Neymar na Arábia Saudita: faz sentido?

E parece que é oficial, Neymar é a nova estrela a caminho do campeonato saudita. Desta feita o Al-Hilal, equipa treinada por Jorge Jesus, adquire a estrela que lhe faltava em relação aos seus adversários diretos.

Uma notícia que para os amantes de futebol é muito triste, pois a expectativa seria um possível retorno ao Barcelona, algo que acabou por não acontecer devido a diversos motivos, mas principalmente por Xavi não querer o astro brasileiro, sendo que a direção do clube catalão aprovou a sua ida.

Sem dúvida a surpresa deste mercado de transferências e que coloca o PSG como o “lado” que saiu a ganhar com esta negociação. Já irei explicar o porquê. Do lado do Neymar esta não era a opção “A” e muito menos a “B” e isso foi visível durante estes meses de mercado de transferência, onde o seu nome foi vinculado a vários clubes europeus e a outros campeonatos periféricos.

Segundo informações que foram sendo expostas, a “vida” de Neymar passou pelo campeonato espanhol, o futebol dos Estados Unidos – a ida de Messi teria influência nesta ideia e a própria qualidade de vida – e o próprio Barcelona na corrida com o brasileiro a fazer um corte drástico no seu salário para se juntar à formação catalã, mas Xavi vetou esta possibilidade. As hipóteses foram poucas para Neymar sair de um clube que não o queria e vice-versa, pois todos sabemos as novelas que existiram durante estes seis anos.

No fim das contas o internacional brasileiro escolheu um contrato curto, de apenas dois anos, onde vai ganhar um salário estratosférico, cerca de 100 milhões de euros por ano, além das várias cláusulas presentes. O que lhe dá a possibilidade de acabar o contrato com 33 anos, a um ano do Mundial e poderá assinar a custo zero por qualquer clube, numa idade que convenhamos, ainda o permite vencer muita coisa, algo que no PSG não aconteceria – Neymar seria obrigado a cumprir o contrato que vigorava até 2027 e estaria num contexto muito pouco saudável.

O que é certo é que o PSG ficou a ganhar e agiu de acordo com os seus interesses o que espelha bastante a relação tóxica que existiu ao longo destes anos entre ambas as partes. Os parisienses queriam receber algum valor monetário na transferência do jogador e sabendo que a primeira prateleira do futebol europeu não estaria interessada em gastar uma quantia tão alta por Neymar – não por não ser a qualidade necessária para o investimento, mas sim por o resultado desportivo, principalmente se olharmos para as várias lesões que tem tido ao longo dos anos.

Sabendo disto, o clube francês agiu de uma forma estratégica para sair por cima nesta luta de egos. Esperou que a janela dos Estados Unidos fechasse, a direção sabia perfeitamente que ninguém na Europa pagava a cláusula do brasileiro e foi assim alinhando as possibilidades para o universo saudita que, como todos sabem, tem dinheiro para investir, além de que, o Al-Hilal é patrocinado pela puma. Fica a clara ideia de que o PSG queria forçar a sua ida para o mercado árabe. E claro que, financeiramente arrecadam 90 milhões de euros, além da verba salarial que gastava com o “10” canarinho que rondava os 40 milhões de euros anuais.

A questão nunca foi financeira, infelizmente, pois a «questão» foi não existir clubes dispostos a investir em Neymar o que diz muito do que foi esta passagem pelo futebol francês, tanto desportivamente como fora de campo. Desta feita e colocados estes cenários “na mesa”, faz sentido esta ida do Neymar para o Al-Hilal.

É triste a carreira de Neymar chegar a um ponto de nenhum clube o querer e ter que ir jogar na Arábia Saudita, mas as decisões são do jogador e se o mesmo se sente realizado quem somos nós para criticar. Contudo podia ter sido muito mais do que foi, historicamente falando, apesar de, na minha opinião, ser um dos melhores jogadores deste século.

Miguel Costa
Miguel Costa
Licenciado em Jornalismo e Comunicação, o Miguel é um apaixonado por desporto, algo que sempre esteve ligado à sua vida. Natural de Santiago do Cacém, o jornalismo desportivo é o seu grande objetivo. Tem sempre uma opinião na “ponta da língua”, nunca esquecendo a verdade desportiva. Escreve com acordo ortográfico.

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