Man. City 4–1 Tottenham: Ao ritmo do tango!

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    Hoje foi dia de jogo grande no Ethiad, com o Tottenham a visitar o Manchester City. O City apresentou-se com algumas alterações – de realçar o regresso de Demichelis ao onze titular e a troca de Yaya Touré e Fernandinho por Fernando e Lampard no meio-campo. Do lado da equipa londrina, um quarteto ofensivo constituído por Eriksen, Chaldi, Lamela e Soldado entusiasmava.

    A tabela classificativa e o historial de jogos faziam prever um jogo altamente competitivo, com o City a lutar para não deixar o Chelsea fugir ainda mais na tabela e o Tottenham a deixar tudo em campo num terreno difícil, onde perderam por 6-0 na época passada, e com vontade de inverter o péssimo rácio de 2 vitórias em 8 jogos em todas as competições.

    O facto de os spurs virem de uma vitória frente à equipa sensação da época, o Southampton, fazia esperar uma equipa moralizada e com vontade de encarrilhar numa senda de vitórias. Tal não aconteceu.

    O jogo começou bem, com as duas equipas a disputarem o meio-campo e a chegarem ao último terço do terreno através das alas. Logo ao sétimo minuto, Mason falhou o golo na cara de Joe Hart – mérito para o guarda-redes internacional inglês. Poucos minutos demorou o entusiasmo do Tottenham. O City rapidamente pôs o “pé no acelerador” e cimentou-se no meio-campo adversário. Não demorou muito tempo até conseguir fazer o golo – aos treze minutos vimos Aguero parado no meio da grande área à procura de alguém em quem colocar a bola. Mas enganou-nos. O argentino, num movimento rápido e inesperado, tira Kaboul do caminho e com um remate colocado ao canto inferior direito, fez o primeiro golo do encontro. Mas a vantagem não demorou muito. Volvidos dois minutos, grande erro defensivo de Fernando, que viu a bola ser roubada por Mason. Este colocou a bola em Soldado, que faz um passe para o lado direito do terreno onde apareceu Eriksen para fazer o golo do empate com potência e precisão.

    Eriksen fez o único golo do Tottenham na partida  Fonte: The Guardian
    Eriksen fez o único golo do Tottenham na partida
    Fonte: The Guardian

    O jogo continuou bem disputado e com um empate a afigurar-se como sendo o resultado mais justo. E era. O Tottenham estava bem no jogo, pelo menos até Lamela ter-se lembrado de cometer uma verdadeira infantilidade – o jovem internacional argentino, que esteve desaparecido todo o encontro e que quando foi chamado a intervir foi sempre lento e pouco eficaz, teve a infeliz ideia de empurrar o experiente médio Frank Lampard dentro da sua grande área. Penalty claro. Quem foi chamado a converter? Aguero. O argentino não facilitou diante de Hugo Lloris e bisou no encontro. Aos 20 minutos, parecia que estávamos a ver aquele que viria a ser um grande jogo. Mas apenas parecia. Após o segundo golo do City o rendimento dos spurs começou a cair e Eriksen e Chadli eram os únicos com vontade de jogar à bola. No sector defensivo, Danny Rose via-se atrapalhado para conseguir parar as combinações entre Sagna e Jesús Navas.

    Quando o jogo começava a ganhar um bom ritmo, com um futebol rápido, directo e forte, Lampard lesionou-se. Para o seu lugar entrou Fernandinho. E logo o ritmo decaiu – não pela saída do ex-blue, mas porque aos 32 minutos Kaboul fez um carrinho completamente fora de horas e derrubou Silva dentro da sua área. Aguero foi novamente chamado a converter e, quando já cheirava a hat-trick, o argentino… falhou. O City assumiu o comando do jogo, com grande destaque para Milner e David Silva. O primeiro a romper na ala esquerda com força e a entregar muito bem a bola, o segundo a descobrir linhas de passe e a mandar no meio-campo.

    Antes do intervalo há que assinalar uma grande jogada de Eriksen que só não deu em golo graças à lentidão de Lamela e a uma grande defesa de Joe Hart, bem como um penalty que ficou por assinalar por mão de Sagna na área do City e que podia ter ditado um outro rumo do jogo. Antes de a bola regressar ao meio-campo ainda houve tempo para mais um capítulo no duelo entre Aguero e Lloris, com o francês a levar melhor, com uma grande defesa após um bom remate à entrada da área do internacional argentino.

    Aguero protagonizou uma exibição de sonho  Facebook Oficial do Man City
    Aguero protagonizou uma exibição de sonho
    Facebook Oficial do Man City

    A segunda parte começava com a esperança de um Tottenham forte, atacante e com vontade de inverter o resultado. E teve oportunidade para isso! Aos 60 minutos foi assinalado penalty a favor dos spurs. Falta de Martin Demichelis sobre Soldado (com algumas dúvidas se foi ou não dentro de área), e o espanhol a permitir a defesa de Joe Hart. A exibição apagada e triste da equipa londrina continuava e agravava-se com mais um penalty. Falta de Fazio sobre Aguero. Um acto escusado e que levou à expulção do ex jogador do Sevilha. Aguero voltou a ser chamado a converter e desta vez não desperdiçou:  hat-trick! O argentino, que até agora tinha sido um desequilibrador no último terço do terreno, aproximava-se de Diego Costa no topo da lista dos melhores marcadores da Premier League.

    Com um jogador a menos, Pochettino viu-se obrigado a fazer entrar Vertonghen e a fazer um jogo contido na esperança de não sair novamente goleado do Ethiad. E sabem que mais? Novamente tal não aconteceu. Aos 75 minutos, após um brilhante passe de Sagna a desmarcar Aguero, o internacional argentino efectuou uma grande recepção e arrancou em direcção à área adversária, onde fintou um, fintou dois e atirou para o fundo das redes. Grande golo. E poker de Kun Aguero. O argentino a afirmar-se como artilheiro de serviço dos citizens. Depois do 4-1, o jogo perdeu ritmo e atitude. Até aos 90 apenas há a assinalar uma bomba de Milner ao poste e, já no tempo de compensação, um penalty de Kompany sobre Towsend que ficou por assinalar. Kompany que teve muita sorte em terminar o jogo sem cadastro!

    Este Tottenham desilude. Apenas 2 vitórias em 9 jogos. É triste. E esta equipa dá para mais e é difícil de compreender exibições de jogadores como Lamela, que, apesar de um bom arranque de temporada, tem muitas lacunas, sobretudo a nível defensivo. Danny Rose também não me parece ser a melhor opção para o lado esquerdo da defesa. É jovem mas ainda não tem qualidade suficiente para conquistar um lugar no onze do Tottenham. A juntar a isto tivemos uma exibição muito fraca de Kaboul, com muitas falhas de marcação. Foi triste ver que apenas os jovens Eriksen e Chadli eram os únicos com vontade de dar resposta.

    Aguero marcou dois penalties e falhou um  Fonte: The Guardian
    Aguero marcou dois penalties e falhou um
    Fonte: The Guardian

    Por outro lado, o City entusiasma! Mesmo sem jogadores como Yaya Touré, Nasri ou Dzeko, o clube de Machester apresenta soluções de alto nível e um futebol ofensivo. Milner tem aproveitado da melhor forma a lesão de Nasri, e tem ganho o seu espaço na equipa. E é um espaço mais do que merecido. Na frente, Aguero e Silva deixam-me de água na boca, com pormenores e passes esplêndidos do espanhol e com arrancadas, fintas e finalizações do argentino. Por outro lado, realçar que a defesa dos campeões em título tem as suas lacunas e hoje assistimos a um Kompany muito faltoso e a um Demichelis imprudente.

    Pochettino assinalou aqui mais uma fraca exibição, mas a verdade é que se aquele penalty de Sagna tivesse sido assinalado o jogo certamente decorreria de outra forma! Esperemos para ver como reagem os spurs e em que posição fica o treinador argentino.

     

    A Figura

    Kun Aguero, Hugo Lloris e James Milner – o argentino só podia ser a figura do jogo ao assinalar um poker. Parece que as lesões não destruíram o instinto matador do avançado! Hugo Lloris, apesar de ter sofrido quatro golos, não teve culpa em nenhuma deles e foi o responsável pelo resultado não ter sido mais avantajado tendo feito frente a Kun Aguero. Por último, há que salientar a grande exibição de Milner. Passes certos, arrancadas fogosas e remates perigosos (uma bola ao poste, inclusive) fazem deste jogador um motor de jogo eficaz em qualquer sector do terreno.

    O Fora-de-Jogo

    Lamela, Kaboul e Fernado: O internacional argentino em tem muito que fazer para compensar o avultado investimento feito nos seus direitos económicos e desportivos. O extremo comete muitos erros: falha passes, falha na cobertura defensiva e demora com a bola nos pés. Esta exibição foi decepcionante. Kaboul teve uma exibição triste. Não deu conta de Aguero e cometeu um penalty. Falhas de concentração e de marcação. Por último temos Fernado, teve uma exibição para esquecer. Falhou passes e cometeu vários erros defensivos. Precisa de crescer para ser uma figura neste meio campo!

     

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    Tomás Gomes
    Tomás Gomes
    O Tomás é sócio do Benfica desde os dois meses. Amante do desporto rei, o seu passatempo favorito é passar os domingos a beber imperial e a comer tremoços com o rabo enterrado no sofá enquanto vê Premier League.                                                                                                                                                 O Tomás escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.