Danny e o seu Zenit(e): “Obrigado, lenda!”

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    “Zénite”, em linguagem astronómica, significa o ponto mais alto, o ápice, o auge, entre outras sinonímias. Quiseram, nesta ordem de coisas, os desígnios dos caminhos cruzados do futebol que Danny encontrasse, literalmente, no Zenit o seu zénite.

    Daniel Miguel Alves Gomes nasceu na Venezuela, mais propriamente na capital, Caracas. Muito novo veio para a Madeira e aí começou a dar os primeiros toques e fez toda a formação. Mais tarde, passa pelo Sporting de 2002 a 2005.

    Em 2005, numa altura em que o Dínamo Moscovo fez vários investimentos em Portugal, Danny foi incluído nesse movimento, transferindo-se para o emblema moscovita, onde foi, inclusivamente, premiado como o melhor jogador do clube nesse primeiro ano.

    Daí até 2008, que é a data inicial que nos interessa para este artigo, faz uma viagem de mais de 700 quilómetros até ao noroeste russo, numa transferência com valor a fixar-se nos 30 milhões de euros.

    Se havia pressão para o luso-venezuelano em virtude dos números que o fizeram assinar pelo clube da segunda maior cidade da Rússia, essa foi logo aliviada no primeiro jogo. E que palco! Stade Louis II. Vitória por 2-1 sobre o Manchester United de Ronaldo, a 29 de agosto de 2008. Danny marcou um golo e foi o melhor em campo nessa Supertaça Europeia.

    No sempre necessário parecer da estatística, o internacional português fez 247 jogos e 67 golos pelo, já podemos dizê-lo, “seu” Futebol Clube Zenit.

    Anunciada a decisão de o clube não renovar o contrato de Danny, o jogador agradeceu tudo o que o emblema petersburguês lhe deu; já o clube destacou a perseverança do avançado, que, ao serviço do clube, foi operado três vezes ao joelho direito, como foi o caso da rotura de ligamentos cruzados que sofreu há um ano e que o fez parar nove meses, ficando impossibilitado de participar no Euro 2016.

     

    Danny jogou 9 anos ao serviço do FC Zenit. Fez 247 jogos, marcou 67 golos e ascendeu ao estatuto de “lenda” para o clube e para os adeptos Fonte: Zenit
    Danny jogou nove anos ao serviço do FC Zenit. Fez 247 jogos, marcou 67 golos e ascendeu ao estatuto de “lenda” para o clube e para os adeptos
    Fonte: Zenit

    Em termos dourados, o capitão conquistou a Supertaça Europeia, em 2008, e, domesticamente, a Liga Russa (2010, 2012 e 2015), a Taça (2010 e 2016) e a Supertaça (2011 e 2016).

    No simbolismo numerológico, o número 9 significa completude, o completar de um ciclo. Assim é. Assim foi com Danny.

    Amanhã realizar-se-á, às 15 horas russas, uma homenagem oficial de despedida ao capitão. No sítio oficial, o FC Zenit escreveu “Obrigado, lenda!”, anunciando o evento.

    Depois da despedida cheia de legado do internacional português Tiago, do Atlético de Madrid, no Estádio Vicente Calderón, é agora, semanas depois, a vez de outro português se despedir dos adeptos de um clube no qual ascendeu ao estatuto de lenda. Afinal de contas, os adeptos são a maior família que um futebolista pode conquistar.

    Danny despediu-se da família Zenit e da sua casa, o Estádio Petrovsky.

     Foto de Capa: Instagram de Danny

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    Rúben Tavares
    Rúben Tavareshttp://www.bolanarede.pt
    O futebol foi a primeira paixão da infância, no seu estado mais selvagem e pueril. Paixão desnuda. Hoje não deixou de ser paixão, mas é mais madura, aliada a outras paixões de outras idades: a literatura, as ciências sociais, as ciências humanas.                                                                                                                                                 O Rúben escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.