Desde que saiu do Real Madrid, em 2014, Álvaro Morata ganhou uma nova vida e o seu nome começou a merecer maior atenção no panorama do futebol internacional. Tapado nos “merengues”, o avançado espanhol aceitou o desafio da Juventus e, hoje, é seguro dizer que deu o melhor rumo à sua carreira.
Em Turim, Morata afastou-se da sempre pesada responsabilidade que é representar o Real Madrid, mas, sobretudo, teve mais oportunidades para se afirmar como titular numa equipa, ainda assim, de topo europeu. Ainda muito jovem – neste momento tem apenas 23 anos de idade – tinha necessidade de jogar com regularidade, e Massimiliano Allegri deu-lhe essa oportunidade.
Na sua época de estreia na Juventus, e mesmo com a concorrência de jogadores mais experientes como Alessandro Matri, Fernando Llorente, Sebastian Giovinco ou Carlos Tévez, Morata cumpriu 46 jogos oficiais com a camisola do clube, nos quais marcou 15 golos, onde se incluem dois ao “seu” Real Madrid, na Liga dos Campeões. Em 2015/2016, já foram – até agora – mais 40 jogos e dez golos com a camisola do mais rotulado clube da história do futebol italiano.
Os números de Morata podem não impressionar, pelo menos no que diz respeito aos golos, já que estamos a falar de um avançado, mas, como se costuma dizer, a estatística “vale o que vale”. E a verdade é que, a julgar pelas informações veiculadas no estrangeiro pela comunicação social, até o Real Madrid já quer tê-lo de volta. E com razão, a meu ver.
É que Morata vale muito mais do que o número de bolas que coloca no fundo da baliza. Mesmo sem ser um verdadeiro “matador” de topo mundial, o ponta de lança espanhol é uma das referências ofensivas da Juventus pelo enorme papel que desempenha junto das áreas adversárias.
Normalmente, a Juventus joga num sistema tático que contempla a presença de dois avançados; foi assim na grande maioria das jornadas da Série A desta temporada. O jovem Paulo Dybala, melhor marcador da equipa no campeonato, tem sido o preferido de Allegri, com a segunda vaga do “onze” a ser disputada entre Morata e Mario Mandžukić. Apesar de o croata ter apenas menos um golo no total da época, e em menos jogos, sou de opinião que está a ter um rendimento um pouco mais discreto do que o do seu colega espanhol.
Acredito que Morata, embora não seja o tal goleador nato de que falei anteriormente, consegue oferecer mais qualidade ao jogo da Juventus, não só pelas jogadas de golo que cria para os colegas finalizarem – nesta época já fez oito assistências – como pela velocidade que oferece à equipa em diversos momentos. Inclusive em contra-ataque, como se viu na excelente jogada que construiu em Munique, frente ao Bayern, para a Liga dos Campeões, e que acabou no golo de Juan Cuadrado.
Em suma, e como já disse no título deste artigo e até no decorrer do mesmo, Morata vale muito mais do que os golos que marca. São as suas outras valências que o distinguem dos restantes avançados de topo da Europa, lote restrito do qual o espanhol merece, cada vez mais, fazer parte.
Foto de Capa: Juventus FC