O início da temporada fazia adivinhar um AC Milan mais forte, capaz de olhar a tricampeã de Itália nos olhos. E assim foi. A Juventus sem Pirlo e sobretudo sem Vidal não conseguia dominar o meio-campo, e a verdade é que nos primeiros 20 minutos o jogo foi dos rossoneri, que tiveram mais posse e causaram mais perigo. O holandês De Jong e principalmente o ganês Muntari emprestaram muita força física e raça aos duelos no meio-campo, o que causou dificuldades na construção de jogo a Marchisio e Pereyra, reforço de verão proveniente da Udinese. No entanto, após um lance de perigo através de Llorente (32º minuto), a Juventus amedrontou os homens de Inzaghi e isso fez com que os milaneses baixassem as linhas de pressão. A partir daí, e até ao intervalo, a Juventus teve um grande ímpeto atacante e por várias vezes poderia ter chegado ao golo, não fosse o experiente Abiatti. No início da segunda parte o jogo voltou a equilibrar-se, assumiu um ritmo mais lento e voltou maioritariamente a disputar-se no meio-campo.
O AC Milan ressentia-se da ausência de uma referência clara na frente de ataque e da falta de inspiração de jogadores como El Shaarawy ou Keisuke Honda. A Juventus começou a dominar o meio-campo, sobretudo porque Pogba começava a assumir-se progressivamente como o senhor desse território, e aos 71 minutos assistiu Tévez, que com classe desviou para o fundo das redes e fez o único golo da noite no San Siro.
Após o golo, a equipa transalpina recuou as linhas e apostou essencialmente no contra-ataque, causando perigo com alguma frequência. Filippo Inzaghi tentava reagir e colocou em jogo Fernando Torres e Pazzini para os lugares de Poli e Honda, respetivamente. Massimo Allegri, de regresso ao estádio que foi a sua casa no ano passado, fez também entrar Vidal, que regressou aos relvados após lesão, e pouco depois Rômulo, médio brasileiro emprestado pelo Verona. Contudo, o Milan manteve-se incapaz de alterar o resultado, mesmo depois da entrada de Bonaventura, um jogador a acompanhar neste novo AC Milan. O resultado acabou por ser justo, visto que a Juventus teve mais oportunidades de golo e esteve sempre mais perto da vitória, apesar de não ter havido um domínio sobejo por parte de nenhuma equipa.
A Figura
Paul Pogba – o francês fez a assistência para o golo de Tévez, desequilibrou quando pegou na bola, fez bons passes e foi o jogador que mais qualidade demonstrou em campo.
O Fora-de-Jogo
Stephan El Shaarawy – o “faraó de Milão” não mostrou a irreverência, a técnica e a imprevisibilidade que tanto o caracterizam e fazem emocionar os adeptos rossoneri. A sua equipa ressentiu-se muito disso, e por isso merece este destaque negativo.