Arsenal FC 2-1 Tottenham Hotspur FC: Nem a “rabona” chegou…

    A CRÓNICA: ARSENAL “GRANDE VENCE O NORTH LONDON DERBY

    O que eu gosto de um derby de Londres… Principalmente este, a partida que mais gosto me dá seguir em Inglaterra. Uma rivalidade que já conheceu vários episódios e que quase não tem comparação por essa Europa fora. Intensidade, jogos muito equilibrados e, sobretudo, “braging rights” nos próximos dias.

    A partida arrancou, sem novidades, com o Arsenal FC com muita bola, a tentar encostar os adversários lá atrás, e o Tottenham Hotspur FC expectante, a tentar perceber o que os “Gunners” eram capazes. Aos 15 minutos, o jovem Smith-Rowe deu a primeira “sapatada” no jogo, com um remate de meia-distância que esbarrou na trave. Seria um golaço antológico, principalmente num derby. Logo a seguir, prosseguiam as más notícias para José Mourinho. Heung Min Son sentiu uma lesão muscular e teve de ser substituído por Lamela. Os “Spurs” viam-se privados daquele que é para muitos o seu melhor jogador.

    O que eu não estava à espera – ninguém estava – foi o golo que inaugurou o marcador, aos 30 minutos. Lamela, na área, com dois jogadores à frente, utilizou a “rabona” para colocar a bola no canto da baliza. Candidato a prémio Puskás no Emirates a abrir o marcador. No entanto, o Arsenal FC não se queria render e aos 35, por intermédio de Cedric, atirou pela segunda vez neste encontro a bola ao ferro da baliza de Lloris, neste caso, ao poste.

    A partida estava fantástica e aos 44 minutos, antes de irmos para intervalo, Odegaard finalizou um excelente lance de Tierney pela ala. O marcador fixava-se em 1-1 e a segunda parte prometia!

    No entanto, os segundos 45 minutos começaram bem mais mornos do que aquilo que se esperava. As equipas acalmaram e pareciam não querer arriscar, aguardando de forma paciente que o adversário desse espaço. Aos 62 minutos, o lance polémico do jogo aconteceu. Penalty assinalado por uma hipotética falta de Sanchéz sobre Lacazette, que o próprio converteu com sucesso. Os Gunners estavam ligeiramente por cima, mas não me pareceu ter havido qualquer falta. Para que serve o VAR, se aquilo que deve melhorar não melhora? Justiça no marcador, injustiça na forma como lá chegámos: 2-1 para os da casa.

    Entretanto, Lamela borrou a pintura, ao ver o segundo amarelo num lance perfeitamente evitável. Num jogo onde brilhou, conseguiu ao mesmo condenar a sua equipa ao fracasso. O Tottenham Hotspur FC foi tentando até ao fim empatar, mas sem sucesso.

    Os pupilos de Mourinho ficam assim mais longe do “top four” e os de Arteta ganham confiança e aproximam-se dos seus rivais de hoje.

     

    A FIGURA

    Arsenal FC – Excelente exibição dos orientados por Mikel Arteta. Foram quase sempre superiores, apesar denotarem fragilidades defensivas. Mais intensos, sempre muito pressionantes a condicionar o jogo do Tottenham Hotspur FC e, sobretudo, nunca desistiram mesmo depois de estarem em desvantagem. Lacazette, Partey, Smith-Rowe e Odegaard destacaram-se pela positiva, enquanto Gabriel fez um jogo inseguro, mas fez um corte que salva a vitória da sua equipa em cima do minuto 90.

    O FORA DE JOGO

    Tottenham Hotspur FC – Partida pouco conseguida por parte dos homens de José Mourinho. Viram-se em vantagem com o golo mais bonito que vi esta época, mas depois não conseguiram dilatar essa mesma vantagem e, inclusivamente perderam-na. Lamela fez um golaço, mas foi expulso. Reguilón e Doherty estiveram desastrados, Ndombele esteve particularmente mal a decidir.

     

    ANÁLISE TÁTICA – ARSENAL FC

    O facto de estarem a fazer uma campanha na Primeira Liga Inglesa de 2020/21 muito abaixo daquilo que seria de esperar, parece-me que pesou na escolha de Arteta para onze titular no derby frente ao eterno rival. Não há dúvidas que para os adeptos, este é o jogo que mais interessa ganhar, mas em termos factuais, o jogo que se aproxima com o Olympiakos FC para a segunda mão dos oitavos de final da Liga Europa é ainda mais importante.

    Só assim consigo perceber a escolha da tática (4-2-3-1), com muitos jogadores de cariz ofensivo – algo que se agradece, mas que não é habitual no técnico espanhol – e, por exemplo, o facto de deixar Bellerin no banco, colocando Cedric no seu lugar. Lacazette assume a frente de ataque, com Aubameyang a ser relegado para o banco devido a “questões do foro disciplinar”.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Leno (6)

    Cedric (6)

    David Luiz (6)

    Gabriel (6)

    Tierney (6)

    Xhaka (6)

    Partey (8)

    Smith-Rowe (7)

    Odegaard (7)

    Saka (5)

    Lacazette (7)

    SUBS UTILIZADOS

    Pepe (6)

    Willian (-)

    Elneny (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – TOTTENHAM HOTSPUR FC

    José Mourinho encontra-se numa fase mais fulgurante e muito prolífica em termos de golos marcados. Depois de um início de ano complicado nesta também complicada Primeira Liga Inglesa, o rejuvenescimento de Gareth Bale e Dele Alli trazem novas ideias à equipa, bem como dinâmicas que os adversários não estavam a contemplar.

    Para esta partida, o técnico português utiliza o habitual 4-2-3-1, com Bale, Lucas e Son no apoio direto a um Kane que está de pé quente. As trocas posicionais entre os quatro serão sempre constantes e desequilibradoras. Na defesa, regressa Doherty à titularidade.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Lloris (6)

    Doherty (5)

    Sanchéz (5)

    Alderweireld (6)

    Reguilón (6)

    Hojbjerg (6)

    Ndombele (5)

    Lucas (6)

    Bale (5)

    Son (-)

    Kane (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Lamela (6)

    Sissoko (5)

    Alli (4)

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    Carlos Ribeiro
    Carlos Ribeirohttp://www.bolanarede.pt
    Com licenciatura e mestrado em Jornalismo, Comunicação e Cultura, o Carlos é natural de um distrito que, já há muitos anos, não tem clubes de futebol ao mais alto nível: Portalegre. Porém, essa particularidade não o impede de ser um “viciado” na modalidade, que no âmbito nacional, quer no âmbito internacional. Adepto incondicional do Sport Lisboa e Benfica desde que se lembra de gostar do “desporto-rei”.                                                                                                                                                 O Carlos escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.