O Bayer encontra-se no terceiro lugar da tabela classificativa e os resultados têm sido um tanto ou quanto irregulares. A equipa ainda se está a encontrar e o futebol dos farmacêuticos vai sendo dividido entre massacres ofensivos e golos sofridos em catadupa. As estatísticas não enganam e demonstram que existem processos a necessitar de um maior entrosamento e rotinas.
A equipa é o reflexo do seu treinador. Roger Schmidt é o comandante do navio e um nome que ficou na memória de todos, devido à grande época à frente do Red Bull Salzburg. Os austríacos mostraram um futebol de processos simples e rápidos mas a principal característica era a pressão supersónica que exerciam em toda a largura do terreno.
Os alemães jogam, por norma, num 4x2x3x1 e, na Luz, o onze não deverá fugir àquele que tem sido apresentado no campeonato interno. Leno, jovem de vinte e dois anos com enorme potencial, será o guarda-redes. Na direita teremos uma das surpresas da equipa, Jedvaj – o jogador checo de dezoito anos emprestado pela Roma, que preferencialmente actua no centro da defesa, vai-se destacando na lateral e já marcou dois golos. No centro teremos Spahic, experiente central bósnio, que certamente será acompanhado por Ömer Toprak. À esquerda é o assertivo Boesnich que terá a responsabilidade de marcar Salvio.
À frente da defesa deverá estar o capitão Lars Bender, o homem mais defensivo do meio-campo e o principal recuperador de bolas. A seu lado, perfazendo um duplo pivot, Reinartz ou Castro deverão assumir a titularidade. Continuamos a subir no campo e encontramos os fantasistas da equipa. Son e Bellarabi jogam a extremos e são os principais municiadores do ataque. O coreano é um virtuoso e junta uma capacidade técnica assinalável ao faro pelo golo; o alemão, que regressou de empréstimo, parece ter refinado as suas melhores qualidades e é neste momento o atleta com mais assistências e golos.
Hakan Çalhanoğlu joga nas costas do avançado e é o jogador a ter mais em conta desta equipa. O jovem turco, que se destacou na última época ao serviço do Hamburgo, é um exímio marcador de bolas paradas e destaca-se também ao nível do passe e remate. Isolado na frente joga o goleador de serviço Stefan Kiessling. O ponta-de-lança será uma dor de cabeça para Luisão e Jardel, pois é um jogador que desgasta bastante a defesa adversária com as suas investidas.
A juventude impõe-se neste conjunto e Schmidt conseguiu implementar uma mentalidade vencedora, à imagem do que tinha feito na Áustria. Os encarnados terão de aproveitar as debilidades defensivas do Leverkusen. A equipa ainda não está devidamente familiarizada com o estilo de jogo e a pressão de que falei acima deixa-a demasiado exposta a transições rápidas, algo que o Benfica deve tentar aproveitar da melhor forma.
Jorge Jesus sabe da importância deste jogo e terá tomado todas as cautelas. O primeiro encontro europeu não correu como era suposto e este jogo assume preponderância na continuidade dos encarnados na mais importante competição do Velho Continente. Schmidt também não pode falhar pois vacilou frente ao Mónaco. O duelo promete e o futebol ofensivo das duas equipas proporcionará certamente um fantástico espectáculo.