O perigo napolitano sempre à espreita

    Cabeçalho Futebol InternacionalA primeira coisa que um turista diz quando ouve o nome do nosso país, é, em 80% das vezes, Ronaldo. Claro que aqui podemos colocar a questão: Como é que um desportista se tornou sinónimo de um país? É uma coisa cultural que herdámos do século XX, por exemplo, Maradona é sinónimo de Nápoles.

    O grande ídolo, o ícone, o melhor jogador de todos os tempos, são imensas as alcunhas que alguém com o estatuto de Diego Armando Maradona, mas boa parte desse estatuto foi conquistado em Nápoles. Entre 1985 e 1990, o astro argentino viveu o melhor período da sua carreira. Sem contar com a conquista do Mundial em 1986 ao serviço da Argentina, Maradona conquistou ao serviço do Nápoles duas Serie A, uma taça de Itália, uma supertaça, e uma Taça Uefa. Se na altura tudo isso valeu a Maradona o estatuto de “melhor do mundo”, ao Nápoles valeu-lhe o estatuto e a magia que ainda hoje têm.

    É certo e sabido que a equipa que vai defrontar o Benfica nesta edição da Liga dos Campeões vai ser bem diferente do Nápoles de há 22 anos, ainda por cima, se tivermos em conta que o sucessor do príncipe mudou-se este defeso para o maior rival ao título. Falo claro está de Higuaín. Aquela que era a figura maior do clube napolitano rumou a Turim pela módica quantia de 98 milhões de euros, e, para já, a segurança de que é suplente utilizado, mas isso são águas passadas.

    A partida do homem que falhou o penalty decisivo na final da Copa América, abriu espaço para a entrada daquele que promete ser a nova figura do clube, Arkadiusz Milik, O ponta-de-lança polaco, proveniente do Ajax, deixou a sua marca logo no jogo de estreia ao marcar dois golos na vitória caseira por 4-2 frente ao AC Milan, mas as dores de cabeça para o Benfica não acabam em Milik. Lá na frente com ele, estão jogadores como Callejón, Mertens, e Insigne, que para além de criarem desequilíbrios são os principais “mordomos” do atacante polaco.

    Callejón é um talento à solta no ataque italiano Fonte: Napoli
    Callejón é um talento à solta no ataque italiano
    Fonte: Napoli

    Para além de uma equipa com uma boa qualidade ofensiva, o Nápoles tem uma estrutura de meio-campo, e uma defesa, que fazem com que o vice-campeão italiano seja o principal rival dos encarnados nesta fase de grupos da Champions. Um miolo de jogo que tem em Hamsik e Allan os seus principais intervenientes, e que apresenta um quarteto defensivo com Koulibaly, Albiol, Ghoulam, e Hysaj, pelo menos estes foram os figurinos nestes dois últimos jogos. Lembrar ainda que no banco estão talentos como Strinic, Maggio, e Giaccherini, fazendo que tenha qualidade dentro e fora das 4 linhas, e que conta ainda com a experiência do guarda-redes Pepe Reina.

    O clube italiano vai para a sua sexta presença na principal prova de clubes da Uefa, tendo no seu registo 10 vitórias em 22 jogos oficiais, sendo que na época 2011/2012 foi a vez em que foram mais longe na prova chegando aos oitavos-de-final.

    Apesar de um curto historial na Liga dos Campeões, a história do clube, mais a qualidade da equipa nos dias que correm, fazem do Nápoles um forte candidato a chegar à próxima fase, resta saber se em primeiro ou em segundo, mas aí a palavra pertence às restantes equipa do grupo, entre elas o cabeça-de-série, SL Benfica.

    - Advertisement -

    Subscreve!

    Artigos Populares

    João Valente
    João Valentehttp://www.bolanarede.pt
    João Valente é um apaixonado pela arte do futebol. Nascido e criado durante boa parte do tempo em Lisboa, começou a seguir este desporto com uns tenros quatro anos e, desde então, tem sido um namoro interminável. É benfiquista de gema – mas não um que só vê Benfica à frente! É alguém que sabe ser justo quer o Benfica ganhe ou perca e que está cá para salientar os porquês, na sua opinião, dos resultados. Como adepto de futebol que é não segue só a atualidade do futebol português; faz questão também de acompanhar a par e passo o que de mais importante acontece nos principais campeonatos. A conjugar com o seu interesse pelo futebol, e pela malha, desporto que descobriu porque o seu avô era campeão lá na rua, veio a escrita, forma que encontra de expor os seus pensamentos na esperança de um dia se tornar num grande jornalista de desporto, algo que dificilmente acontecerá mas, tudo bem, ele um dia há-de perceber isso.                                                                                                                                                 O João escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.