Boca Juniors: Los Xeneizes

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    O Club Atlético Boca Juniors foi formado a 3 de Abril de 1905 por cinco imigrantes italianos de Génova na Plaza Solís, na cidade de Buenos Aires. O clube é também conhecido como Los Xineizes (os genoveses) devido às suas origens.

    O Boca é o clube que mais troféus conquistou na Argentina – com mais de cinquenta títulos oficiais no seu palmarés, é também um dos clubes mais titulados de todo o mundo do futebol. Entre muitos, destacam-se os trinta campeonatos conquistados – vinte e quatro profissionais e seis amadores -, as seis Copas dos Libertadores e as três Taças Intercontinentais. Muito por isto, o clube foi considerado o maior clube sul-americano da primeira década do século XXI (2001-2010) pela IFFHS.

    O Boca conquistou o seu primeiro título profissional em 1931. Até lá, já tinha no seu currículo seis títulos amadores, ganhos entre 1919 e 1930. Os melhores anos do clube tiveram início na década de 60, quando conquistou o campeonato por quatro vezes. Durante a década de 70, conquistou mais três campeonatos a nível interno e venceu os primeiros grandes títulos internacionais: duas Copas Libertadores – a primeira delas em 1977, a segunda no ano seguinte, em 1978. Nos anos 80, mais precisamente na época  1981/1982, o Boca pagou pouco mais de um milhão por um jogador do Argentinos Juniors que dava pelo nome de Diego Armando Maradona. 40 jogos e 28 golos pelo clube fizeram-no conquistar o campeonato dessa época e o admiração de toda uma nação antes de se transferir para o Barcelona. Infelizmente, essa foi a única alegria do clube até 1992, ano em que voltou a erguer um troféu, desta vez o Torneo Apertura.

    Carlos Bianchi no seu regresso ao Boca Fonte: vivelohoy.com
    Carlos Bianchi no seu regresso ao Boca
    Fonte: vivelohoy.com

    Foi quando Carlos Bianchi assumiu o cargo de treinador do Boca, em 1998, que os melhores anos do clube tiveram lugar, tendo o Boca conquistado, sob o comando do El Virrey (o vice-rei), nove títulos em quatro anos. Tudo começou com o Apertura de 1998, quando o Boca foi coroado campeão ao ganhar o torneio sem qualquer derrota, algo inédito na história do clube. Seguiu-se o Clausura de 1999, o que fez com que o Boca conquistasse sucessivamente o Apertura e o Clausura pela primeira vez desde a criação do torneio. Mais impressionante do que isso foi o facto de o clube ficar invencível durante quarenta jogos internamente, record que ainda hoje se mantém e que destronou a marca anterior de trinta e nove jogos sem derrotas do Racing Club durante os anos 60. O ano 2000 é considerado o melhor na história do clube. Além de voltar a conquistar o Clausura, o Boca voltou a erguer, vinte e dois anos depois, a tão cobiçada Copa  Libertadores, derrotando o Palmeiras nas grandes penalidades e vencendo o Real Madrid por 2-1 na Taça Intercontinental, com dois golos do melhor marcador da história do clube, o eterno Martín Palermo (236 golos). Em 2001, novamente nos penáltis, o Boca renovou o título da Libertadores, desta vez batendo o Cruz Azul, do México. Em Dezembro de 2001, após um desentendimento com o presidente do clube, Bianchi demitiu-se, tendo, no entanto, voltado ao comando técnico do clube em Dezembro de 2002. Nesta segunda passagem d’El Virrey pelo Boca, o clube conquistou mais uma vez o Apertura, a Copa Libertadores e a Taça Intercontinental, batendo o Santos de Diego, Robinho, Léo e Paulo Almeida e o Milan de Rui Costa – tudo isto em 2003. Em 2004, depois da derrota na final da Libertadores diante do Once Caldas, que viria a perder a Intercontinental contra o Porto, Bianchi voltou a demitir-se do cargo de treinador do clube.

    Riquelme e Palermo, dois dos maiores nomes da história do clube
    Palermo e Riquelme, dois dos maiores nomes da história do clube
    Fonte: taringa.net

    Depois da saída de Bianchi o clube teve vários treinadores até assentar, em 2005, com Alfio Basile, que voltou a conquistar sucessivamente o Apertura e o Clausura, em 2005 e 2006, pela segunda vez na história do clube. Basile trocou o comando técnico do Boca pela selecção da Argentina após a eliminação da selecção das Pampas aos pés da Alemanha no Mundial de 2006.

    Seguiram-se Ricardo Lavolpe, que se demitiu após terminar o Apertura de 2006 em igualdade pontual com o Estudiantes, tendo perdido 2-1 o jogo de desempate; Miguel Ángel Russo, que conquistou a Copa Libertadores de 2007 – ano que ficou marcado pelo regresso de Riquelme ao clube – mas perdeu a Intercontinental com o Milan; e Carlos Ischia, que terminou o Apertura de 2008 em igualdade pontual com o San Lorenzo e o Tigres, mas desta vez levando o Boca a sair por cima no torneio de desempate. Para gáudio de muitos adeptos do Boca, 2008 foi também o ano em que o eterno rival River Plate desceu de divisão.

    Depois de dois anos para esquecer, chegando o clube a acabar em décimo primeiro no Apertura de 2009, o Boca voltou a encontrar o caminho do sucesso com a conquista do Apertura de 2011, sendo mais uma vez campeão sem perder um único jogo e desta vez concedendo o menor número de golos na história da competição. Infelizmente foi derrotado pelo Corinthians na final da Libertadores – tudo isto sob o comando do Julio César Falcioni, que orientou o clube entre 2010 e 2012.

    Em Dezembro de 2012, Carlos Bianchi voltou ao clube, assumindo o cargo de treinador principal do Boca pela terceira vez, e por lá continua, estando o Boca actualmente em sétimo lugar no Clausura, a quatro pontos do primeiro.

    O clube joga actualmente no estádio Alberto J. Armando, comummente denomidado La Bombonera (a caixa de chocolates) por estar situado no distrito de La Boca, em Buenos Aires. O estádio tem capacidade para quarenta e nove mil adeptos e possui uma excelente acústica graças à sua forma incomum, o que levou a que os adeptos do clube passassem a ser apelidados de “La Doce” (o décimo segundo jogador).

    Maradona na sua primeira passagem pelo clube num jogo contra o Flamengo de Zico Fonte: Revista ALFA
    Maradona na sua primeira passagem pelo clube, num jogo contra o Flamengo de Zico
    Fonte: Revista ALFA

    O maior rival do Boca é o River Plate, clube com o qual disputa o Superclásico, sendo esta considerada uma das maiores rivalidades do mundo do futebol. Nos 338 jogos disputados entre as duas equipas, o Boca leva vantagem, com 126 vitórias contra 107 vitórias do River e 105 empates. Esta é  uma rivalidade de classes, representando o Boca a working classe o River a upper class.

    Aproximadamente, 40% dos argentinos torcem pelo Boca,  o clube mais popular do país, cujos adeptos são auto-intitulados “la mitad más uno”. Um pouco incorrectamente, mas percebe-se a intenção.

    O Boca é conhecido pelas suas excelentes camadas jovens, tendo produzido talentos como Riquelme, Burdisso, Gago, Banega, Tévez ou Gaitán. Além dos jogadores formados no clube, o Boca já foi casa para jogadores  como Maradona, Caniggia, Batistuta, Ibarra, Abbondanzieri, Palacio, Palermo, Samuel, Cordoba ou Schelotto. Destes nomes todos, destaca-se, claro, o grande Diego Armando Maradona, para muitos o melhor jogador de sempre. Mas o melhor jogador da história do clube – o que mais conquistou e o que mais deu ao Boca e aos seus adeptos – é Juan Román Riquelme, simultaneamente o melhor jogador que alguma vez saiu da academia do clube. Riquelme é, neste momento, o décimo melhor marcador de sempre do Boca e o nono jogador com mais presenças pelo clube, tendo conquistado uns fabulosos onze troféus com a camisola do Boca, entre eles cinco campeonatos, três Libertadores e uma Intercontinental.

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    João Folgado
    João Folgadohttp://www.bolanarede.pt
    O João defende que o Porto devia acabar e o Sporting nunca devia ter existido. Carrega, Benfica! Fora de brincadeiras, para além desta paixão cega pelo clube da Luz, venera Mourinho, despreza Villas-Boas e é fã dos Boston Celtics e dos New England Patriots.                                                                                                                                               O João não escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.