A CRÓNICA: A HISTÓRIA “TRAMOU” VILLAS-BOAS
O Bordéus de Paulo Sousa e o Marselha de André Villas-Boas empataram a zero esta noite, no jogo de encerramento da ronda 22 da Ligue 1. A estatística tem o peso que se quiser que ela tenha, mas é um facto que o Marselha não vence na casa do Bordéus há 42 anos e Villas-Boas não conseguiu contrariar esta pesada “herança”. Na primeira parte, o Bordéus teve mais posse de bola e as melhores ocasiões, chegando até a colocar a bola dentro da baliza de Mandanda, mas o VAR acabaria por anular o golo de Pablo.
Na segunda parte, o Marselha cresceu no jogo e controlou mais a posse de bola, obrigando o Bordéus a descer o bloco. Radonjic entrou bem no jogo e esteve perto de desatar o nó por diversas vezes, mas as ocasiões mais flagrantes até pertenceram ao Bordéus, com Basic a enviar a bola à barra num remate de longe e Pablo a ver Mandanda fazer uma defesa extraordinária ao seu cabeceamento.
No final, apesar do bom futebol apresentado pelos dois conjuntos, prevaleceu o 0-0. Com este resultado, o Bordéus fica na 10ª posição com 30 pontos, ao passo que o Marselha continua no segundo lugar da Ligue 1, mas vê o Rennes aproximar-se e encurtar a distância para três pontos.
A FIGURA
Steve Mandanda e Benoit Costil – Num jogo em que não houve golos, nada como destacar dois dos principais responsáveis por isso: Benoit Costil, do Bordéus, e Steve Mandanda, do Marselha. Exibiram-se em grande nível os dois guarda-redes, assinando algumas exibições de nível elevadíssimo.
O FORA DE JOGO
Jimmy Briand – Exibição cinzenta daquele que é o jogador francês em atividade com mais golos na Ligue 1. Esteve algo desligado do jogo e por vezes demasiado longe da área, não conseguindo ser a referência ofensiva que a equipa precisou.
ANÁLISE TÁTICA – BORDÉUS
Paulo Sousa apresentou a equipa no habitual 4-2-3-1, que passava a 3-4-3 na primeira fase de construção, com Koscielny, Pablo e Sabaly a comporem a primeira linha de três elementos. Os Girondinos surgiram bem com e sem bola, dominando a posse de bola a maior parte do tempo, mas com dificuldades na definição. Na segunda parte, a equipa apareceu com outra disposição no primeiro momento com bola, surgindo em 2-4-3-1, uma variante que Paulo Sousa também já tinha apresentado no primeiro duelo com André Villas-Boas. Ainda assim, a mudança não foi a mais eficaz e vimos o Bordéus, aos poucos, a partir o jogo e a deixar muito espaço entre linhas.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Costil (8)
Kwateng (6)
Koscielny (7)
Pablo (7)
Sabaly (6)
Basic (6)
Otávio (6)
Hwang (6)
Rémi Oudin (6)
De Preville (7)
Jimmy Briand (6)
SUBS UTILIZADOS
Mexer (5)
Ait Bennasser (4)
Adli (4)
ANÁLISE TÁTICA – MARSELHA
O Marselha surgiu em campo em 4-3-3, a pressionar alto desde o início e a tentar condicionar desde logo a saída de bola do Bordéus, algo que a equipa conseguiu fazer com muita eficácia no jogo da primeira volta. Apesar de estar forte na pressão, a equipa de André Villas-Boas esteve algo desequilibrada na primeira parte, parecendo desnorteada no momento de recuperação da bola e com desacerto nos posicionamentos. No segundo tempo, a equipa surgiu com mais acerto tático e a pressionar melhor o Bordéus, com mérito para a assertividade na reação da equipa à perda de bola. A entrada de Radonjic permitiu à equipa confundir as marcações do Bordéus, pois o sérvio trouxe muita mobilidade ao ataque dos marselheses.
11 INICIAL E PONTUAÇÕES
Mandanda (8)
Sakai (5)
Alvaro (6)
Caleta-Car (7)
Amavi (7)
Rongier (7)
Kamara (6)
Sanson (6)
Bouna Sarr (7)
Payet (7)
Benedetto (6)
SUBS UTILIZADOS
Radonjic (6)
Germain (4)
Strootman (-)
Foto de Capa: FC Bordeaux
Artigo revisto por Joana Mendes