A CRÓNICA: INGLESES DOMINARAM, MAS ESPANHÓIS CONTROLARAM
A magia da Liga dos Campeões voltou e em grande estilo. Num ambiente fervoroso no Wanda Metropolitano, completamente lotado para um dos grandes jogos dos oitavos de final da liga milionária, defrontaram-se duas equipas com reais aspirações ao título desta temporada.
O Atlético de Madrid quis aproveitar o facto de jogar em casa para marcar posição e surpreender o atual detentor do troféu, ao entrar forte no encontro, num estilo de jogo agressivo e à procura do golo, que acabou por aparecer ao minuto 4 por intermédio de Saúl Ñíguez após a conversão de um pontapé de canto. Depois de abrirem o marcador, os colchoneros recolheram-se no seu meio-campo – apostando numa abordagem defensiva – e passaram a ver o Liverpool jogar, permitindo que os reds pautassem o ritmo do jogo e dominassem a posse de bola. Ainda que com um maior domínio da partida por parte dos ingleses, a defensiva madrilena foi extremamente eficaz na eliminação das iniciativas ofensivas adversárias, não existindo mais nenhuma ocasião clara de golo para nenhum dos lados até ao fim do primeiro tempo.
A segunda parte foi quase uma cópia da primeira, com o Liverpool a querer mandar na partida e a tentar reduzir a desvantagem no marcador, e com os colchoneros a mostrarem uma consistência tática incrível com todos os seus jogadores a serem solidários no processo defensivo, anulando o ataque dos ingleses de maneira a preservar a vantagem. Perante as escassas chances de golo, Jürgen Klopp tentou surpreender ao retirar de campo Mané e Salah, mas as mexidas não surtiram qualquer efeito.
Apesar de magra, os comandados de El Cholo levam uma vantagem importante para a segunda mão, que fará com que o campeão europeu tenha de correr atrás do prejuízo, perspetivando-se uma partida espetacular em Anfield Road.
A FIGURA
Renan Lodi – Apesar de toda a linha defensiva madrilena ter realizado uma grande exibição, o defesa brasileiro foi, para mim, um dos elementos chave ao anular por completo Mohamed Salah, um dos avançados mais letais da atualidade.
O FORA DE JOGO
Trio atacante do Liverpool – Os três homens da frente dos reds – Mané, Firmino e Salah – estiveram bastante aquém neste encontro, não criando qualquer tipo de perigo à baliza adversária, ainda que esse apagão se deva, em certa parte, ao excelente processo defensivo exibido pelo Atlético.
ANÁLISE TÁTICA – CLUB ATLÉTICO DE MADRID
Para Diego Simeone, o 4-4-2 continua imutável para a sua filosofia de jogo. A formação blaquinegra entrou a querer mandar no encontro, mas recuou bastante as linhas após abrir o marcador, passando a apostar no jogo sem bola e em (raros) contra-ataques, tentando explorar as costas da defesa adversária. No processo defensivo destacou-se a coesão defensiva e a constante agressividade ao portador da bola, tornando ineficazes as investidas do Liverpool. Destaque ainda para a indisponibilidade de João Félix que continua a contas com uma lesão.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Oblak (6)
Vrsaljko (7)
Savić (7)
Felipe (7)
Renan Lodi (8)
Koke (6)
Saúl Ñíguez (8)
Partey (7)
Lemar (6)
Correa (6)
Morata (6)
SUBS UTILIZADOS
Marcos Llorente (6)
Vitolo (6)
Diego Costa (-)
ANÁLISE TÁTICA – LIVERPOOL FC
Em termos táticos, o dispositivo base escolhido por Jürgen Klopp manteve-se no 4-3-3, sistema rotineiro na formação dos reds. O técnico alemão também não promoveu alterações no “onze” inicial, entrando para esta partida na máxima força. Apesar da superioridade ao longo da maior parte do encontro, com as linhas altas e o controlo – quase por completo – da posse de bola, mostraram muita impotência ofensiva, criando pouco perigo real à baliza adversária, com os homens da frente a serem constantemente anulados pela linha defensiva do Atlético.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Allison (6)
Alexander-Arnold (7)
Gomez (7)
van Dijk (6)
Robertson (7)
Henderson (6)
Fabinho (6)
Wijnaldum (6)
Salah (5)
Firmino (6)
Sadio Mané (5)
SUBS UTILIZADOS
Origi (6)
Oxlade-Chamberlain (6)
Milner (-)
Foto de Capa: Club Atlético Madrid
Revisto por: Jorge Neves