Freddy Adu? Lembro-me perfeitamente!

    Com apenas 14 anos havia quem o apelidasse de novo Pelé. Freddy Adu veio para o Benfica aos 18, depois de ser capa do FIFA e fazer anúncios para a Nike e a Pepsi.

    Freddy Adu voltou a ser notícia no mundo do futebol, depois de uma entrevista dada ao portal inglês Sport Bible. Aos 33 anos e afastado da competição profissional desde 2018, o norte-americano disse que ainda não se retirou do futebol. 

    Adu recordou também toda a sua carreira, incluindo a passagem pelo Benfica, chegando mesmo a afirmar que no seu primeiro ano “jogava melhor do que Di Maria”.

    Infografia providenciada pelo Site de Apostas Portugal

    De jovem promessa do futebol mundial a treinador de jovens em Maryland

    Freddy Adu nasceu no Gana, mas mudou-se para os Estados Unidos ainda muito jovem, depois da sua mãe ter recebido um dos vistos Green Card atribuídos por sorteio. E não demorou muito para que os seus talentos com a bola fossem notados.

    Começou a dar nas vistas num clube local de Potomac e em pouco tempo ganhou fama em toda a região. Daí à principal liga americana foi um instante. Aos 14 anos, Adu chegou ao D.C. United e tornou-se o jogador mais bem pago da MLS, sendo que apenas uns meses antes tinha fechado um acordo de 1 milhão de dólares com a Nike. Por essa altura gravou também uma publicidade para a Pepsi ao lado de… Pelé. Talvez tenha sido pressão a mais.

    O adolescente Adu estreou-se pelo D.C. United com um estádio cheio só para o ver jogar. Os americanos passaram a prestar mais atenção ao soccer, na esperança de terem ali o Michael Jordan deste desporto, como Phil Knight profetizara – na altura CEO da Nike. Do outro lado do Atlântico os adeptos também começaram a estar atentos a Freddy Adu, principalmente os fãs do simulador Football Manager, um jogo onde Adu era uma estrela e frequentemente se tornava o melhor jogador do mundo com o avançar dos anos.

    Os dois anos passados no D.C. United foram atribulados, acima de tudo por causa da pressão para se tornar um jogador decisivo ainda antes de ter 16 anos. Insatisfeito com a sua situação, Adu mudou-se para o Salt Lake – tendo ainda feito alguns treinos no Manchester United, ao lado de Cristiano Ronaldo. Sir Alex gostou do que viu e garantiu que o gigante inglês ia ficar de olho no miúdo. Mas Adu só poderia vir para a Europa depois de completar 18 anos. 

    E foi precisamente o que aconteceu. O Benfica garantiu o norte-americano por “apenas” 2 milhões de euros. Adu tinha sido um dos melhores jogadores do mundial de sub 20 e as expectativas eram altas. Escusado será dizer que as coisas não correram da melhor forma, e um ano depois Adu estava a rumar para o Mónaco por empréstimo. Na entrevista à Sport Bible, o jogador referiu que esse foi um dos maiores erros da sua carreira: “é uma das coisas que mais me arrependo. Não tinha maturidade suficiente para gerir todas as distrações do Mónaco. Por causa disso, a minha performance em campo sofreu muito”. 

    O Mónaco não quis ativar a cláusula de compra para ficar com o jogador e Adu saltou de empréstimo em empréstimo durante a restante duração do seu contrato com o Benfica – Belenenses, Aris e Rizespor. O entusiasmo com aquele com fora outrora considerado o novo Pelé rapidamente desapareceu. 

    Em 2011 regressou à MLS para jogar no Philadelphia Union, mas também não foi feliz. Ficou por demais óbvio que o talento nunca se chegou a concretizar. Depois disso, Adu andou um par de meses pelo Brasil (Bahia), foi recusado nos Países Baixos (AZ), fez um jogo na Sérvia (FK Jagodina) e viajou para a Finlândia (KuPS) onde só jogou na 3ª divisão pela equipa de reservas. Em 2015 voltou novamente aos Estados Unidos, onde ainda registou alguns jogos pelos Tampa Bay Rowdies e Las Vegas Lights FC.

    Freddy Adu esteve dois anos completamente afastado das competições profissionais. Durante esse tempo treinou jovens jogadores em Maryland, algo que lhe voltou a suscitar a paixão pelo jogo. Em 2020 assinou pelo Osterlen FF, da 3ª divisão sueca. O contrato foi rescindido apenas um mês depois por alegada incapacidade física e mental do jogador para competir. Adu admite ter ficado magoado pela forma como foi tratado na Suécia, alegando que a sua contratação causou desentendimentos entre o treinador da equipa e o grupo de investidores responsável pela sua vinda. 

    Agora com 33 anos, Freddy Adu diz que a sua carreira ainda não acabou e que pode mesmo vir a jogar profissionalmente outra vez. É preciso que alguma equipa lhe abra as portas.

    Num universo alternativo Freddy Adu foi de facto o novo Pelé – talvez no mesmo exato universo em que Ariza Makukula foi Eusébio e Fábio Paim ganhou mais bolas de ouro que Ronaldo. Mas Adu contribuiu e muito para popularizar o futebol nos Estados Unidos da América. E esse mérito ninguém lhe tira.

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