Os ligamentos cruzados de Payet

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    De bestial a besta. Quantas vezes ouvimos esta expressão para descrever o momento de um jogador ou treinador? Certamente algumas. Esta aplica-se quando alguém que é adorado pelos que o seguem passa a ser odiado por algo que tenha feito ou dito, e pode ser perfeitamente usada para classificar o momento de Dimitri Payet no West Ham. Principal estrela da equipa de Bilić na época anterior, o francês mostra-se agora relutante a voltar a atuar pelos hammers, fazendo soar os alarmes no Olímpico de Londres, que começa já a ser palco dos atos de desagrado dos adeptos em relação ao assunto.

    Na ressaca de uma época gloriosa para a equipa de Londres, na qual conseguiu uma das melhores classificações da sua história que culminou com o apuramento para as fases de qualificação da Liga Europa, muita coisa mudou no West Ham, começando pela mudança de estádio e a inerente troca do mítico Boleyn Ground, que testemunhou os melhores momentos da história do cube, pelo renovado Olímpico de Londres, palco dos Jogos Olímpicos de 2012. A isso acrescenta-se ainda a alteração do símbolo, ainda que não com um impacto tão grande como a do estádio.

    Payet, no seu período de "bestial" para os adeptos dos Hammers Fonte: West Ham
    Payet, numa altura em que era “bestial” para os adeptos dos Hammers
    Fonte: West Ham

    A nova época na nova casa não tem corrido bem, há muitos jogadores recém-chegados a atuar de início na equipa, o que pode ter quebrado o processo que o técnico iniciou nas épocas mais recentes, processo esse que acentava também na criatividade e imprevisibilidade do génio vindo do Marselha – Payet. Ao longo das últimas duas épocas, o francês evidenciou-se como figura de cartaz dos plantéis de Slaven Bilić, e o público do Upton Park acolheu-o como ídolo e passou desde aí a idolatrá-lo, dedicando-lhe até um cântico iniciado pela frase “We’ve got Payet”, no qual os adeptos chegavam mesmo a enunciá-lo como um jogador com qualidades superiores às do compatriota Zidane. Mas então, o que levou os adeptos a passar do “We’ve got Payet” para o atual “F*** off Payet” que se faz ouvir nas bancadas? É simples, o idolatrado Payet não quer voltar a jogar pelo clube que o deu a conhecer ao mundo, como confirmou o seu treinador à imprensa há alguns dias atrás.

    E se se pensava que a época do West Ham não podia piorar, aqui está a prova de que se pensava mal. Payet é, sem dúvida, o jogador com melhores qualidades técnicas do plantel e está no lote dos melhores jogadores da Premier League, valências que o fizeram ser recompensado com a convocatória para o Euro 2016, onde se destacou ao serviço da vice-campeã França.

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    Nuno Couto
    Nuno Coutohttp://www.bolanarede.pt
    Nascido no seio de uma família portista, o Nuno não podia deixar de seguir o legado e faz questão de ser um membro ativo na ação de apoiar o seu clube, sendo presença habitual no Estádio do Dragão, inserido na claque Super Dragões. Para ele, o futebol é quase uma terapia, visto que quando está a assistir a algum jogo se esquece de todos as preocupações. Foi futebolista federado, mas acabou por entender que o seu papel era fora das quatro linhas, e também para seguir os estudos em Novas Tecnologias da Comunicação.                                                                                                                                                 O Nuno escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.