Um sonho chamado Diego Costa

    A história de Diego Costa é daquelas que fazem sonhar. É o tipo de história que qualquer jornalista procura; Diego Costa tornou-se tudo sem nada. Confuso? Passo a explicar: Em Portugal, a grande maioria dos jogadores da Primeira Liga teve uma formação feita em clubes, onde impera, com maior ou menor qualidade, uma rigorosa formatação dos jovens jogadores para que, no futuro, possam exercer a profissão de futebolista. Obviamente, todos sabemos que a probabilidade de um jovem jogador com 16/17 anos se tornar profissional é significativamente maior com uma base técnico-tática (à la Jesus) desde as escolinhas. É um assunto incontornável. Contudo, muito esporadicamente, – e porque o futebol é muito mais do que ideologias táticas e treinos intensivos – aparece um caso que faz tremer toda a fundação do futebol atual. Diego Costa é precisamente isso, um caso de sucesso singular e invulgar.

    Diego Costa acordou para o mundo em 1988 no município de Lagarto, estado de Sergipe, no Brasil. O pai do jogador brasileiro, um apaixonado por futebol, desde cedo vaticinou o futuro do avançado e não hesitou na hora de atribuir um nome ao filho: Diego, em honra a Diego Armando Maradona, o melhor futebolista de todos os tempos.

    Como todas as crianças, Diego Costa começou a “jogar à bola” na escola, com os restantes companheiros, mas devido à falta de cultura futebolística em Sergipe, o pai sugeriu que Diego se mudasse para São Paulo, para casa do Tio, onde teria maiores possibilidades de concretizar o sonho de se tornar um jogador de futebol. A verdade é que se tornou uma aposta ganha e rapidamente Diego ingressava no Barcelona de Ibiúna, clube fundado em 2004 com o objetivo principal de lançar talentos para o exterior do Brasil.

    É nesta altura que tudo muda para o jovem brasileiro: entra em cena Jorge Mendes. O reputadíssimo empresário português decide apostar no jovem jogador e, em 2006, coloca-o no SC Braga. Na época de 2006/2007 o Braga cede, por empréstimo, o craque brasileiro ao FC Penafiel e Diego começa a despertar o interesse de alguns clubes grandes face às boas prestações. Na época seguinte, em 2007/2008, Diego Costa é surpreendentemente contratado pelo Atlético de Madrid e imediatamente emprestado ao Celta de Vigo.

    Fonte: SE Futbol

    Durante 4 anos Diego saltou de empréstimo em empréstimo – com passagens por Albacete, Valladolid e Rayo Vallecano – sem nunca se afirmar, definitivamente, nem no Atlético de Madrid nem em qualquer outro clube da liga espanhola. A juventude, a desobediência e alguns conflitos profissionais adiaram a consolidação do seu jogo. É curioso, contudo, ter sido um outro Diego a possibilitar o espaço para a explosão do talento brasileiro. Falo, obviamente, de Diego Simeone, o treinador argentino que não teve duvidas e depositou toda a confiança em Diego Costa. O avançado agradeceu com golos e excelentes exibições. Em 2012/2013, mesmo tendo a concorrência do fantástico Radamel Falcão, Diego marcou 20 golos em 44 jogos e conquistou a Copa Del Rey, no Santiago Barnabéu, frente ao Real Madrid. Nessa mítica final, Diego Costa foi unanimemente considerado o melhor jogador em campo.

    A forma intensa como disputa cada lance é o slogan das suas características. Aliando uma rapidez de velocidade e movimentos notáveis, Diego tem uma capacidade de finalização acima da média e conjuga a capacidade técnica ao talento natural dos brasileiros.

    É indiscutível que o Atlético Madrid tem evoluído bastante nas épocas mais recentes, conquistando títulos europeus e nacionais. Deve-o, em grande parte, ao trabalho do treinador e dos seus jogadores. Se alguém, de alguma forma, ainda tem dúvidas da ascensão gigantesca de Diego nestas últimas épocas, tem apenas de verificar a enorme vontade da seleção espanhola – abarrotada de talentos – em contar com o brasileiro. Polémicas à parte, a Espanha querer “roubar” Diego ao Brasil é a maior prova de todo o seu potencial.

    Fonte: UEFA

    Em termos de importância, depois da saída de Falcão para o multimilionário clube francês AS Mónaco, Diego Costa tornou-se cabeça de cartaz deste Atlético Madrid; O brasileiro não sentiu a pressão e conseguiu transcender-se ainda mais. Esta época, Diego Costa está absolutamente imparável e soma uns inacreditáveis 16 golos em 16 jogos, divididos pelo campeonato espanhol e pela Liga dos Campeões.

    Na passada quarta-feira, frente ao Austria Wien, Diego faturou mais um golo na vitória por 4-0 do clube espanhol frente ao campeão austríaco, colocando assim o Atlético de Madrid nos oitavos-de-final da maior competição de clubes do mundo. Muitos já consideram este Atlético candidato à conquista da prova. Exagero? Talvez. O que é certo é que, se continuar assim, Diego Costa e o seu clube têm todo o direito a sonhar. E não foi precisamente dessa forma que toda esta história começou?!

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