Manchester United FC 1-1 Wolverhampton Wanderers: Aprendiz dá uma boa lição ao mestre

    Apesar de ser uma equipa recém-promovida, o Wolverhampton provou mais uma vez que continuará a ser um adversário complicado para os grandes emblemas da Premier League. A equipa de enorme contingente português, orientada por Nuno Espírito Santo, deslocou-se a Old Trafford e empatou a um golo com o Manchester United do treinador José Mourinho. O Wolves já conseguiu roubar pontos às duas equipas de Manchester, empatou com o City na terceira jornada do campeonato inglês.

    Primeiro tempo começa com o Wolves mais por cima do jogo. O conjunto de West Midlands continua a mostrar que regressou à Premier League para defrontar os melhores adversários ‘olhos nos olhos’. Posse de bola e variar o jogo do flanco esquerdo para o direito foi a aposta mais visível dos mandados de Nuno Espírito Santo. Em detrimento disso, a participação de Diogo Jota e Jonny Castro não teve grandes momentos a registar pois desse lado quem defendia era Smalling e Valencia.

    Logo aos seis minutos, Hélder Costa recebeu uma bola longa dos centrais para o corredor direito, ultrapassou Luke Shaw com facilidade até perto da linha final. No meio da grande área estava Raúl Jiménez que recebeu um passe do português, mas com a bola controlada de costas para a baliza. O mexicano consegue rodar para rematar. De Gea faz uma defesa à andebol, com os pés.

    João Moutinho fez o golo do Wolverhampton
    Fonte: Wolverhampton Wanderers FC

    Entre o minuto 13 e 16, dois cantos perigosos vindos do lado direito, a ala preferida do Wolves para atacar os ‘red devils’. Bennett saltou mais alto que Pogba à entrada da área para cabecear e a bola passou por cima da baliza do United. O outro central Boly também desfere um cabeceamento perigoso depois de fugir à marcação de Lindelöf. De Gea defende à primeira para a frente e agarra depois, na recarga.

    O Wolverhampton esteve em maior destaque no primeiro tempo até ao minuto 18, altura em que é o Manchester United a abrir o marcador. A primeira jogada de real perigo a favor da equipa de José Mourinho começou com um cruzamento de Aléxis Sanchéz afastado por Coady. A bola vai para à entrada da área, onde estava Pogba para fazer um passe rasteiro magistral para Fred, zona onde estava Rúben Neves, mas não conseguiu intercetar. Também com a bola colada à relva de Old Trafford, o médio brasileiro remata de primeira para o fundo das redes da baliza de Rui Patrício (1-0). Mesmo no cantinho esquerdo. Estava feito o primeiro golo de Fred em Inglaterra, reforço contratado pelo Manchester United ao Shakthar Donestsk.

     

    O golo da equipa da casa permitiu subir mais um pouco no terreno. Todavia, o Wolverhampton não se desgrudou da estratégia que esteve bem patente ao longo da partida: aproveitar-se das fragilidades defensivas de Luke Shaw e Victor Lindelöf perante Doherty e Hélder Costa e procurar dominar a posse da bola, procurando as outras referências no ataque.

    Já o Manchester United, como já é esperado com Mourinho, assumia uma postura mais defensiva, mas sempre a espreitar um contra-ataque com vários elementos, sempre em troca de bola progressiva. Quando marcaram o golo, os ‘red devils’ conseguiram jogar mais à volta da área do Wolves, mas não foi uma tarefa fácil. Esta boa primeira parte fechou com mais uma defesa estupenda de Rui Patrício após livre de Pogba. Um jogo do Wolverhampton não pode deixar de ter uma defesa do guardião da Seleção Nacional.

    Segundo tempo começa equilibrado e a primeira jogada de perigo foi semelhante àquela que deu o mote na primeira parte. Hélder Costa, novamente pelo corredor direito e pressionado por Luke Shaw, consegue passar para Raúl Jimenéz já em queda perto da linha final. O mexicano, outra vez de costas para a baliza do United, passa para João Moutinho que estava à entrada da área na meia lua. O português remata de primeira com o pé esquerdo e deixa De Gea sem reação, pregado ao chão (1-1).

     

    O Manchester United aumentou a pressão sobre o Wolverhampton e subia mais no terreno. Os alas de Espírito Santo estavam mais desgastados, Mourinho e Rúben Neves no meio estavam mais bloqueados para subir no campo e Raúl Jiménez foi obrigado a descer para o campo. No entanto, há uma clara falta de ideias na dinâmica atacante dos ‘red devils’. Fellaini continua a ser aposta de Mourinho e Paul Pogba tem momentos bons, de elevada inspiração e fora de série, durante o jogo, mas continua a não chegar para catapultar os melhores atributos de Aléxis Sanchéz no lado esquerdo e de Lukaku no centro do ataque. Bolas no ar e remates de longe não chegaram e o Wolverhampton conseguiu interpretar bem esses movimentos que às vezes resultam para um United, que a nível defensivo foi quase 100% eficaz.

    Várias recuperações e contra-ataques permitiram o Wolves fazer o brilharete em Manchester. À entrada para os cinco minutos de compensação em Old Trafford, Adama Traoré – que substituiu o desgastado Hélder Costa – ainda pôs os mais de 74 mil adeptos no estádio em suspenso com um remate potente perto do poste direito que obrigou De Gea a usar os pés outra vez. O hispano-maliano formado no Barcelona esteve perto para repetir a façanha de entrar e marcar perto do fim, tal como na última jornada em Londres, frente ao West Ham, quando o Wolves venceu por 0-1.

    O empate nesta partida é aceitável, mas a nível exibicional os visitantes foram os vencedores. O aprendiz de fato de treino Nuno Espírito Santo deu uma boa lição ao mestre de fato mais sofisticado José Mourinho.

     

    Onzes iniciais:

    Manchester United:  De Gea; Valencia, Lindelöf, Smalling e Shaw; Fellaini, Fred (Martial 62’) e Pogba; Lingard (Andreas Pereira 64’), Alexis Sanchéz (Juan Mata 62’) e Lukaku.

    Wolverhampton Wanderers: Rui Patrício; Boly, Coady e Bennett; Jonny Castro, Ruben Neves, João Moutinho (Saïss 79’) e Doherty; Diogo Jota (Gibbs-White 86’), Hélder Costa (Adama Traoré 74’) e Raúl Jiménez.

    A FIGURA

    Fonte: Wolverhampton Wanderers

    Hélder Costa – Uma autêntica mota e a chave da estratégia da visita do Wolverhampton a Old Trafford. Muito se apostou que os centrais equipa de Espírito Santo jogassem para os alas direitos. Mais à frente de Doherty estava o português Hélder Costa que não deu descanso a Luke Shaw e a Lindelöf. Velocidade e técnica adjetivam o português que já vai na terceira época no Wolves. A jogada do golo do empate começa em Hélder Costa, tal como muitas outras combinações que causaram perigo à defensiva do Manchester United. A estratégia de alinhar com quatro alas está a dar frutos ao Wolverhampton, mas nesta tarde em Manchester só resultou no lado direito. NES tira Hélder Costa, super desgastado, a 15 minutos do fim para refrescar a ala e com razão.

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    Francisco Correia
    Francisco Correiahttp://www.bolanarede.pt
    Desde os galácticos do Real Madrid, do grandioso Barcelona de Rijkaard e Guardiola, e ainda a conquista da Liga dos Campeões do Porto de Mourinho em 2004, o Francisco tem o talento de meter bola em tudo o que é conversa, apesar de saber que há muitas mais coisas que importam. As ligas inglesa e alemã são as suas predilectas, mas a sua paixão pelo futebol português ainda é desmedida a par com a rádio. Tem também um Mestrado em Jornalismo na Escola Superior de Comunicação Social, em Lisboa.                                                                                                                                                 O Francisco não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.