DE VOLTA AO TOPO
Sábado às 12:30. Enquanto os olhos de muitos portugueses – e ingleses também – demoravam a abrir para saudar o fim-de-semana já se preparava um dos jogos grandes de Inglaterra. O Aston Villa em ascensão desde a chegada de Unai Emery recebeu o Arsenal de Mikel Arteta, sem vencer há quatro jogos (três no campeonato) e a querer retomar o caminho dos triunfos que alimenta o sonho da Premier League.
O Arsenal esteve por duas vezes a perder e aos 90 minutos o placar mostrava um 2-2. Não seria um péssimo resultado se analisado individualmente, mas o contexto tornava-o perigoso. O Arsenal não podia perder mais pontos na luta pelo título. À boleia de Jorginho – assumiu a partida e desequilibrou no passe – o Arsenal cresceu na segunda parte, depois de uma primeira metade em que desiludiu pela permeabilidade defensiva. De forma quase poética, aos 93 minutos o italiano tratou-se de colocar no pé direito todas as esperanças londrinas e de atirar à baliza. A bola bateu na trave, rebateu na cabeça de Emiliano Martínez e entrou na baliza. No último lance da partida e com o guarda-redes argentino na área, esperando um milagre no canto ofensivo do Villa, o Arsenal ainda voltou a marcar. Fica na retina a temporização e o passe de Fábio Vieira, a provar que merece mais minutos em campo (especialmente em jogos em que o Arsenal precise de golos).
O final de jogo dramático pode impulsionar novamente o Arsenal na luta pelo título. A equipa deu mostras de ter estofo para ganhar, retomou o sabor da vitória e a forma como esta foi conquistada deixa no ar um cheirinho a estrelinha. Duros meses se adivinham pela frente, mas os gunners podem continuar a sonhar.