Caro leitor, não se sinta confuso com o título que antecede as primeiras palavras deste artigo no seu corpo textual. É que, ao longo dos próximos parágrafos, vamos, juntos, explorar um dado particular deste mercado de transferências veraneante. Um mercado de mexidas nas balizas, nos homens que detêm as luvas. Referimo-nos às “defesas” enquanto ato de proteção da baliza por parte do guarda-redes e não defesa enquanto setor de uma equipa.
O ‘timing’ deste trabalho é até conveniente um dia após o fim da novela Gianluigi Donnaruma em Milão. O ainda adolescente mas titular guardião do AC Milan renovou o seu contrato até 2021 e viu o seu irmão Antonio, quase uma década mais velho, ser contratado ao Asteras Tripolis, da Grécia…….ah, Antonio também é guarda-redes.
E por falar em novelas, a nível doméstico, que falar, também ontem, da confirmação de André Moreira no Braga? E o caso polémico Makaridze? E Casillas, que, há dias, e após dúvidas especulativas, confirmou a continuidade de dragão ao peito?
Contudo, para não me evadir da brevidade que se pretende deste artigo, enfatizarei, digamo-lo assim, uma amostra de três gigantes europeus no que ao assunto guarda-redes diz respeito para tornar este texto o mais coerente possível.
Ederson Moraes foi a primeira grande transferência do mercado. O mais caro guarda-redes da história do futebol inglês é aposta de Pep Guardiola para a baliza dos ‘citizens’ que, numa segunda época sob o comando do técnico catalão, querem conquistar títulos.
Tal situação deixa o concetualmente preterido Joe Hart ainda mais fora das contas e Claudio Bravo num segundo plano.
Também em Manchester, o ‘United’ de Mourinho já prepara a sucessão de De Gea, falando-se de alguns nomes nas cogitações dos ‘red devils’. Um deles é já carta fora do baralho: Gianluigi Donnaruma. Handanovic, do Inter de Milão, é outro nome em cima da mesa. Mas, curioso, é falar-se de Joe Hart como possível reforço do rival de Manchester. O tal conceptualmente preterido por Guardiola parece ser concetualmente preferido por Mourinho.
E o Manchester United só procura a sucessão de De Gea porque o homem das luvas espanhol, ao que tudo indica, está a caminho do Real Madrid. E o que isto implica? Keylor Navas num patamar secundário……Depois do negócio De Gea ter abortado no último dia do mercado de transferências do verão de 2016, veremos se, desta vez, o namoro dá em casamento.
Como um mosaico de compensações, em plena alta pré-época na grande parte da europa do futebol, as transferências que se vierem a consumar nas balizas da modalidade ludopédica do velho continente, terão necessariamente de dar um novo rosto aos clubes. É que, nas luvas calçadas pelo homem que guarda a baliza, está o mesmo traço do bilhete de identidade coletivo de qualquer outra posição do terreno.
Foto de Capa: AC Milan
artigo revisto por: Ana Ferreira