O(s) treinador(es)
Quatro e 106. São estes os números que retratam a situação deplorável no banco técnico do Fulham. Quatro é o número de meses que Slavisa Jokanovic, responsável pela promoção na época passada, durou no comando do clube londrino nesta campanha. 106 é o número de dias que o seu substituto, Claudio Ranieri, se aguentou no posto.
Jokanovic insistiu em apostar no futebol ofensivo que estivera na origem do sucesso da época passada. E, com os reforços de verão, os adeptos até poderiam pensar que a qualidade da equipa teria aumentado o suficiente para encarar a Premier League com um futebol mais positivo. Este foi o grande erro de Jokanovic. As dificuldades defensivas exacerbaram-se e chegou a registar-se um período de 12 jogos em que a equipa sofreu 30 (!) golos. O Fulham tem, de facto, um registo ofensivo aceitável para uma equipa da metade inferior da tabela (34 golos marcados), mas a inaptidão defensiva foi o seu calcanhar de Aquiles.
Ranieri, obreiro de um milagre na época 2015/2016, em que levou o pequeno Leicester City FC à conquista da Premier League, foi contratado em novembro para substituir Jokanovic, e esperava-se dele um novo conto de fadas. Mas a história que o italiano escreveu no Oeste de Londres equipara-se mais a uma comédia. Os jogadores queixaram-se de Ranieri à direção, afirmando que este organizava jogos de andebol como preparação para os encontros do campeonato, descartando o trabalho tático. O ambiente entre os atletas também se deteriorou, com Aleksandr Mitrovic e Aboubakar Kamara a terem um desentendimento durante uma sessão de yoga, isto depois de já terem discutido a meio de um jogo da Premier League, devido à cobrança de um penálti.
Após o despedimento de Ranieri, em fevereiro, Scott Parker, antigo jogador do Fulham FC, subiu ao banco técnico para tentar dar rumo a uma equipa sem norte. Foi uma tarefa ingrata, que culminou na derrota por 4-1 frente ao Watford FC, no início de abril, confirmando a despromoção dos Cottagers.