Num encontro marcado pelo regresso do “Special One” aos bancos da Premier League, o Tottenham deslocou-se ao Estádio Olímpico de Londres e venceu o West Ham, por três bolas a duas.
A partida mal tinha começado e Harry Kane chegou a colocar a bola na baliza, mas o golo foi prontamente anulado pela equipa de arbitragem (3’). Um excelente jogo em perspetiva, dada a necessidade de ambas as equipas vencerem e a entrada forte na partida, com relativa superioridade dos “spurs”, a encostarem desde cedo, o West Ham às cordas.
Até à passagem do minuto 20, em que Son conseguiu fazer Roberto estirar-se para boa defesa, era um jogo sem balizas. Duas equipas ansiosas na hora do último passe. Uma em processo de assimilação de novas ideias (se é que se pode dizer isso, visto que em três dias de trabalho é impossível mudar o que foi feito em cinco anos) e a outra na expectativa, a apostar maioritariamente no contragolpe.
E quem mais para desbloquear a compacta defesa do West Ham? Heung Min Son. O sul coreano aproveitou da melhor forma o passe letal de Dele Alli e rematou sem hipóteses para a baliza de Roberto (36’).
Pouco depois, foi o extremo do lado oposto, a “só” ter de encostar para o dois a zero. Cruzamento de Son, golo de Lucas Moura (43’). Eficácia e eficiência. A sociedade “Son-Alli”, a dar frutos, numa primeira parte, em que o Tottenham dominou, mas sem espetacularidade. Se bem que, o que se pede a José Mourinho nesta fase, não é espetáculo e sim resultados.
No regresso ao relvado, Lucas Moura, isolado, podia ter acabado com o jogo, mas quis oferecer o golo a Son e acabou por desperdiçar uma ótima oportunidade. Já quem não costuma desperdiçar é o capitão. Na jogada seguinte, Harry Kane ganhou na dividida com Diop e cabeceou para o golo (49’). Cinquenta minutos, três bolas a zero.
E com tudo isto, parece que só o que faltava aos spurs era confiança. Confiança e alguém de “cabeça fria” e ideias novas. Até ao final, o Tottenham limitou-se a gerir a vantagem, apostando apenas no contra-ataque e no passe pela certa. Do outro lado, os hammers, não mostraram todo o potencial que têm, aumentando assim a contestação a Manuel Pellegrini.
Ainda assim, Michail Antonio, em esforço conseguiu marcar o primeiro do West Ham (73’). À entrada para o tempo de compensação, Declan Rice introduziu a bola na baliza do Tottenham, mas o VAR anulou o golo à equipa da casa. No último minuto do tempo de descontos, Ogbonna reduziu para três bolas a duas (90+6).
Apesar da vitória, é preciso dar tempo a Mourinho para afinar a estratégia (principalmente defensiva) com os seus novos pupilos. Se há qualidade? Sim. Se será suficiente para conseguir os objetivos e atingir o patamar que os adeptos certamente querem? Não me parece.
O plantel dos spurs, tem algumas necessidades que se fazem sentir a cada jogo. Primeiro, um central experiente, que dê garantias de consistência. Um médio de ligação ao ataque (ainda mais, se Eriksen sair). Na frente, ninguém tira o lugar a Kane, mas na minha opinião, faz falta um substituto para gerir o esforço (que é enorme) do ponta de lança inglês. Basicamente, falta “sangue novo” em todos os setores.
Do lado dos hammers, há que pensar nas diferenças quando se compara o setor ofensivo com o setor defensivo. Um ataque de uma equipa que luta por estar no top 10 da Premier, com uma defesa (guarda-redes inclusive) de qualidade idêntica à das equipas que jogam para a permanência no mais alto escalão do futebol inglês.
Se “ontem” estava tudo mal, hoje está tudo bem. O futebol moderno é isto. Não há tempo para trabalhar, há memória curta e quem decide a continuidade de um técnico são os resultados. Pragmatismo. E quem sabe disso, é o homem de quem já se sentia a falta juntos aos relvados, José Mourinho.
À 13.ª jornada, o Tottenham conseguiu a primeira vitória fora no campeonato esta época e subiu ao quinto lugar, à condição.
ONZES INICIAIS E SUBSTITUIÇÕES
West Ham: Roberto, Cresswell, Ogbonna, Diop (Sanchez, 64’), Fredericks, Rice, Noble, Snodgrass, Anderson (Antonio, 46’), Yarmolenko (Fornals, 56’) e Haller.
Tottenham: Gazzaniga, Davies (Rose, 76’), Sanchez, Alderweireld, Aurier, Dier, Winks, Alli (Eriksen, 79’), Son, Lucas (Sissoko, 83’) e Kane.