Real Madrid C.F. : Como não reparar na ausência de alguém tão grande?

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    Após ter sido punido com cinco jogos de suspensão em Espanha, Cristiano Ronaldo voltou ontem ao onze, em noite de Champions League. Quando ausente, é claro que a falta do seu (grande) contributo é sentida, mesmo numa equipa com tantos recursos como o bicampeão europeu em titulo.

    Ontem assinou mais dois à sua conta. Podiam ter sido mais? Podiam. Mas ele também aparece sempre onde é preciso… Isso não conta? Conhece o último terço do campo como ninguém, é o que mais aprecio nele. O resto vem depois, embora não seja assim tão simples.

    Mesmo falando de avançados que façam parte de equipas que criam muitas chances de golo, que atacam muito, com grandes assistentes para golo ao dispor, como é o caso da maioria dos clubes de elite, no caso específico de Ronaldo, o próprio remata muito, remata o jogo inteiro. De qualquer sítio, não à toa, mas com o intuito de marcar. E para ter condições para ter a bola nestes termos, é obrigatório ter estofo para correr, desmarcar, subir, recuar, comunicar (extremamente importante numa equipa) e finalizar. A última, por vezes, não acontece, mas nunca dão valor ao que um jogador faz para estar naquele sítio. E não é só estar naquele sítio! Primeiro, há oponente(s) para ultrapassar, enganar com uma finta de corpo… Há que dar realce a este conjunto de fatores, antes de rotular o melhor jogador do mundo da atualidade de “Penaldo”, ou que apenas encoste bolas.

    Nunca fez tanto sentido chamar "suspeito do costume" a alguém Fonte: trome.pe
    Nunca fez tanto sentido chamar “suspeito do costume” a alguém
    Fonte: trome.pe

    Bem, ao fim ao cabo, esse “fulano” está em vias de renovar esse mesmo rótulo por mais um ano, portanto, não me parece que capitães, selecionadores, treinadores, jornalistas desportivos, enfim, uma quantidade de gente que respira, come e dorme futebol, se equivoque. Pelo menos, com Infantino e com a recente separação da FIFA e France Football, com Messi e Ronaldo nos seus auges, só um deles arrecada os dois prémios, aqui não há “The Best” para um, “Balon D’or” para o outro. É o melhor que vence, portanto não há espaço para solidarismos. Atenção que com isto não digo que na corrida à bola de ouro não haja espaço para mais candidatos, mas com estes dois no ativo… é difícil.

    Voltando ao assunto principal, a falta de Ronaldo na equipa é óbvia. Em absoluto. Não há ninguém como ele no futebol, por isso, seria impossível ignorar a sua ausência. Acrescendo o facto da não colmatação da saída de Alvaro Morata, a recente lesão de Benzema complica ainda mais a vida a Zidane. Primeiro, viu-se sem Ronaldo por cinco jogos, e depois perde o dianteiro francês. Isto logo no início da temporada, e a época é longa e desgastante. Realmente, parece-me que o presidente madrileno vai avançar por um ponta de lança, na janela de transferências de inverno.

    Faz-me um pouco confusão esta política de Florentino Pérez. Nunca esperei que uma equipa tão ostensiva como o Real Madrid resistisse em ir ao mercado dar um balúrdio por um ponta de lança. Não digo com isto que Benzema precise de um substituto (embora ache que sim, de certa forma), ou que quisesse que o Real batesse o novo recorde de valor pago por um jogador! Então, além de não haver um substituto direto para a posição, com boas credenciais, também não há concorrência ao número 9, o que pode causar um certo relaxamento no jogador. A exibição de Benzema frente ao Valência espelha, sucintamente, esta ideia.

    Real parece muito dependente da sua estrela-maior Fonte: UEFA
    Real parece muito dependente da sua estrela-maior
    Fonte: UEFA

    Ronaldo já disse que não é um ponta de lança, nem nunca será. Ontem, apareceu como ponta de lança no esquema tático antes do jogo, mas no jogo ele não se resume a lutar com os centrais e receber bolas do pontapé de baliza, a aparecer na pequena área; ele continua a fazer a sua função de arraste de jogo, é um desequilibrador nato, que permite inúmeras soluções ao plano de Zidane… Então quando tem Benzema ou outro ponta de lança em campo, tem maior liberdade em campo e pode “vaguear” mais pela extrema esquerda, como ele tanto gosta. Foi frente ao Apoel, mas se fosse contra Bayern, Chelsea, Barcelona, ou Damaiense, Penafiel ou Vilafranquense (com todo o respeito), quem resolveria seria sempre o mesmo. Simplesmente, é algo que não se pode desprezar..

    Foto de capa: LaLiga

    Artigo revisto por: Francisca Carvalho

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    Diogo Fresco
    Diogo Frescohttp://www.bolanarede.pt
    Fã de um futebol que, julga, não voltará a ver, interessa-se por praticamente tudo o que envolve este desporto, dando larga preferência ao que ocorre dentro das quatro linhas. Vibra bastante com a Seleção Portuguesa de Futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.