Tottenham Hotspur FC 1-3 Liverpool FC: Locomotiva dos reds deixa Londres a todo o vapor

    A CRÓNICA: BOMBA DE HOJBJERG ANIMOU, MAS BOMBA DE ARNOLD ARRASOU

    Spurs e Reds enfrentavam-se no Tottenham Hotspur Stadium com vista a entrada no “top four” da principal prova das terras de Sua Majestade. De um lado, a turma de Mourinho em aparente recuperação depois da queda do primeiro lugar.

    Do outro lado a turma de Klopp, que ainda não tinha marcado golos no campeonato em 2021. A surpresa veio da equipa da casa, com a intromissão de Joe Rodon no onze inicial para tentar parar o tridente ofensivo do adversário.

    Logo no segundo minuto, Salah isolou Mané e o senegalês falhou escandalosamente o primeiro do jogo. A resposta não se fez tardar e foi tão rápida quanto cruel; Son combinou com Kane e isolado pelo capitão inglês atirou para o fundo da baliza de Alisson. No entanto, após revisão do VAR, o resultado voltou ao nulo por ligeiro adiantamento do coreano.

    A tendência de parada e resposta manteve-se por 10 minutos, altura em que os visitantes assumiram as rédeas da partida. Os da casa limitavam-se a jogar no contra ataque, momento em que se revelaram muito competentes e bem podiam ferir a equipa de Klopp. No entanto, só aos 37 minutos voltaram a rematar à baliza, por Kane, sem perigo.

    Os reds pecavam a capitalizar o volume ofensivo, principalmente por Mané. Após belo entendimento com Salah aos 24’ e 42’, o camisola “10” atirou por duas vezes à figura do guardião campeão mundial de seleções.

    Para mal dos planos de “Mou”, a defesa do Tottenham cedeu no último dos quatro minutos de compensação da primeira parte. O belo passe de Henderson castigou o posicionamento péssimo de Ben Davies e Mané, depois de recolher de peito, só teve de servir Firmino para o primeiro da noite.

    Os spurs teriam de alterar muito na segunda parte, mas começaram da pior forma. Logo no primeiro minuto, Firmino demorou na finalização quando estava isolado e a jogada perdeu-se. No minuto seguinte, num remate inofensivo de Mané, Lloris sacudi, Doherty demorou-se na oposição e Arnold disparou para o 0-2.

    A resposta dos londrinos não podia ser melhor; com a equipa balanceada para o ataque, chegaram ao golo logo na primeira tentativa. Bergwijn atraiu dois opositores, deixou para Hojbjerg que disparou forte e colocado para lá de um Alisson colado ao relvado.

    Redução feita e incerteza no resultado de volta ao jogo. O golo que podia significar incerteza no resultado acabou por marcar a despedida da equipa de Mourinho do jogo. A partir de então não mais se viu Tottenham HFC em campo.

    Processos simples, mas desligados. Muita correria e pouca assertividade. Ficava a sensação que com alguma frieza o Liverpool FC podia embalar para uma goleada. Aos 56’ só a mão de Firmino na construção do lance impediu que o golo de Salah fosse legal. No entanto, aos 65’, Mané aproveitou um erro de abordagem do jovem Rodon e coroou uma excelente exibição com um remate potente e indefensável.

    Resultado justo e que premeia a únicia equipa com processos ofensivos assimilados e executados. Do outro lado houve um exagerado apoio na qualidade individual de Kane e Son. E quando faltou Kane (substituído por lesão), Son apagou-se, Mourinho resignou-se e o Liverpool FC aproximou-se novamente do topo. Sétima vitória consecutiva dos reds contra os spurs e entrada no “top four”.

    A FIGURA

    Sadio Mané – Selou a vitória dos reds numa altura em que os londrinos ameaçavam crescer na partida. Além do golo, esteve em posição de finalização por mais três vezes e ainda assistiu Firmino para o primeiro da noite. Uma noite bastante positiva para o atacante africano, em clara oposição aos jogos anteriores, onde apareceu sem brilho e fulgor. Old Mané is back.

    O FORA DE JOGO

    Steven Bergwijn – Apesar da assistência para Hojbjerg – sem qualquer brilhantismo, diga-se – o holandês esteve apagado e totalmente desligado da partida. Foi substituído por Bale aos 81 minutos sem qualquer remate efetuado, nenhum drible tentado e 14 perdas de bola.

     

    ANÁLISE TÁTICA – TOTTENHAM HOTSPUR FC

    A necessidade de parar um ataque poderoso, apesar da seca de golos que atravessava, levou Mourinho a adaptar a defesa a cinco. Num 5-2-3, o Tottenham HFC entregou as tarefas ofensivas exclusivamente a Bergwijn, Kane e Son.

    Numa formação em que os laterais podiam oferecer soluções ofensivas, Doherty e Aurier estiveram remetidos à muralha que separava Lloris e o ataque do Liverpool FC. A entrada de Joe Rodon para a linha defensiva traria, em teoria, mais músculo e altura, mas a verdade é que por ali Mané passou e abusou da profundidade.

    O único elemento que fazia a ligação desta tração totalmente defensiva à linha de ataque foi Ndombele. O francês esteve exímio nesse papel em grande parte do jogo. A lesão de Kane matou por completo as expectativas de ferir em transições rápidas e em nada ajudou a noite apagada de Lamela, Bergwijn e Bale.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Hugo Lloris (7)

    Serge Aurier (6)

    Joe Rodon (5)

    Eric Dier (6)

    Ben Davies (6)

    Matt Doherty (6)

    Tanguy Ndombele (7)

    Pierre-Emile Hojbjerg (7)

    Heung-Min Son (6)

    Harry Kane (5)

    Steven Bergwijn (5)

    SUBS UTILIZADOS

    Erik Lamela (6)

    Harry Winks (6)

    Gareth Bale (5)

     

    ANÁLISE TÁTICA – LIVERPOOL FC

    O habitual 4-3-3 dos reds conheceu nova dupla de centrais; Matip e Henderson integraram a linha defensiva na companhia dos titularíssimos Arnold e Robertson. A saída do camaronês ao intervalo em nada beliscou a noite tranquila deste quarteto. Mesmo com a entrada de Nathaniel Phillips, os reds voltaram a ter uma noite relativamente tranquila na defesa.

    O trio do meio campo abusou de uma mobilidade sem oposição, com Thiago a ter maior liberdade para se aventurar entre linhas. No entanto, não raras vezes vimos Milner e Wijnaldum nesse papel. Beneficiaram, também, de Henderson na retaguarda, que seria um quarto médio no momento de recuperação. Aliás, foi através de um grande passe do capitão que se iniciou a jogada do primeiro golo.

    Na frente, mais do mesmo. E para que não haja confusão, ainda bem que tivemos mais do mesmo. Firmino ofereceu soluções sem fim de costas para a baliza e, por vezes, ainda mais baixo, junto a Milner ou Thiago. Salah e Mané, de fora para dentro, atacaram a profundidade como nos velhos tempos e o resultado espelha-o.

    11 INICIAL E PONTUAÇÕES

    Alisson Becker (7)

    Alexander Arnold (7)

    Joel Matip (6)

    Jordan Henderson (6)

    Andy Robertson (7)

    Georginio Wijnaldum (7)

    Thiago Alcântara (6)

    James Milner (6)

    Mohamed Salah (7)

    Roberto Firmino (6)

    Sadio Mané (8)

    SUBS UTILIZADOS

    Nathaniel Phillips (7)

    Curtis Jones (6)

    Divock Origi (5)

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    Diogo Pires Gonçalves
    Diogo Pires Gonçalveshttp://www.bolanarede.pt
    O Diogo ama futebol. Desde criança que se interessa por este mundo e ouve as clássicas reclamações de mãe: «Até parece que o futebol te alimenta!». Já chegou atrasado a todo o lado mas nunca a um treino. O seu interesse prolonga-se até ao ténis mas é o FC Porto que prende toda a sua atenção. Adepto incondicional, crítico quando necessário mas sempre lado a lado.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.