📲 Segue o Bola na Rede nos canais oficiais:

«Se sou o melhor avançado de sempre a jogar em Portugal? Basta olhar para as estatísticas» – Entrevista BnR com Mário Jardel

- Advertisement -

Se voar como Mário Jardel sobre os centrais é tarefa hercúlea, falar com o melhor marcador do nosso campeonato por cinco ocasiões foi um simples regalo. Apenas uma condição imposta pelo único brasileiro com duas Botas de Ouro: ligar-lhe cedo, muito cedo, para que não interrompêssemos a sua rotina de treino matinal. No sofá de sua casa, voltou connosco aos tempos do Vasco e do Grémio, explicou-nos o que falhou nos negócios com o Rangers e com o Benfica, reviveu os muitos golos ao serviço de FC Porto e Sporting CP e mostrou-nos o novo Jardel. Ciente do seu talento, não se escudou em lugares-comuns e revelou ainda alguns episódios desconhecidos da sua carreira. Num exclusivo Bola na Rede, Super Mário como nunca o viu.

– Vasco da Gama, Scolari e Libertadores –

“Coloca o Jardel que ele vai decidir. E eu fui lá e decidi”

Bola na Rede (BnR): A primeira grande viagem da tua carreira foi de Ferroviário para o Rio de Janeiro, onde chegas com 20 anos e a troco de pouco mais de 40 mil reais brasileiros para assinar pelo Vasco da Gama. Recordas-te desse percurso?

Mário Jardel (MJ): É impossível esquecer, não é? Foi uma oportunidade que tive e que agarrei com unhas e dentes. Graças a Deus foi o começo de uma grande carreira.

BnR: Na mesma época, sagras-te campeão de juniores e campeão Mundial Sub-20 na Austrália, ao lado de nomes como Dida e do velho conhecido dos portugueses Argel, atualmente treinador do Ceará, estado de onde és natural. Consegues descrever-nos esse ano?

MJ: Com certeza! O Campeonato de Juniores foi no Rio de Janeiro, pelo Vasco [da Gama]. Comecei a destacar-me e a alternar entre os juniores e os seniores. No meu primeiro jogo pelos seniores, entrei quando faltavam cinco minutos para o fim e marquei o golo da vitória. No Mundial Sub-20, tive de aturar o Argel durante um mês no mesmo quarto e, por mais que não jogasse muito – estava no banco -, consegui fazer parte da conquista de um título muito importante, que culminou na vitória frente ao Gana por 2-1.

BnR: Foste colecionando prémios de melhor marcador em várias competições desse escalão até conquistares o primeiro título enquanto profissional: o Campeonato Carioca. Foi neste momento que percebeste que o negócio era sério ou sempre tiveste essa convicção?

MJ: Sempre tive a perceção de que o futebol era o que queria fazer para o resto da vida. O meu sonho de infância era chegar à seleção brasileira e, com muito trabalho e sacrifício, consegui almejar o meu objetivo.

BnR: No ano seguinte, em 1994, assumes-te como dono e senhor do lugar de ponta-de-lança, levando a equipa carioca à revalidação da Copa e terminas a competição em grande, bisando na final contra o Fluminense e arrecadando o troféu de artilheiro-mor, com 17 golos. Lembras-te desse jogo?

MJ: É inesquecível. Até porque o Dener morreu [de acidente de viação, pouco tempo antes da final] – ele era o titular absoluto – e o Ricardo Rocha chegou para o Jair Pereira e disse: “Coloca o Jardel que ele vai decidir”. E eu fui lá e decidi.

Se voar como Mário Jardel sobre os centrais é tarefa hercúlea, falar com o melhor marcador do nosso campeonato por cinco ocasiões foi um simples regalo.
Fonte: Facebook Mário Jardel

BnR: Os teus golos não passaram despercebidos e, meses depois dessa final, és emprestado ao Grémio, onde Luiz Felipe Scolari concebeu uma equipa a jogar para ti e não correu mal: segunda Libertadores na história do clube de Porto Alegre e mais um troféu de melhor marcador, desta feita com 12 golos.

MJ: Primeiro o “Felipão” formou o seu grupo, jogadores que ele considerava que seriam essenciais, como o Paulo Nunes que não jogava, o Adílson que também não jogava, jogadores que não eram aproveitados. Ele acreditou naquele “time”. Conseguimos ganhar dois Campeonatos Gaúchos e a Libertadores e eu consegui ser o melhor marcador. É nessa altura que o Benfica me faz a primeira proposta, mas o Pinto da Costa foi mais rápido. 

BnR: Mas, segundo sei, estiveste com um pé no Rangers, antes de assinares pelo FC Porto. Porque é que o negócio com o clube escocês não se concretizou?

MJ: A hipótese de ir para o Rangers não aconteceu porque não tinha dupla nacionalidade e ainda tinha jogos pela seleção. Voltei ao Brasil, fiquei mais seis meses no Grémio e recebi uma ligação do meu empresário e do Gilmar Veloz, que me fizeram a proposta de ir para o FC Porto. Em dois dias estava lá. Na mesma altura, o Benfica também contratou o Paulo Nunes e o Paulo Autuori [treinador encarnado à época] queria-me também para refazer a dupla da Libertadores. Por azar do Benfica e por sorte do FC Porto, fui para o Porto. [risos]

Miguel Ferreira de Araújo
Miguel Ferreira de Araújohttp://www.bolanarede.pt
Um conjunto de felizes acasos, qual John Cusack, proporcionaram-lhe conciliar a Comunicação e o Jornalismo. Junte-se-lhes o Desporto e estão reunidas as condições para este licenciado em Estudos Portugueses e mestre em Ciências da Comunicação ser um profissional realizado.                                                                                                                                                 O Miguel escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.

Subscreve!

Artigos Populares

Luís Castro deixa comando técnico do Al Wasl após empate frente ao Al Muharraq de Nandinho

Luís Castro já não é treinador do Al Wasl. O técnico português deixou o clube dos Emirados Árabes Unidos após o empate frente ao Al Muharraq de Nandinho.

Kasper Hjulmand elogia jogador do Bayer Leverkusen e enaltece triunfo com o Benfica: «Foi uma luta e uma vitória muito importante»

Kasper Hjulmand fez a análise do Benfica x Bayer Leverkusen em conferência de imprensa. O técnico dinamarquês elogiou Patrik Schick.

Fredrik Aursnes lamenta derrota do Benfica com o Bayer Leverkusen: «Faltou algo mais ali»

Fredrik Aursnes lamentou o desaire do Benfica em casa frente ao Bayer Leverkusen por 1-0, no quarto jogo da fase de liga da Champions League.

Recordar é Viver | Dirk Kuyt, produto do Utrecht

No Liverpool, Dirk Kuyt não era o virtuoso das fintas curtas, mas o motor que nunca parava. Rafa Benítez viu nele o soldado perfeito

PUB

Mais Artigos Populares

De olhos na invencibilidade europeia | Braga x Genk

Carlos Vicens, técnico do Braga, quer continuar a senda de vitórias na competição e esquecer o resultado obtido com o FC Porto

Leonardo Lelo reage aos elogios de Roberto Martínez: «É sempre um motivo de orgulho»

Leonardo Lelo fez a antevisão do jogo com o Genk para a Europa League. O defesa falou ainda sobre as palavras de Roberto Martínez.

Adidas revela novos equipamentos para o Mundial de 2026

A Adidas apresentou os novos equipamentos de 22 seleções nacionais que patrocina. Estas camisolas serão utilizadas no Mundial 2026 para as seleções que garantirem a qualificação.