📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:
- Advertisement -

cab premier league liga inglesa

Minuto 69. Os corações dos adeptos apertam com o perigo que o adversário acaba de criar. A vantagem está garantida, mas é mínima e, por isso, vulnerável. Se fosse outro jogo qualquer não havia problema, mas tratava-se da primeira oportunidade de a equipa conseguir recuperar um título que lhe fugia há cinco anos e que iria interromper o domínio dos mesmos de sempre. Aqueles rivais da mítica cidade que iam “trocando” o título entre si desde há quatro anos a esta parte. 1460 dias.

Ou seja, aquele remate perigoso que o adversário fez podia prolongar o calvário de 1460 noites dormidas como não-campeões, exactamente o oposto daquilo que supostamente estariam destinados a ser.

O sofrimento prolongou-se com o tempo e as oportunidades falhadas. O tempo que demorava o dobro daquilo que demoraria até então e as oportunidades que eram falhadas tanto de um lado como do outro e não definiam nada, deixavam tudo em aberto. Os batimentos cardíacos aumentavam, o fôlego desaparecia, o suor escorria e a preocupação agigantava-se. O cenário de se somarem 7 noites às 1460 passadas sem o rótulo de campeão era para lá de indesejável, perto de ser agoniante.

82 minutos, perigo ainda maior, mas o guarda-redes salva. Canto para o adversário. Minuto 89, mais um canto para o adversário. Minuto 90, outro, e o capitão cai no chão para tentar terminar com o sofrimento… mas só o prolongou. O árbitro dera 2 minutos de compensação, mas foram 5 os que se jogaram. O adversário habitava agora no meio-campo contrário e ia moendo o juízo dos sofredores, acentuando a ansiedade… até que três apitos soaram, e terminou.

Os corações bateram mais depressa, a respiração parou, o suor passava de corpo para corpo nos abraços dados nas bancadas e a preocupação dava lugar ao alívio. Esta era a primeira noite em 1461 que os adeptos do Chelsea iriam dormir como campeões.

Os pilares do sucesso por papéis – os quatro da defesa e “o” desequilibrador Fonte: Facebook do Chelsea
Os pilares do sucesso por papéis – os quatro da defesa e “o” desequilibrador
Fonte: Facebook do Chelsea

Para que isso acontecesse foi preciso sofrer e lutar muito, como só verdadeiros gladiadores seriam capazes de fazer. Podem-se apontar falhas técnicas num ou noutro jogo, algumas tácticas em outros tantos, mas será muito complicado encontrar uma vez em que a equipa se tenha “desposicionado” emocionalmente do objectivo que tinha em mente. Os blues foram sempre muito racionais e excelentes gestores de “caos”, quando esse fazia o favor de entrar num jogo. Mesmo no 5-3 contra o Tottenham a equipa soube reagir ao assomo de inspiração do adversário e deu aí uma grande prova da fibra do seu carácter.

Já tinha feito referência ao defeito que Mourinho apontou a si mesmo – estar sempre a melhorar. E está mesmo. No plano táctico, continua exímio, apesar das consequências nefastas que isso traz para a espectacularidade de um jogo, mas é sobretudo ao nível da inteligência emocional que vai dando mostras de que é o melhor do mundo, com tudo o que isso engloba. O nível de gestão das emoções, quase sempre à flor da pele em jogos tão intensos e competitivos como os do futebol inglês, é quase perfeito, percebendo-se o dedo do Special One.

O Chelsea foi a equipa mais adulta da Premier League e o facto de ter passado a época toda na liderança é sintomático disso mesmo. Dominou o campeonato do princípio ao fim e não cabe na cabeça de ninguém outro justo vencedor desta edição do campeonato inglês.

Mourinho iguala Manuel José no número de títulos e passa a fazer-lhe companhia no topo da classificação de treinadores com mais conquistas somadas. Reafirmou-se como o melhor de sempre, entre os técnicos lusos. Tornou-se o campeão incontestável, tal como o Chelsea deste ano.

Pedro Machado
Pedro Machado
Enquanto a França se sagrava campeã do mundo de futebol em casa, o pequeno Pedro já devorava as letras dos jornais desportivos nacionais, começando a nascer dentro dele duas paixões, o futebol e a escrita, que ainda não cessaram de crescer.                                                                                                                                                 O Pedro não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

José Mourinho aborda arbitragem: «Há um jogador do Sporting que é intocável. Manda no jogo, faz as faltas que quer e sai do jogo...

O Benfica e o Sporting empataram 1-1 na jornada 13 da Primeira Liga. José Mourinho aborda arbitragem do jogo.

Al Ahli anuncia renovação de Merih Demiral até 2029

Na passada quinta-feira, o Al Ahli anunciou a renovação de contrato do defesa-central turco, Merih Demiral, até ao ano de 2029.

Rui Borges e registo nos jogos grandes: «Não me importo de perder este tipo de jogos e vencer os outros. Assim seremos campeões»

Rui Borges esteve presente na sala de imprensa do Estádio da Luz, para reagir ao jogo entre o Benfica e o Sporting.

Sotiris Silaidopoulos antevê o encontro com o AVS SAD após série de despedimentos no Rio Ave

O técnico do Rio Ave, Sotiris Silaidopoulos, pediu consistência à sua equipa na antevisão ao jogo da Primeira Liga frente ao AVS SAD.

PUB

Mais Artigos Populares

Rui Borges e a 2ª parte: «Não fomos tão capazes de ter bola e ser o Sporting que críamos, não pela pressão do adversário,...

Rui Borges analisou o desfecho do Benfica x Sporting. Empate no Dérbi de Lisboa por 1-1 na Primeira Liga.

Richard Ríos: «Falaram que o Sporting era favorito e isso motivou-nos»

Richard Ríos analisou o desfecho do Benfica x Sporting. Empate no Dérbi de Lisboa por 1-1 na Primeira Liga.

Gonçalo Inácio e o empate no dérbi: «O resultado acaba por ser justo»

Gonçalo Inácio analisou o desfecho do Benfica x Sporting. Empate no Dérbi de Lisboa por 1-1 na Primeira Liga.