Chapecoense, um ano após a tragédia

    Cabeçalho Liga BrasileiraEsta semana a tragédia do vôo da Chapecoense completa um ano. Um ano que não foi capaz de diminuir a dor dos que ficaram, em especial das famílias dos atletas, dos demais funcionários do clube e dos jornalistas que se faziam presentes naquele fatídico vôo. A semana será de homenagens. Justas homenagens aos “Guerreiros de Condá”, aos campeões da Copa Sul-Americana 2016. O mundo se entristeceu e solidarizou-se com todos do Brasil e em especial com todos da cidade de Chapecó. Atualmente a cidade do oeste catarinense convive com as marcas deixadas pela tragédia. Entretanto, nem tudo é tristeza. A saudade dos que partiram sempre existirá, mas a cidade, o clube e os torcedores deram continuidade nos seus sonhos e a Chape continua mais forte do que nunca.

    No futebol a atual temporada tinha tudo para ser a mais complicada de toda a história do clube. De fato foi. Mas a capacidade de superar obstáculos e grandes desafios – que sempre existiram na vida do clube – fizeram apenas expor a grandiosidade que é a Associação Chapecoense de Futebol. A Chape terminou a última temporada sem jogadores, sem comissão técnica e sem alguns membros da sua diretoria, ou seja, a equipe terminou a temporada de 2016 “sem nada” e tendo apenas dois meses para formar uma equipe para competir em 2017. Sem jogadores e sem grandes recursos para investir o destino da Chape parecia ser sombrio no futebol. A atual direção do clube recusou a possibilidade da Chapecoense ter três anos de anistia no Campeonato Brasileiro, com a anistia o clube não poderia ser rebaixado mesmo se terminasse o Brasileirão no Z-4. Uma atitude nobre, mas considerada inapropriada por alguns torcedores e jornalistas.

    O atual elenco fez bonito na temporada e prosseguiu com as conquistas alcançadas pelos elenco da última temporada Fonte: foxsports.com.br
    O atual elenco fez bonito na temporada e prosseguiu com as conquistas alcançadas pelos elenco da última temporada
    Fonte: foxsports.com.br

    Nesses dois meses entre a tragédia e a estreia no campeonato estadual a Chapecoense formou o seu elenco utilizando a mesma estratégia de contratação que sempre deu certo no clube. A maioria dos jogadores contratados estavam disponíveis no mercado e vieram a custo zero ou baixo. Apesar do momento difícil as contratações foram realizadas com paciência e o resultado foi incrível.

    A Chapecoense sagrou-se campeã catarinense, classificou-se, em campo, às oitavas de final da Libertadores – mas foi eliminada da competição na Justiça Desportiva devido a escalação de um jogador irregular – e no Campeonato Brasileiro o clube tem real condição de conseguir uma vaga na próxima edição da Copa Libertadores da América. Conquistar uma vaga na Libertadores parecia imaginável no início do ano. No Brasileirão a Chape consegue fazer uma campanha melhor que muitos clubes que possuem um poder de investimento muito maior e que já possuíam uma base de elenco para essa temporada.

    Times tradicionais como o São Paulo, o Atlético Mineiro e o Fluminense estão atrás do clube catarinense na classificação geral. O ano de 2017 foi surpreendente e incrível para o futebol da Chape. O clube se reergueu com união e todas as conquistas alcançadas esse ano forma merecidas. No percurso tiveram alguns problemas no departamento de futebol, algumas demissões de treinadores, mas compreensível pois a atual temporada também foi de aprendizado. E demissão de treinador no Brasil é uma prática corriqueira que até time que está disputando uma final de competição nacional está suscetível a isso, como aconteceu na temporada passada com o Atlético Mineiro que demitiu o seu treinador entre os dois jogos da final da Copa do Brasil.

    A Chapecoense continua forte como sempre. A palavra impossível não faz parte do seu dicionário. O clube é orgulho do Brasil e dos moradores da cidade de Chapecó. Em 2018 devemos ver uma Chape mais organizada e mais forte dentro e fora de campo.

     

    Foto de Capa: Associação Chapecoense de Futebol

     

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    César Mayrinck
    César Mayrinckhttp://www.bolanarede.pt
    Enquanto criança queria ser jogador de futebol e para o bem dos torcedores do Atlético Mineiro não foi aprovado no teste. Encontrou nas palavras a melhor maneira de se expressar sobre a sua paixão, o futebol. Amante do futebol brasileiro e do futebol alternativo, acorda facilmente às três horas da madrugada para ver um jogo do campeonato neozelandês.