Em Liverpool, depois da bonança veio a tempestade?

    O campeão europeu Liverpool FC tem protagonizado uma pré-época muito aquém daquilo que era expectável. Alguns resultados negativos juntam-se a exibições pálidas, chegadas (muito) tardias de peças fundamentais da máquina de Jürgen Klopp, por força dos compromissos de seleções neste verão, e indefinições quanto ao plantel final. E o tempo está a contar pois o primeiro jogo oficial é já no dia 4 de agosto, frente ao Manchester City, a contar para a Supertaça inglesa.

    É verdade que não há campeões de pré-época e que os resultados nos jogos amigáveis não são garantia de coisa nenhuma, nem para o bem nem para o mal. Mas o facto é que, apesar de algumas vitórias contra adversários teoricamente mais acessíveis, nos jogos com grau de dificuldade mais elevado (Borussia Dortmund e Napoli), os reds perderam. E não só perderam, como mostraram estar ainda longe do futebol apresentado na época transata e que tanto encantou os seus adeptos.

    Apesar das ausências de alguns dos jogadores mais importantes, o que é facto é que o Liverpool manteve a espinha dorsal da equipa que se sagrou campeã europeia, pelo que se esperava mais da equipa nesta fase da época.

    Uma das grandes dificuldades com que Klopp teve que se debater neste defeso foi apenas poder contar com Alisson, Mané, Salah e Firmino na última semana da pré-época, a menos de uma semana do primeiro jogo oficial da época. Alisson e Firmino estiveram ao serviço do Brasil na Copa América, competição que acabaram por vencer, ao passo que Mané e Salah representaram os seus países na Taça das Nações Africanas. O treinador dos reds já sabia que teria esta contrariedade mas, ainda assim, sai prejudicado por ver estes jogadores, fundamentais na sua equipa, chegarem à Supertaça inglesa com menos de uma semana de trabalho às suas ordens.

    A equipa de Jürgen Klopp tem feito uma pré-época aquém do expectável
    Fonte: Liverpool FC

    Relativamente à pouca atividade do Liverpool neste mercado de transferências, Klopp afirmou de forma pragmática que o clube tem que pagar contas e já investiu na equipa, mas que neste momento não o está a fazer. Ainda assim, esta semana foi anunciada a contratação de Harvey Elliott, o mais jovem futebolista a estrear-se na Premier League, com 16 anos e 30 dias. No sentido contrário, fala-se muito na eventual saída de Salah ou Mané, algo que preocupa o treinador alemão e que obriga o Liverpool a procurar soluções, tendo já sido referenciados jogadores como Neymar, François Kamano, Nicolas Pepe e Franck Ribéry.

    Noutro “campo” e também apoiado por Pep Guardiola, Klopp voltou a criticar o atual “modelo” de pré-época dos clubes, que prioriza os prémios monetários e não a preparação dos jogadores para a época que se avizinha. O treinador alemão afirmou que prejudica o seu trabalho o facto de os jogadores chegarem de férias, treinarem três ou quatro dias e depois partirem em tournée para o outro lado do mundo para disputar séries extenuantes de jogos.

    E a prova de que as coisas não vão bem no atual campeão europeu foi o desentendimento recente entre Van Dijk e Klopp na derrota do Liverpool frente ao Napoli. Após o jogo o defesa holandês desvalorizou o caso mas ficou a nítida sensação que em Liverpool a euforia da conquista da Liga dos Campeões deu lugar a uma fase difícil de adjetivar mas que tem sido tudo menos tranquila. Os reds não partem como favoritos para o jogo deste domingo mas já se sabe que o Liverpool é perito em fazer aquilo que ninguém espera. No domingo todas as dúvidas serão dissipadas se depois da bonança veio a tempestade ou se o Liverpool conseguiu prolongar o seu estado de graça por mais algum tempo.

    Foto de Capa: Liverpool FC

    artigo revisto por: Ana Ferreira

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