É muito doloroso ver um pai chorar. Como se não bastasse a sua dor, ainda temos que suportar o nosso desamparo. O desamparo de quem vê desabar uma força protetora e que se julgava imperturbável. Se ele chora, nós choramos. Por instinto. Um instinto que nos diz que se ele está assim, é porque algo verdadeiramente triste aconteceu.
Por esta ordem de ideias, ver Buffon chorar, terá feito chorar, também, a Itália futebolística. Afinal, era ele que o ‘Calcio’ tinha como força protetora nos momentos difíceis.
Porém, o momento em que Buffon chorou foi mais do que difícil. Foi insuportável. Foi o momento que confirmou que o último dos 175 jogos disputados com a camisola da sua pátria ficara marcado por um falhanço histórico. Um falhanço que o mundo do futebol ainda não soube interiorzar e que ainda estranha dizer, ouvir, escrever e ler– a Itália não vai estar num Mundial.
Ver Buffon chorar não terá feito apenas chorar a Itália futebolística, e a tristeza ter-se-à estendido ao mundo do futebol contemporâneo. Afinal, temos Buffon como uma força protetora que nos mostra o lado sensato da paixão pelo nosso desporto, teimando em sorrir quando as coisas não correm bem.
Quando ele se descontrolou, e se inundou de lágrimas, foi porque algo verdadeiramente triste aconteceu. E nós, por instinto, chorámos com ele.
Foto de capa: Spostskeeda