5 jogadores a acompanhar nesta jornada de seleções

As paragens de seleções são mal-amadas por grande parte dos adeptos, desprovidos das intensas paixões clubísticas e dos fins-de-semana em frente à televisão numa maratona descomplexada pela Europa e o mundo.

Menos intensas ao nível horário, as paragens para as seleções são, ainda assim, um ponto fulcral nas caminhadas rumo às grandes competições, e importantíssimas para enquadrar taticamente cada seleção e vislumbrar jogadores em diferentes papeis, cenários e contextos.

Com o Europeu 2024 cada vez mais próximo, a penúltima dupla jornada de qualificação para a competição trará as primeiras seleções apuradas e, possivelmente as primeiras grandes histórias. E, como qualquer grande história, esta também tem protagonistas.

Esta lista endereça cinco jogadores que se têm assumido como jogadores importantes nas respetivas seleções. Uns já nas luzes do estrelato, outros como coadjuvantes nos clubes que se assumem como figuras de relevo ao som do hino nacional, estes são cinco jogadores que têm sido destaque e que merecem uma atenção particular nos próximos dias.

1.

Bruno Fernandes Portugal
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Bruno Fernandes (Portugal): A viagem pela Europa começa por dentro. A caminhada de Portugal rumo ao Europeu 2024 está tal e qual o Rio Tejo nestes dias. Calmo e em grande risco de seca.

Uma seca que não se traduz propriamente na visão do futebol como espetáculo (um 9-0 tem ingredientes para todos os gostos), mas que se traduz na pouca competitividade que apadrinhou a estreia de Roberto Martínez na seleção portuguesa.

Com um grupo tão acessível, a invencibilidade nos resultados, a inviolabilidade da baliza e o registo tão favorável a nível de golos seria a norma. É importante não reduzir os feitos que o técnico espanhol tem alcançado, mas tão importante é também contextualizá-los. A menos que algo de estranho aconteça, Portugal irá apurar-se e Bruno Fernandes ficará ligado ao bom registo português.

Roberto Martínez fez Bruno Fernandes recuar no terreno. Ofereceu-lhe praticamente o papel de primeiro médio, como lançador com atributos no passe diagonal e com liberdade para cumprir o papel de box-to-box, carregando a bola, quebrando linhas em posse e aproximando-se do último terço. Concentra-se à direita para combinar e permutar com Bernardo Silva e chega à área para rematar. É a par de Bernardo Silva e de Rafael Leão o melhor jogador português da atualidade, mas de longe o com maior influência na seleção.

2.

Stanislav Lobotka também pode brilhar nesta paragem para jogos das seleções
Fonte: Filipe Oliveira/Bola na Rede

Stanislav Lobotka (Eslováquia): Depois de desfilar classe em Braga, ao serviço do SSC Napoli, Lobotka chega ao Porto para ameaçar (mais uma vitória) de Portugal. Por mais despercebido que possa passar, é o melhor jogador da Eslováquia e a principal ameaça que Portugal deverá ter em conta.

Ganhando pontos contra Portugal, a Eslováquia estenderá a passadeira para o regresso ao Campeonato da Europa. A seleção de Lobotka, Skriniar, Bozeník e companhia tem 13 pontos, mais três que o Luxemburgo, e um bom resultado contra Portugal é garantia não oficial de apuramento, a menos que uma hecatombe ocorra.

A Eslováquia conseguiu uma boa réplica diante Portugal na partida em Bratislava. Foi capaz de pressionar alto, de retirar o conforto aos médios portugueses, demasiado distantes entre si, e ameaçou a baliza de Diogo Costa jogando por fora e procurando referências mais diretas. A ineficácia no remate e a menor capacidade física para pressionar a todo o campo permitiram a Portugal somar três pontos suados.

Lobotka não é o jogador mais decisivo a nível de contribuições para o golo nem o que mais se destaca a olho nu pela irreverência ou pela exuberância nas ações. É, ainda assim, o que mais se destaca no trabalho invisível da identificação do melhor espaço para receber a bola, a superar a pressão adversária e a organizar a saída de bola. Joga de cabeça levantada, consegue rodar facilmente para ficar de frente para o jogo e permite à equipa respirar sem bola. É um dos médios de culto no panorama europeu.

3.

Viktor Gyokeres é um dos jogadores do Sporting ao serviço das seleções
Fonte: Carlos Silva / Bola na Rede

Viktor Gyokeres (Suécia): É possível sair de Portugal sem realmente sair de Portugal. Viktor Gyokeres saiu em poucos meses do anonimato e da desconfiança que cataloga jogadores com base no preço para a montra do futebol português.

O avançado sueco não só entregou o seu cartão de visita aos portugueses, como rapidamente se tornou no melhor jogador a atuar em Portugal. A autossuficiência que vai espalhando em Alvalade é a mesma que a Suécia precisa para manter uma réstia de esperança em chegar aos dois primeiros lugares no Grupo F.

A Suécia é terceira com seis pontos, menos sete que Bélgica e Áustria. Está obrigada a vencer a Bélgica e, pode aproveitar o confronto direto entre as duas seleções, para reduzir distâncias, embora o apuramento não passe de uma miragem neste momento.

Ultrapassar a contrariedade da lesão de Alexander Isak, parceiro de Gyokeres na seleção da Suécia e que foi afastado dos convocados devido a problemas físicos, é tarefa árdua, mas o avançado nórdico já comprovou que tem uma característica fundamental: a autossuficiência. Joga como referência para um jogo mais direto, tem capacidade técnica em apoio, ataca a profundidade com facilidade e abre espaços com diagonais sobre o corredor esquerdo. Dá opções ao jogo da sua equipa e acrescenta ainda na finalização. Está feito um jogador feito e preparado para façanhas que se querem solarengas, mesmo na terra dos pores-do-sol diurnos.

4.

Giacomo Raspadori (Itália): Não deixa de ser curioso e ao mesmo tempo revelador da qualidade por tais bandas, o avançado ser o segundo jogador do Napoli nesta lista. Giacomo Raspadori está longe de ser o mais impactante jogador italiano da atualidade, mas é indubitavelmente um dos mais divertidos de ver em campo.

Não é titular absoluto no Napoli nem na seleção italiana, mas tem ganho protagonismo de temporada em temporada. Fixou-se como ponta de lança móvel, mas é de origem um jogador para jogar atrás de uma referência mais fixa, como segundo avançado vagabundo capaz de aproveitar o espaço deixado vazio.

Depois da grande exibição diante da Ucrânia numa partida que a Itália dominou, mas onde foi incapaz de resistir ao susto, as contas de Luciano Spalletti (a seleção assume-se como um desafio que deixa água na boca) são mais fáceis de fazer. Com um jogo em atraso, a Itália é segunda e, vencendo, descola-se das seleções da Ucrânia e da Macedónia do Norte no segundo lugar. Além da Malta, seleção bónus, vai a Inglaterra num dos jogos da jornada.

Giacomo Raspadori pode ter ganho um lugar no onze pela capacidade de jogar no modelo de jogo de Spalletti com quem conviveu em Nápoles no mais belo ano das últimas décadas na cidade. Joga sozinho na frente, mas tem liberdade para se procurar associar e envolver com os colegas. Arrasta marcações, abre espaços e mostra refino técnico nas ações dentro de área. Não é um típico nove, mas oferece muito ao jogo dos outros dez italianos que com ele compartilham o campo.

5.

Antoine Griezmann (França): Para finalizar a lista, o jogador mais underrated da última década. Antoine Griezmann é produto do Olimpo dos deuses de futebol e todo o futebol que tem no corpo é um deleite aos olhos de quem o vê.

Encontrou na seleção francesa um espaço que raramente teve no Club Atlético de Madrid – onde, mesmo assim, sempre foi protagonista – e que foi deixado de parte num FC Barcelona incapaz de aproveitar a sua qualidade. Com a camisola gaulesa tem um raio de ação que o beneficia e, consequentemente, torna o coletivo muito mais harmonioso.

A França é, a par de Portugal, uma seleção que procura um recorde histórico. Nunca nenhuma equipa não sofreu golos numa qualificação para o Europeu. Três e quatro jogos separam as duas seleções e o próximo dos gauleses é a doer, na casa dos Países Baixos.

Antoine Griezmann é a chave de todo o funcionamento coletivo da França. O impacto de Kylian Mbappé e a ameaça que comporta aos adversários em campo aberto tornam-no mais temível, mas a capacidade de se multiplicar em campo permite a Griezmann tomar este estatuto. Funciona como terceiro médio com liberdade praticamente total para aparecer na base da saída, combinar com os colegas e movimentar-se em campo. Procura ter bola, não se esconde e ocupa com sabedoria os espaços deixados vazios. Aparece na área para finalizar e marcar, não golos, mas toda uma geração. Porque no futebol, o cérebro ainda é o melhor remate.

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O Diogo é licenciado em Ciências da Comunicação, está a terminar o mestrado em Jornalismo e tem o coração doutorado pelo futebol. Acredita que nem tudo gira à volta do futebol, mas que o mundo fica muito mais bonito quando a bola começa a girar.

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