No Sport Lisboa e Benfica, o grande destaque na ofensiva dos últimos anos tem sido Jonas, cujo número de golos é desafiado apenas pelo seu número de lesões. Assim, quando o brasileiro se encontrava indisponível, ou apenas parcialmente disponível, surgia no seu lugar um avançado mexicano contratado ao Atlético de Madrid: Raul Jiménez. Hoje, esse mexicano está a libertar-se da sua pele de super substituto e, com o Wolverhampton Wanderers FC, na Premier League, está finalmente a assumir o papel de protagonista.
Jiménez nunca apresentou números particularmente relevantes em Portugal. Em 120 jogos pelas águias (mais de 50 deles saído do banco), registou 31 golos e 15 assistências. Na sua melhor época, conseguiu sete tentos na Liga Portuguesa. Embora competente e sempre apto para ter impacto na partida, os adeptos nunca o viam como um potencial titular na equipa. A sua regularidade era posta em causa e, quando Jonas se lesionou na segunda metade da época passada, Rui Vitória lançou Jiménez mais vezes no onze inicial, mas o mexicano ficou aquém das expectativas, confirmando o seu estatuto como um super substituto, nada mais.
O seu melhor momento de encarnado surgiu na final da Taça de Portugal de 2016/2017, ao registar o primeiro de dois golos na vitória do Benfica (2-1) frente ao Vitória Sport Clube. Aqui, o mexicano mostrou que tinha a capacidade de surgir em momentos decisivos e ajudar a equipa. Uma mentalidade que em muito ajudou o Benfica na conquista do seu tetracampeonato, em 2017. Ainda assim, não foi suficiente para o manter no Estádio da Luz, e Nuno Espírito Santo, que treinou o Futebol Clube de Porto entre 2016 e 2017, decidiu que, para o regresso dos Wolves ao principal escalão do Futebol inglês, precisaria de Raul Jiménez.
Segundo o site desportivo Goal.com, os Wolves estão dispostos a pagar 30 milhões de libras (uma transferência recorde para o clube) de modo a tornar o seu empréstimo numa transferência permanente. Mas Jiménez ainda não parece disposto a assumir esse compromisso, afirmando, em declarações ao jornal Mirror, que no fim da época é que irá tomar a sua decisão.
Esta hesitação da parte do mexicano é difícil compreender: está a jogar o melhor futebol da sua carreira, numa liga com projeção mundial e ao serviço de uma equipa com grande margem de progressão. Resta saber se o avançado muda de ideias e continua a dar aos adeptos do Wolves razões para celebrar.
Foto de Capa: Wolverhampton Wanderers FC