um arranque de temporada pouco conseguido, o “Rei Egípico” continua em rota ascendente. O goleador dos “reds” chegou aos 14 golos em 20 jogos esta época, seis na Premier League, procurando chegar ao topo da forma numa altura em que todos já pensam num Mundial em que o Egito não vai estar. Este domingo, Salah “vestiu” a  pele de herói e colocou um ponto final na série de duas derrotas seguidas do Liverpool na competição. São óbvias as suas inatas qualidades no ataque à profundidade, aliada a um recorte técnico de alto nível. E como qualquer bom avançado, não perdoa as “assistências” dos adversários.

O FORA DE JOGO

Emerson Royal – Em termos defensivos a sua exibição deixou muito a desejar, sendo completamente incapaz de conter as incursões de Salah pelo corredor direito do ataque dos “reds”. Assistiram-se a problemas que têm sido recorrentes ao longo da época, já que não oferece nada além de movimentos ofensivos, e mesmo assim sentiu muitas dificuldades em ser criativo e eficaz no passe. Incapaz de suportar o choque físico e a velocidade do ataque adversário, as graves debilidades defensivas de Emerson foram expostas, o que contribuíu para o contexto de domínio total dos visitantes na primeira parte.

 

ANÁLISE TÁTICA – TOTTENHAM HFC

Conte apostou num 5-3-2 bastante conservador, com Dier, Lenglet e Davies a comporem o centro da defesa. No meio-campo, Bentancour; Bissouma e Hojbjerg procuravam oferecer uma maior intensidade física na ajuda aos defesas centrais, enquanto Perisic desempenhava as funções de um médio mais criativo na ajuda ao avançado solitário, Harry Kane. No entanto, a presença no miolo não foi suficiente para impedir os passes em profundidade para Salah e Darwin, já para não falar no quase inexistente volume ofensivo nos primeiros 45 minutos. Só com a entrada de Kulusevski na segunda parte é que os Spurs foram capazes de ter mais presença na área contrária e dificultar a construção de jogo dos opositores.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Lloris (7)

Davies (6)

Lenglet (6)

Dier (6)

Sessegnon (6)

Emerson (5)

Bentancur (7)

Bissouma (6)

Hojbjerg (6)

Perisic (7)

Kane (8)

SUBS UTILIZADOS

Doherty (6)

Kulusevski (8)

Lucas Moura (5)

 

ANÁLISE TÁTICA – LIVERPOOL FC

Sem surpresas, Klopp não prescindiu do seu 4-3-2-1 de eleição, com Firmino a desempenhar o papel de “falso 9” na procura constante de criar desmarcações para os companheiros de ataque, embora com resultados mistos. Salah e Darwin foram autênticos velocistas, recorrendo às jogadas em profundidade e à pressão alta para instalar o terror na defesa adversária, enquanto que Thiago Alcântara definiu o ritmo de jogo com o seu requinte habitual. Por sua vez, Fabinho e Elliott foram capazes de igualar a fisicalidade dos rivais no miolo, sem esquecer a intervenção fundamental de Konaté e Virgil Van Djik para conter o ímpeto final da equipa da casa.

 

11 INICIAL E PONTUAÇÕES

Alisson (8)

Van Djik (7)

Konaté (7)

Alexander-Arnold (7)

Robertson (7)

Thiago (7)

Fabinho (7)

Elliott (7)

Firmino (6)

Darwin (7)

Salah (9)

SUBS UTILIZADOS

Joe Gomez (7)

Curtis Jones (6)

Henderson (6)

 

 

Diogo Valente Vieira
Diogo Valente Vieirahttp://www.bolanarede.pt
Estudante na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Nova de Lisboa. Procura realizar um percurso profissional dedicado sobretudo ao desporto nacional e internacional, através do jornalismo. O seu objetivo principal é tornar o jornalismo desportivo em Portugal o mais imparcial e prático possível, apresentando ao mesmo tempo uma personalidade com a qual a audiência possa identificar-se. Tem como interesses de destaque o futebol, o basquetebol e o wrestling.

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