O que podemos esperar da segunda mão dos oitavos de final da Champions?

    Após a primeira mão dos “oitavos” da competição em que se pratica o melhor futebol do mundo, houve um pouco de tudo: três jogos que, embora a faltar a “segunda metade”, tudo leve a crer que já conhecemos quem embarcará para a fase seguinte; e mais cinco que terão ainda uma boa disputa. Isto tudo teoria.

    Manchester City, Liverpol e Bayern estão, arrisco-me a dizer, nos quartos de final. Duvido que alguém aposte na passagem de algum dos seus oponentes. Sobre o City, pouco ou nada há a dizer, embora esteja em evidência um Basileia que reduziu um Benfica já também reduzido por si mesmo no contexto “Champions” deste ano, mas que  além disso fez frente ao milionário Man. United. Mas aqui não falamos do expectante United, mas do avassalador City.

    Os “gegenpressing” vieram ao Dragão. A pressão ficou-se pelo campo, já que o estatuto já alcançado por Sérgio Conceição o ilibe de quaisquer pressões vindas da bancada.  Porém, um 5×0 mancha sempre não só a temporada de um clube, mas a sua reputação europeia, coisa que em tempos não atravessava tão facilmente a guela de Pinto da Costa.

    O Bayern surpreendeu-me. Surpreendeu-me porque deu 5×0 a uma equipa que me surpreendeu na fase de grupos. Lembro-me que no pré jogo, estava sintonizado na Sport TV+ e ouvi, salvo seja, o comentador Pedro Henriques dizer que não lhe surpreendia que o Bayern saísse da Alianz Arena já com viagem marcada, mas sem destino, apenas definido pelo sorteio seguinte, mas que também tinha em elevada consideração o Besiktas. Eu, em parte, até concordei, mas 5×0 não estava à espera, embora do Bayern, na sua casa, se espere sempre uma equipa que é inimiga da que recebe, e que misericórdia é coisa que os bávaros não conhecem.

    Do todo poderoso “P.$.G”. esperava-se que tivesse finalmente corda para o Real Madrid. O último, que já conquistou dois troféus esta temporada (obrigatórios, à priori), está muito, mas muito longe da disputa da La Liga, e que tem uma equipa feita à medida da conquista da Liga dos Campeões. No Bernabéu obtiveram um resultado melhor do que a exibição na minha opinião. Em Paris, mesmo com Neymar não acredito que o Real seja eliminado.

    O Barcelona viu o Chelsea deixá-lo jogar. Bem, muitas equipas fazem isso. Mas o Chelsea, pensado por Conte, teve uma estratégia: jogar sem ponta de lança de referência: Hazard jogou a ponta centro, mas sempre a maio campo, fazendo com que o meio campo dos londrinos contasse sempre com mais um elemento, e na saída para o contra ataque, também com um elemento. Esse contra ataque, desenvolvia-se em bloco, e contava com as arrancadas de Willian, jogador extremamente veloz e tecnicista. O plano de Conte corria certo, mas o desconcentrado Christiansen errou não apenas uma vez, e uma das vezes custou um golo fora, que Iniesta não se coibiu de entregar a Messi.

    Para a segunda mão, estou curioso: tudo aponta à vitória do Barça, isto pelo histórico recente do clube, e pelo estilo de jogo. E o fator Camp Nou, que não se trata apenas de um lugar onde o jogo decorre, é muito mais do que isso.

     

    Em teoria será o bilhete com disputa mais renhida entre os dois interessados, mesmo sabendo do apetecível FC Barcelona vs. Chelsea FC
    Fonte: UEFA

    O Manchester United foi a Sevilha, como muitos dizem, estacionar o autocarro. O estilo do nosso Mourinho tem sido muito criticado pela negativa, já que os seus adeptos não estavam habituados a outro que não fosse o de Ferguson. Mas o estilo de Mourinho bateu várias vezes o de Ferguson, não é verdade? Como regem os comentadores defensores do modo de jogar da nossa Seleção, que “A Seleção não joga nada? A Seleção joga é diferente! Joga diferente da forma que estávamos habituados.”, forma essa sempre infrutífera.

    A mim, pessoalmente, digo que o resultado obtido em Sevilha é muito melhor do que poderia ter sido. De Gea assinalou defesas impossíveis, daquelas que valem golos ao contrário. O Sevilha é sempre uma equipa “raçuda”, inquietante e com genica, mas o United joga friamente. Prevejo, como muitos, que o Manchester United passe, mas o Sevilha marcar em Old Trafford não é algo que se coloque de lado, antes pelo contrário!

    Outro português, Paulo Fonseca, que já venceu o City nesta edição da Champions, busca outro marco a ter em conta, que poderá ser a presença do Shakhtar nos “quartos”. Os ucranianos, em Donetsk, assinalaram uma segunda parte de morte, após irem para o descanso a perder 1×0. As equipas equiparam-se uma à outra, será, em primeira instância, uma segunda mão, em Roma, imprevisível. A Roma, vindo de um 4×2 em casa do Nápoles, que ocupava o primeiro posto do pódio da Serie A, moralizada vai para este encontro. O golo fora também é de ter em conta! Vai haver sofrimento na disputa desta segunda mão!

    A passagem mais imprevisível destas todas, parece-me ser a do Tottenham, ou a da Juventus. Em Wembley, mítico recinto de jogo, se decidirá tal. O Tottenham de hoje em dia, tem equipa para ir longe nesta prova, mas ainda não foi. A Juventus atravessou o processo que o Tottenham está agora a atravessar, de imposição na elite europeia, e atingiu a final de 2015. Do Tottenham espero uma ida, pelo menos, às meias, só não sei se será este ano.

    Foto de Capa: UEFA

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    Diogo Fresco
    Diogo Frescohttp://www.bolanarede.pt
    Fã de um futebol que, julga, não voltará a ver, interessa-se por praticamente tudo o que envolve este desporto, dando larga preferência ao que ocorre dentro das quatro linhas. Vibra bastante com a Seleção Portuguesa de Futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.