Lacazette, um jogador à Wenger

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    Muitos franceses têm sido contratados pelo Arsenal (muito se deve ao seu treinador), pelo que o facto de um deles constar como a contratação mais cara do clube londrino não é nada de estranho. Falamos da mais recente contratação deste mercado de Verão: Alexandre Lacazette, estrela do Lyon com 37 golos em 45 jogos.

    Formado e lançado em 2009 na equipa A do Lyon, só em 2011/2012 começou a jogar com alguma regularidade, ainda algumas vezes saltando do banco de suplentes (aconteceu em 14 ocasiões). Antes disso, jogou uma temporada no Lyon II, os reservas. Nas épocas seguintes o seu lugar no onze inicial foi cada vez mais solidificado, chegando ao ponto de ser o principal jogador da equipa. Chegou à Seleção do seu país este ano.

    Arséne Wenger, principal interessado em contar com os serviços do jogador, afirma que a razão pela qual resolveu pedir a sua contratação aos responsáveis do Arsenal foi o que o mesmo já demonstrou enquanto ativo do Lyon: grande qualidade de finalização, técnica apuradissima e um grande caráter.

     

    Lacazette brilhou ao serviço do Lyon  Fonte: goal.com
    Lacazette brilhou ao serviço do Lyon
    Fonte: goal.com

    Técnica é algo que o técnico francês já nos habituou a ver na sua equipa, mas falta sempre qualquer coisa para dar frutos. Frutos sumarentos, como a Premier League ou a Champions League. FA Cup, League Cup, Super Cup são frutos menos doces (mas não deixam de ser bons, atenção).

    Do meio campo para a frente, se tudo se mantiver assim, o Arsenal conta com uma constelação extremamente brilhante: Özil, o que posso dizer? Uma classe tremenda, espero que faça uma temporada consistente; Alexis, o motor da equipa, é o responsável por grande parte dos desequilíbrios ofensivos, é uma “besta”, passe a expressão… Xhaka é um grande jogador, mas na época passada apenas deu uma amostra do que pode vir a fazer; Olivier Giroud é um daqueles pontas de lança pelo qual as pessoas muito rapidamente passam do amor ao ódio, ou vice versa. É letal de cabeça, faz golos de belo efeito, em circunstâncias de aperto ou sem espaço. Coloca não apenas o pé no único sítio possível de enviar a bola às redes, mas também a forma como remata o esférico é completamente deliberada… Um homem de grandes golos, sem dúvida. Na minha opinião, o jogador é alvo de críticas negativas absurdas, muito devido ao legado que Henry deixou no clube, muito difícil de suplantar…

    Voltando ao perfil do novo número 9 do Arsenal, tenho a dizer que, teoricamente, encaixa de forma perfeita nesta equipa. O seu futebol é totalmente condizente com o praticado nos “gunners”: bastante atrativo, dá “show de bola”, tem um poder de decisão no 1×1 brutal e finaliza os lances com bastante facilidade. Essa facilidade terá prova de fogo, literalmente: é-lhe chamada “Barclays Premier League”.

    Segundo vários órgãos de comunicação social europeus, Mourinho tinha observadores que lhe transmitiam relatórios sobre as prestações do avançado em França. Penso que ao ter escolhido Lukaku em detrimento do francês, não retira qualidade a Alexandre Lacazette. Trata-se de Romelu Lukaku, um ponta de lança com quem já trabalhou (pouco tempo é verdade, mas acho isso irrelevante), que no Everton se revelou um 9 de alto gabarito e que, hoje em dia, é considerado um dos melhores do mundo na sua posição.

    O Arsenal é um clube que exporta os seus melhores jogadores. Não é um tubarão europeu. Não é como Real Madrid, Barcelona, Juventus, Bayern de Munique, clubes onde os jogadores, além de garantirem sempre presença na Liga dos Campeões, têm também boas possibilidades de a vencer. Por isso, acredito que Lacazette venha para o Arsenal para comprovar as qualidades que lhe são rotuladas e, com 26 primaveras contadas neste mesmo ano, ainda consiga alcançar o estatuto de estrela de escala mundial, seja no Arsenal ou noutro clube.

    Agilidade, virtuosismo, velocidade, classe são talentos naturais que, claro, são melhorados com o treino. O Arsenal, neste momento, tem isso tudo. A verdade é que tem tido sempre nos últimos anos. Será que Lacazette é a peça que faltava?

     Foto de Capa:

    Artigo revisto por: Beatriz Silva

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    Diogo Fresco
    Diogo Frescohttp://www.bolanarede.pt
    Fã de um futebol que, julga, não voltará a ver, interessa-se por praticamente tudo o que envolve este desporto, dando larga preferência ao que ocorre dentro das quatro linhas. Vibra bastante com a Seleção Portuguesa de Futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.