A situação intrincada de Renato Sanches

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    A caminhar para os dois anos desde que saiu do SL Benfica, Renato Sanches está na lama. Literalmente. Saiu do Bayern por não ter espaço, e não só: o crónico campeão alemão não pensa em continuar a investir na potencialidade do jovem (contratou Tolisso), e não acredito que o tenha emprestado ao Swansea para rodar, ganhar experiência, mas para o tentar valorizar alguma coisinha e ainda recuperar parte do investimento que efetuou no passe e recrutamento do Golden Boy 2016.

    No Bayern não se assumiu, não conseguiu fazer o que bem sabe. Quem viu Renato a jogar logo no início do seu percurso como sénior, não pode perceber o que se anda a passar com o jogador. Afinal, não se pode culpar a falta de ritmo ao mais alto nível: excelentes prestações na campanha do Benfica na Champions 2015/16; acrescentou muita coisa ao jogo da Seleção Portuguesa no Europeu em França, colaborando ativamente e sempre muito disponível na participação na partida, e até posso dizer que foi decisivo! Quando acordou a transferência para a Baviera, ainda Renato Sanches nem sabia que iria estar presente nos 23 eleitos para o Europeu.

    No Swansea, ainda pior. Muita desconcentração, pouca inspiração, e muitos erros. Não há como explicar. Teoricamente, a opção Swansea seria ter lugar no onze semanalmente, jogar e desinibir-se a pouco e pouco, de forma a ganhar forma, e a reencontrar-se como jogador. O facto de estar numa liga competitiva como a inglesa, num clube galês tão modesto como o Swansea, faz crescer o mediatismo do jovem, e fá-lo sentir-se na obrigação de ser o motor da equipa, já que foi emprestado pelo Bayern de Munique. Só pode ser alguma coisa na sua cabeça. Não se perde o jeito para jogar futebol assim. Há algo que o incomoda, há algo que não o permite jogar o seu jogo e ser um dos melhores, como assim se perspetivava… Será demasiada pressão? É que agora a sua situação está preta, pelo menos neste ano, já que já atuou por dois clubes, e agora o segundo parece só o querer despachar para longe…

    O regresso de Renato Sanches a Portugal na próxima temporada poderá ser uma boa solução para o jovem luso Fonte: SL Benfica
    O regresso de Renato Sanches a Portugal na próxima temporada poderá ser uma boa solução para o jovem luso
    Fonte: SL Benfica

    O atleta “raçudo”, que sempre roubava a bola com autoridade e distinção, que a escondia e contemporizava tão bem, e que depois a dava aos do ataque com liberdade, que preenchia tão bem o espaço está desaparecido há tempos, e nem vemos o tempo de voltar a vê-lo reaparecer. Qualquer espetador que tenha assistido aos jogos da Seleção no Euro, achou que tínhamos ali um gajo para o meio campo durante muito tempo… Para tal, o 35 precisa de superar todas as crises e jogar como se fosse um inconformado, como nos habituou. É que com este alarido todo, nem parece que se fala de um garoto de 20 anos de idade! Aqui ninguém fala da margem de progressão?!

    Eu acredito que o miúdo vai dar a volta por cima no Swansea e realizar uma segunda metade de época ao seu estilo, e ao seu nível. Tem de haver confiança em si, é difícil para os responsáveis do clube galês, mas ele não é o único culpado da pobre prestação na Premier… Mas pronto, é um alvo fácil numa situação como esta.

    O seu regresso a Portugal, na próxima época, seria bem vindo a um dos três grandes, vindo acima a possibilidade Benfica, que é o seu clube de formação e do coração. Não digo que resolveria tudo, que o “velho” Renato voltaria, mas se os clubes portugueses são a ponte para grandes carreiras lá fora, também são o aeroporto para voltar a altos voos. O seu grande voo parece estar neste momento no meio do Atlântico perdido, e é preciso um porta aviões para o salvar.

     Foto de capa: Swansea City

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    Diogo Fresco
    Diogo Frescohttp://www.bolanarede.pt
    Fã de um futebol que, julga, não voltará a ver, interessa-se por praticamente tudo o que envolve este desporto, dando larga preferência ao que ocorre dentro das quatro linhas. Vibra bastante com a Seleção Portuguesa de Futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.