Cristiano tornou-se grande demais para o Real Madrid

    Talvez o Real Madrid, talvez Florentino Perez saibam responder. Quer dizer, não devem saber responder porque são palavras. Talvez se fossem algarismos conseguissem. Embora tente ser alheio a comentar verbas que envolvem transferências, ordenados, prémios, comissões, é inevitável neste caso. Avaliar o atual Bola de Ouro em 100 milhões de euros pode ser considerado racional. Idade, renovação do plantel, e afins. Mas aqui, eu acredito que se trata de um caso especial. Ronaldo não é um jogador qualquer de 33 anos. Continua a um nível “estrela”, é um profissional ímpar, que faz a diferença, que joga 90 minutos a quase totalidade dos jogos, que continua a ser “top”… Bem, sendo o Real um clube altamente gastador, CR7 não precisa de pensar muito para perceber que o projeto madridista já não tem como bandeira o seu número. Sente-se injustiçado, pois sabe do que é capaz de fazer em campo, e percebe que o clube espanhol não corresponde a essa sua capacidade. Sente que está a ser despachado. E está.

    Todo o mediatismo que é consequente das tecnologias que não existiam antes de 2009, concede um grau de exposição brutal. Uma exposição global. Os adeptos da Juventus demonstraram o respeito que Cristiano não contou sempre que precisava no Bernabéu. Aliás, quaisquer adeptos de gema reconhecem o efeito CR7. Como é possível assobiar Ronaldo? Como é possível, no seu estádio, os adeptos da sua equipa, o assobiarem? Como??? Como se sentir cómodo? Superando-se. Assinava exibições monstruosas, marcava uma quantidade de golos abismal por ano e era alvo destas “criancices”? Olha, o que não o mata torna-o melhor jogador.

    Desempenho esse que, acredito, ter sido motivado, em parte, pela existência de um outro jogador no seu patamar. Juntos numa Liga, mas super separados por cada uma da sua legião de fãs. Fãs é o substantivo do fanatismo, que no amplo sentido da palavra fazem questão de denegrir ao máximo o rival do seu ídolo. Felizmente, não são tantos a pensar assim.

    Estando ciente que esta rivalidade a dois é ainda mais efémera que a própria vida, e estando agora, aparentemente, na reta final da mesma, resta saber como será agora. Jogando em Ligas diferentes, pico da carreira a fugir dos seus pés… Ainda bem que, quer um, quer outro, correm bastante.

    A Juve já deu as boas vindas ao craque lusitano
    Fonte: Juventus FC

    Nunca falei com Cristiano Ronaldo, não tenho a certeza do que se passa, mas tenho uma cabecinha para pensar. Tudo o que sabemos provém de instâncias mediáticas, contudo, conhecendo minimamente a forma de ser do nosso capitão, para dizer o que disse após a conquista da Liga dos Campeões à imprensa, leva-me a crer que “rebentou a bolha”. Foi a desagregação de dois gémeos siameses.

    A Juventus pertence a uma Liga, hoje, adormecida. Tem ganho todos os campeonatos, e mais importante, tem garantido presença assídua nas fases mais longínquas da “Champions”, inclusive, foi finalista vencido por duas vezes em três anos. Cristiano Ronaldo quer sentir-se bem, apoiado e realizado. E mais que tudo, ver o seu contributo DEVIDAMENTE reconhecido. Mais tarde, quer dizer que jogou nas três melhores ligas do mundo, e em Itália que outro clube poderia acolher o G.O.A.T.?

    Foto de Capa: UEFA

    Artigo revisto por: Jorge Neves

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    Diogo Fresco
    Diogo Frescohttp://www.bolanarede.pt
    Fã de um futebol que, julga, não voltará a ver, interessa-se por praticamente tudo o que envolve este desporto, dando larga preferência ao que ocorre dentro das quatro linhas. Vibra bastante com a Seleção Portuguesa de Futebol.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.