O Real Madrid parecia estar perto de matar o jogo, mas não é por acaso que o Atlético se gaba de ser a equipa que nunca deixa de acreditar. No minuto seguinte àquela ocasião flagrante do Real, chega o golo de Carrasco. Gabi picou a bola, ao estilo de Xavi Hernández, Juanfran cruzou de primeiro e o belga surgiu imparável, empurrando a bola para a baliza. Parecia quebrada a maldição. Desta vez, a história ia, finalmente, fazer justiça ao Atlético e, na minha cabeça, já pensava em quem seria considerado o treinador do ano, se Simeone ou Ranieri.
Mas não. O jogo chegou até ao desempate pela marcação de grandes penalidades e, aí, Juanfran, que marcara o penálti decisivo na eliminatória frente ao PSV, acertou no poste. De seguida, Ronaldo, que não fez praticamente nada digno de destaque durante o jogo, lá estava para marcar o golo decisivo, exibir os seus abdominais, agarrar a sua terceira Liga dos Campeões e acrescentar um argumento de peso à sua candidatura à Bola de Ouro.
O jogo foi equilibrado e a vitória poderia ter ido para qualquer um dos lados. A derrota do Atlético deixa a sensação de injustiça não tanto por este jogo, mas pelo percurso que fez até aqui, eliminando Barcelona e Bayern, e por, ano após ano, se conseguir intrometer nestas lutas, apesar de ter muito menos recursos que os seus adversários. Mas há também que reconhecer mérito ao Real Madrid e a Zidane, que nos últimos quatro meses conseguiu recuperar a equipa, depois do péssimo trabalho de Benítez. Foi, desde logo, aceite como líder pelos pesos pesados do balneário, criou um onze-tipo que hoje toda a gente sabe qual é, e apostou em jogadores sem olhar a nomes. Assim, deu um papel de relevo a Casemiro, que era o patinho feio da equipa, e deu mais minutos a Lucas Vázquez, do que a James, por exemplo, que fez uma péssima temporada. Tudo o que Zidane fez parece ter sido simples e sem grandes invenções. E, muitas vezes, isso é o mais difícil de fazer e é tudo o que é preciso.
A Figura:
Carrasco – Entrou ao intervalo e foi o elemento mais desequilibrador do jogo, tendo mesmo conseguido o golo do empate. Não merecia a derrota (tal como muitos dos seus companheiros de equipa).
O Fora de jogo:
Augusto – O jogador contratado ao Celta em janeiro esteve apagado durante a primeira parte e foi o sacrificado ao intervalo, quando Simeone quis tornar a sua equipa mais ofensiva.
Foto de Capa: Real Madrid CF