Chapecoense: Um ano depois, sorrimos por ver-te erguida

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    A “Culpa do sobrevivente” é um síndrome traumático associado aos que sobreviveram a grandes tragédias.

    Hélio Neto, Alan Ruschel e Jackson Follmann poderiam-no ter sentido, por terem sido os únicos sobreviventes do plantel da Chapecoense que sobreviveu à queda do voo 2399 da companhia La Mia. Mas não sentiram. Ou se o sentiram, ganharam forças para se reerguer.

    Follmann, apesar de já não ter parte de uma perna, quer ir aos Jogos Paralímpicos. Neto e Ruschel, depois de ultrapassarem, respetivamente um coma de 14 dias e uma semana sem andar, ganharam forças e re-integraram o plantel da Chapecoense.

    Ganharam uma coragem hérculea (vinda de um sítio que vai além da vida, dirão alguns) e voltaram a vestir a camisola com que muitos dos seus companheiros de equipa (e amigos) perderam a vida. E em vez de se focarem na lamúria, centraram-se na missão de orgulhar aqueles que partiram.

    E não, não iriam deixar que a ida deles tivesse sido em vão. Iam fazer de tudo para que aquele emblema deixasse de ser recordado pelo desastre e passasse a ser visto como um exemplo de superação perante a tragédia.

    Conseguiram-no. Terão passado a mensagem a todos os novos jogadores. Do ‘goleiro’ suplente Artur Moraes ao goleador Wellington Paulista. E eles interiorizaram-na. Fizeram da missão dos sobreviventes a sua, e orgulharam uma camisola que deixou de ficar marcada de negro pelo luto e voltou a ser verde, da esperança.

    Contra todas as previsões, a Chapecoense garantiu a manutenção do Brasileirão de forma confortável e deve garantir o acesso à Copa Sul-Americana na próxima jornada. A tal que os seus colegas queriam disputar mas não conseguiram. A tal que os seus colegas conquistaram sem jogar. A tal que eles querem conquistar no campo… pelos seus colegas.

    Hoje o mundo do futebol já não associa a Chape a fumos negros na “camisola”. Pelo contrário. Faz-nos sorrir, por sabê-la reerguida.

    Foto de capa: Chapecoense

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    Pedro Machado
    Pedro Machado
    Enquanto a França se sagrava campeã do mundo de futebol em casa, o pequeno Pedro já devorava as letras dos jornais desportivos nacionais, começando a nascer dentro dele duas paixões, o futebol e a escrita, que ainda não cessaram de crescer.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.