Real Madrid 2-0 Sevilha: Uma superioridade que encanta

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    Afinal, tudo vai bem na casa Real. Em Cardiff, o Real Madrid fez jus ao título de campeão europeu e levou de vencida o Sevilha, por 2-0, com dois golos de Cristiano Ronaldo, igualando, com a conquista da segunda Supertaça Europeia da sua ilustre história, o rival Barcelona no número de troféus conquistados (78).

    Depois de, na pré-época (devido à prestação envergonhada na Internacional Champions Cup), terem sido lançado dúvidas sobre a força e o poder do actual detentor do título de Rei da Europa para esta época, estas ficaram dissipadas com uma exibição tão repleta de carácter que fez transbordar a confiança e a segurança de que só parecem dispôr as gentes (clubes) da alta sociedade (elite europeia).

    O início desta cimeira entre campeões na Europa não fugiu ao protocolo seguido nestas ocasiões, e ambas as equipas passaram os primeiros minutos do encontro a estudar-se. O Real procurava saber por que lado deveria atacar, sabida a ausência de Moreno (lateral-esquerdo) do onze titular sevilhano, enquanto que o Sevilha procurava saber o que significava a escolha de Casillas para a baliza merengue e testava o entrosamento de um meio-campo contrário composto por três unidades que nunca tinham disputado um único encontro em simultâneo.

    Cristiano Ronaldo, com dois golos, foi o grande destaque da Supertaça Europeia  Fonte: UEFA
    Cristiano Ronaldo, com dois golos, foi o grande destaque da Supertaça Europeia
    Fonte: UEFA

    Terminado o período de reconhecimento,  começou a sobressair o melhor dos campeões. Cada toque de bola, cada drible, cada passe e desmarcação deixava transparecer a segurança do Real Madrid nos seus processos, bem assimilados por todo o onze, inclusivé pelos reforços. Os remates de Bale ilustraram a superioridade dos vencedores da Champions e prepararam as vozes da afición merengue para o golo que se adivinhava – Ronaldo começa a jogada, ela passa por James antes de chegar a Bale, que “devolve” para o português marcar.

    O Sevilha ia mostrando vontade em restabelecer a igualdade no resultado, mas, fora alguns fogachos levados a cabo por um incansável e virtuoso Dennis Suárez (um substituto à altura de Rakitic, sem medo de assumir a batuta de organizador do processo ofensivo e com uma importante contribuição na zona defensiva na equipa), a equipa não conseguiu ter situações de perigo, para além daquelas que o Real lhe ofereceu (foram duas, na primeira parte), com maus alívios e passes defeituosos.

    A segunda parte não trouxe nada de novo. Domínio madrileño por todo o terreno, o Sevilha a tentar organizar-se perante os estragos que se iam fazendo, mas sem tempo para o fazer, pois o segundo golo chegava volvidos quatro minutos.

    Ronaldo bisava. Traduzia em golos a superioridade merengue, era o ponto “chegada” de um caminho maravilhoso trilhado por todo um conjunto de virtuosos, onde ele também estava incluído, e iniciado na amplitude de movimentos de Toni Kroos (“o” exemplo da inteligência num jogador de futebol) e Modric.

    Gareth Bale contribuiu decisivamente para a vitória do Real na sua cidade-natal  Fonte: UEFA
    Gareth Bale contribuiu decisivamente para a vitória do Real Madrid na sua cidade-natal
    Fonte: UEFA

    A envolvência ofensiva do Real continuou a dar cartas, mesmo depois do 2-0. Bale, Benzema e Ronaldo pareciam ter bichos carpinteiros, tal a forma como se iam movimentando a toda a largura do terreno; James lia a “dança” dos companheiros, às vezes acompanhada pela subida dos laterais (Coentrão e Carvajal), e muitas vezes entrava nela, também. Uma dança de futebol ofensivo absolutamente encantadora e que só esbarrava num Sevilha irrepreensívelmente posicionado (apesar de estar a perder por 2-0).

    Nos descontos, os andaluzes, embalados pela honra e pela dignidade, tentaram marcar e estiveram perto de o conseguir fazer, mas não foram capazes de atenuar um resultado que já foi escasso perante a superioridade merengue. A encantadora superioridade merengue.

    A Figura

    Cristiano Ronaldo – banhou-se em confiança antes do começo da temporada. A denunciá-lo, as arrancadas pelo flanco “abaixo”, a forma como partiu para o um-para-um… e os golos. O segundo foi o melhor dos dois. Foi o elemento mais vistoso (talvez pelos golos) da “dança” ofensiva dos merengues.

    O Fora-de-Jogo

    Sérgio Ramos – tem 28 anos, está há nove no Real Madrid e soma 120 internacionalizações. Tem experiência mais do que suficiente para que não lhe seja desculpada a frequência com que se envolve em quezílias sempre que pisa o relvado. Com o Sevilha, voltou a acontecer, num lance com Krychowiak.

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