Fàbregas | A partir dos 30 começa-se a dizer adeus

    Fàbregas vai mesmo abandonar o futebol inglês. A caminho dos 32 anos, o espaço contratual concedido a qualquer futebolista em Inglaterra é imensamente reduzido. Apenas (salvo casos excecionais) se assinam contratos de um ano quando atingido o degrau dos 30.

    O encarregado do planeamento do Chelsea FC, Sarri, segundo notícias, tentou demover o espanhol da saída. Porém, julgo que essa mesma impossibilidade contratual, aliada à preferência crónica por jovens jogadores, não ajudou. Italiano, Sarri não deve dar tanta importância à idade de um jogador: os índices físicos podem baixar, em média, um “pouquinho”, mas a experiência e consequente conhecimento do jogo são também importantíssimos.

    Apesar das ligações ao FC Barcelona, em que é indesmentível que o seu sucesso passa muito pela aquisição de capacidades de jogar futebol incutidas na “La Masia”, foi na Premier League que conhecemos o verdadeiro Cesc Fàbregas.

    Em Londres, mas não no Chelsea, sem dúvida, foi no Arsenal FC que se destacou e se apresentou ao mais alto nível, ainda bem novo, ao mundo do futebol.

    Não tem sido o mesmo jogador desde a transferência para o Barcelona, no verão de 2011. Eu e muitos achamos que, apesar das características abonarem, e muito, a favor do sucesso do médio no clube “culé”, o jogador não encontrou o seu espaço e não conseguiu superar a “concorrência”. Era um meio-campo/começo do último terço do terreno muito bem ocupado e, realmente, Fàbregas não tirava o lugar a Iniesta, nem a Xavi. A Busquets, muito menos, pois não joga tão recuado. No máximo, encaixaria no plano de jogo catalão, caso a equipa deixasse o eterno 4-3-3 e apostasse num 4-4-2.

    Foi no Arsenal que Fábregas se começou a evidenciar, ainda bem jovem
    Fonte: Arsenal FC

    Mas sou a favor de que, quando as coisas estão a roçar a perfeição, não se deve mudar grande coisa.

    E incluir Fàbregas no esquema daria confusão. Levava sempre à retirada de um excelente jogador da equipa. Chegou ao Chelsea, rival de uma equipa que capitaneou, mas em Inglaterra é um pouco como em Itália – jogar noutro grande não dá muito frenesim.

    Mesmo assim, o facto de ter sido capitão e um jogador deveras importante deu eco a certas reações, como queimar camisolas do Arsenal com o nome e número do espanhol…

    É no Chelsea que se despede, irremediavelmente, da elite do futebol mundial. A partir desta janela de transferências, e apesar de estar longe do verdadeiro Cesc Fàbregas há algum tempo, deixa um legado interessante em Inglaterra. Foi lá que passou grande parte da carreira, fazendo coisas bonitas durante esse período. Coisas de que terá, certamente, saudades. Como tal, no último jogo disputado saiu em lágrimas.

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    Vai jogar em França, segundo os média indicam, no AS Mónaco. Pelo que consigo entender, vai dar alma a uma equipa abatida, que tem um grande a comandá-la, e poderá mesmo ser o dínamo de um clube atualmente sem espírito.

     

    Foto de Capa: Premier League

     

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    Diogo Fresco
    Diogo Frescohttp://www.bolanarede.pt
    Fã de um futebol que, julga, não voltará a ver, interessa-se por praticamente tudo o que envolve este desporto, dando larga preferência ao que ocorre dentro das quatro linhas. Vibra bastante com a Seleção Portuguesa de Futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.