Liverpool FC 4-0 Wolverhampton Wanderers FC: Campeão goleia lobos desinspirados

    A CRÓNICA: LIVERPOOL FC ENCONTROU UMA MATILHA DE CORDEIROS

    Voltou-se a cantar o You’ll Never Walk Alone esta noite em Anfield Road, no dia em que os habitantes da cidade dos Beatles puderam voltar à sua casa para ver o campeão inglês, Liverpool FC, a receber a equipa mais portuguesa da história da Premier League, o Wolverhampton Wanderers num jogo a contar para a 11.ª jornada da Liga inglesa. À partida, é de destacar que os Reds tiveram de alinhar com muitos suplentes, uma vez que continuam a ser assolados por uma maré de azar no que às lesões diz respeito. Os Wolves também não contaram com o seu matador predileto, Raúl Jiménez, ainda a recuperar do violento choque com David Luiz na vitória dos lobos sobre os Gunners na 10.ª jornada.

    Não foi o início do jogo que ajudou a aquecer a noite fria em Liverpool. Atipicamente, o primeiro remate dos Reds surgiu apenas quando corria o minuto 11 de jogo. Depois dum bom cruzamento de Robertson, faltou a Mané estar em melhor posição para que o seu cabeceamento incomodasse Rui Patrício. A primeira grande oportunidade de golo nasceu pouco depois, aos 17 minutos, quando Daniel Podence tentou picar a bola por cima do guarda-redes irlandês Kelleher, que se esticou todo para fazer uma grande defesa e evitar o golo inaugural da partida para os Wolves.

    Apesar dos Wolves terem mais remates à passagem dos 20 minutos, Mo Salah não precisa de muitas tentativas para causar estragos – e assim o foi. Num erro colossal, o defesa inglês Conor Coady quase assistiu o egípcio ao parar a bola com o peito na sua grande área. Salah viu-se sozinho em frente a Rui Patrício e não perdoou. Ao minuto 24, o marcador passou a mostrar 1-0 a favor da equipa da casa.

    Numa altura em que o Liverpool até tentava arrefecer o jogo, a Kop explode de revolta ao minuto 44 quando Conor Coady cai na área dos Reds e o árbitro Craig Pawson aponta para a marca do castigo máximo. Depois de consultar as imagens tratadas pelo VAR, o juiz inglês reverteu a decisão e o defesa, já ligado por maus motivos ao primeiro golo, sai para o intervalo vaiado pelas duas mil pessoas presentes em Anfield.

    O Liverpool veio mais animado para a segunda parte e, aos 46 minutos, mostrou ao que vinha com um bom remate do Sadio Mané. Valeu, como sempre, a atenção de Rui Patrício a evitar males maiores para a formação dos Wolves. O senegalês volta a ficar perto do 2-0 aos 51 minutos: Salah faz um passe a 30 metros para Robertson, passa antecipadamente a Mané que chuta para fora. Bonita, a jogada do campeão.

    Algo contra a corrente do jogo, os Wolves iam empatando a partida aos 57 minutos por intermédio do Conor Coady, mas valeu um corte monumental de Fabinho. Na jogada seguinte, um passe de costa a costa de Henderson encontra Gini Wijnaldum que, sem linhas de passe disponíveis, só tem olhos para a baliza e marca um dos golos da jornada. 2-0 para os Reds à passagem da hora de jogo. Depois disto, o domínio do campeão só foi ficando mais evidente. Aos 67 minutos, foi a vez de Joel Matip celebrar junto da Kop, depois de usufruir dum cruzamento com régua e esquadro de Mo Salah e fazer o 3-0.

    Depois disto, pouco mais jogo houve. De destacar a entrada da nova estrela da companhia, Diogo Jota, contra o seu antigo emblema. Aos 77 minutos, Nélson Semedo com alguma infelicidade à mistura coloca a bola dentro da própria baliza e o marcador passa a mostrar 4-0 a favor da equipa da casa.

    O Liverpool bateu os lobos com relativa facilidade e indiscutível justiça. Ainda não foi desta que os Wolves conseguiram voltar a bater os Reds na Premier League – já não acontece desde 2010. Com a vitória, o campeão inglês sobe ao primeiro lugar, que vai continuando a dividir com o sensacional Tottenham de José Mourinho.

     

    A FIGURA

    Mohamed Salah – Empurrado pelos dois mil adeptos que tiveram o privilégio de ir à Kop, o rei egípcio foi o melhor em campo tendo assinado um golo e uma assistência. Conseguiu não desligar desde o primeiro minuto de jogo e presentear os adeptos dos Reds com mais uma exibição memorável em Anfield. É escusado dizer, mas também bom relembrar: Salah é um fora de série.

     

    O FORA DE JOGO

    Conor Coady – Uma assistência para o Salah, uma tentativa de ‘cavar’ um penálti, uma ocasião flagrante falhada e uma assobiadela monumental. A realização da Premier League foi apanhando os momentos em que Coady mereceu ser destacado na partida, e todos eles ficam relembrados pelos piores motivos. Como se sabe, a plateia inglesa não perdoa. Joga sujo, vai ouvir das boas… E hoje, o inglês nem tinha onde se esconder.

     

    ANÁLISE TÁTICA – LIVERPOOL FC

    Como é costume, o carismático Jürgen Klopp desenhou um 4-3-3 para defrontar os Wolves. Ao pensar o jogo, pretendia apostar nas transições rápidas e na pressão elevada para impedir o primeiro momento de construção da formação adversária que, a bom rigor, nem aconteceu muitas vezes devido à urgência do Wolverhampton em colocar rapidamente a bola nas alas. O Liverpool teve muita posse de bola e, a seu jeito, soube ler perfeitamente todos os momentos do jogo: quando acelerar, quando arrefecer, quando gerir. No aspeto tático, uma exibição irrepreensível da turma de Klopp.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Caoimhin Kelleher (7)

    Neco Williams (6)

    Joel Matip (7)

    Fabinho (7)

    Andy Robertson (7)

    Curtis Jones (5)

    Jordan Henderson (7)

    Gini Wijnaldum (8)

    Mohamed Salah (9)

    Sadio Mané (7)

    Roberto Firmino (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Trent Alexander-Arnold (6)

    Diogo Jota (-)

    Naby Keita (-)

     

    ANÁLISE TÁTICA – WOLVERHAMPTON WANDERERS FC

    Nuno Espírito Santo levou a jogo o habitual sistema de 3-4-3 para tentar conquistar a primeira vitória dos Wolves sobre o Liverpool para a Premier League desde 2010. O fio de jogo pensado pelo português passou pela concentração defensiva para evitar as incursões dos Reds e qualidade na colocação das bolas longas para lançar as flechas que tem nas alas, Traoré e Pedro Neto. Ambos foram dando muito trabalho às laterais defensivas da equipa da casa. Conclui-se que a estratégia de NES não chegou para fazer frente a um Liverpool, que foi empurrado pelos 2 mil adeptos na Kop.

     

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES 

    Rui Patrício (5)

    Willy Boly (5)

    Conor Coady (3)

    Leander Dendoncker (5)

    Nélson Semedo (5)

    João Moutinho (6)

    Rúben Neves (5)

    Marçal (6)

    Adama Traoré (7)

    Pedro Neto (7)

    Daniel Podence (6)

    SUBS UTILIZADOS

    Fábio Silva (5)

    Rayan Ait Nouri (-)

    Vitinha (-)

     

     

     

     

     

     

     

     

     

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    Diogo Dá Mesquita
    Diogo Dá Mesquitahttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo é licenciado em Jornalismo pela Universidade Católica. Também tirou o curso de árbitro na Associação de Futebol de Lisboa. Tinha 8 anos quando começou a perceber a emoção que o desporto movia. No espaço de quinze dias, observou a família a chorar de alegria o golo do Miguel Garcia em Alkmaar, a tristeza da derrota em Alvalade contra o CSKA o ensurdecedor apoio dos adeptos do Liverpool enquanto perdiam a final da Liga dos Campeões por 3-0. Hoje, e cada vez mais apaixonado por futebol, continua a desenhar o seu percurso para tentar devolver a esta indústria tudo o que dela já recebeu.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.