Falta pontaria, falta raça, falta o Liverpool!

    cab premier league liga inglesaA época passada foi de sonho. Há muitos anos que não víamos o Liverpool a lutar pelo título até à última jornada. Era uma equipa que dava prazer ver jogar: futebol ofensivo, golos para dar e vender e uma união que arrepiava. Lá na frente, Suaréz e Sturridge eram os matadores de serviço. No meio campo, o lendário Gerrard comandava as tropas. No banco, Brendan Rodgers via uma grande equipa a praticar bom futebol, o que no fim da época lhe valeu o troféu de melhor treinador da Premier League. O título acabou por lhes escapar, mas conseguiram voltar a qualificar-se para a Liga dos Campeões, muitos anos depois da última vez. Esperava-se que 2014/2015 fosse a consolidação de um sonho. Esperava-se…

    A principal saída foi a do Bota de Ouro Luis Suaréz, que rumou para Camp Nou e deixou o ataque dos reds despido. A juntar a esta saída temos a lesão prolongada de Sturridge, ou seja, o ataque que marcara uma época de sonho tinha agora desaparecido. O Liverpool não se deixou ficar e, querendo voltar aos velhos tempos de glória, investiu no mercado. As chegadas para o ataque foram promissoras: Markovic, Lambert e Balotelli.

    A equipa sofreu uma renovação e Brendan Rodgers ficou com uma equipa recheada de talento, mas talvez demasiado jovem para perceber a responsabilidade de jogar com uma camisola com tanta história. Foquemo-nos no ataque:

    Markovic– o sérvio tanto pode jogar nas alas como na frente do ataque. É rápido, sabe fazer golos e contornar vários adversários com a facilidade de poucos. O que lhe falta então? Maturidade. A meu ver, a sua saída do Benfica foi muito prematura. Deveria ter ficado na Liga Portuguesa mais uma ou duas épocas, num clube em que tivesse mais espaço e onde pudesse progredir. Com esta transferência precoce, Markovic tem ficado muito aquém do que se esperava dele.

    Lambert– o inglês já não é propriamente novo. Brilhou na última época no Southampton e esperava-se que fosse a voz da razão no último terço do campo. No entanto, parece que se esqueceu de como se fazem golos. Saiu da sua zona de conforto e não me parece que seja jogador para um clube grande. Ganhava mais em estar agora na equipa de Koeman.

    Balotelli– o ponta-de-lança italiano teve a oportunidade da vida dele. Depois da saída do Manchester City teve a oportunidade de brilhar no Milan, mas tal não aconteceu. Nem com ele, nem com nenhum outro membro de uma equipa histórica bastante apagada. Apesar disso esta era a oportunidade de Balo de voltar a um campeonato onde já deu provas de ser um goleador e em que já conquistou títulos. Como retribuiu o italiano? Com pouco. Dois golos e quatro assistências em catorze jogos são muito pouco para o dinheiro que custou e para o rótulo de estrela que desde muito novo o acompanha e que em muito poucas ocasiões tem vindo a justificar. Talvez seja uma questão de tempo, talvez não.

    Balotelli prometia, e promete. E é esse o problema, ele não para de prometer… Fonte: senior agen (Flickr)
    Balotelli prometia, e promete. E é esse o problema, ele não para de prometer…
    Fonte: senior agen (Flickr)

    Quanto às opções que já existiam no plantel, temos Sterling e o regresso de Borini, que esteve emprestado ao Sunderland na época transata.

    Sterling – tem sido o único a correr, num Liverpool apagado e desmotivado. É uma clara estrela em ascensão e não é por acaso que os tubarões da Europa não o largam. É o futuro da seleção inglesa e do Liverpool. Tem raça, técnica e uma velocidade que deixa qualquer defesa colado à linha lateral.

    Borini– após uma época no Sunderland, o italiano regressa a Anfield. Na época passada marcou doze golos em mais de quarenta jogos, um registo muito aquém do expectável. Já há muitos anos que o avançado carrega às costas o rótulo de promessa, mas nunca tem passado disso e o rótulo começa a desaparecer. Esperava-se mais deste miúdo.

    A somar a um ataque desgastado e despido, junta-se um meio-campo sem ideias e uma defesa frágil e sem confiança num guarda-redes que tem cometido demasiados erros. É importante que Brendan Rodgers aja. Ir ao mercado é obrigatório neste inverno! Esperaremos para ver se os reds conseguem dar a volta e salvar a época e entrar no próximo ano com o pé direito, ou então a época passada não terá passado de uma miragem…

    Foto de Capa: René C.Nielsen (Flickr)

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    Tomás Gomes
    Tomás Gomes
    O Tomás é sócio do Benfica desde os dois meses. Amante do desporto rei, o seu passatempo favorito é passar os domingos a beber imperial e a comer tremoços com o rabo enterrado no sofá enquanto vê Premier League.                                                                                                                                                 O Tomás escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.