A crise do campeão russo

    Dez jogos oficiais, duas vitórias, três empates e cinco derrotas. Eis o corolário de uma fase inicial de temporada a todos os níveis desastrosa da equipa que é a atual campeã do futebol russo – Lokomotiv de Moscovo.

    Ao 11.º lugar do campeonato, a 13 pontos do líder Zenit, soma-se a pesada derrota derrota sofrida na Turquia, na primeira jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões, bem como a perda da supertaça para o CSKA de Moscovo, após prolongamento.

    No comando técnico da equipa, está o lendário treinador russo, Yuriy Semin, de 71 anos, que já ganhou tudo o que havia para ganhar no país dos czares. Ele que, estando há três temporadas seguidas no ‘Loko’, já conta, no global entre carreira de jogador e treinador, com 26 épocas no clube, incluindo mais outra que iniciou, mas em que apenas realizou um jogo.

    Os dois portugueses que compõem o plantel, Manuel Fernandes e Éder, são regularmente utilizados, mas incorporam níveis de preponderância diferentes. O médio foi totalista em nove dos dez jogos e no outro saiu aos 70 minutos – frente ao CSKA, na supertaça. Ou seja, foi sempre titular no miolo dos moscovitas, ele que esteve presente nos 23 eleitos de Fernando Santos neste último mundial que decorreu na ‘sua’ Rússia.

    Os moscovitas averbaram uma pesada derrota no jogo inaugural da Champions, frente ao Galatasaray
    Fonte: Galatasaray SK

    Já o ponta-de-lança tem sido recurso habitual, mas a partir do banco de suplentes. Éder participou em nove jogos, três deles como titular, mas nunca completou os 90 minutos e até agora também ainda não fez o gosto ao pé. É o suplente do internacional russo Fyodor Smolov.

    Nove pontos em oito jogos e dez golos sofridos é manifestamente pobre para o clube que, em 2017/18, conquistou o título mais cobiçado da Rússia pela terceira vez na sua história.

    O calendário é apertado e o Lokomotiv está neste momento numa série de três jogos em apenas oito dias a contar para três diferentes competições: Taça da Rússia, Campeonato e Liga dos Campeões.

    Depois desta dezena de jogos para esquecer, é melhor que os resultados comecem a aparecer, senão nem mesmo o indiscutível Semin se livrará deste mar agitado.

    Três campeões diferentes nos últimos três anos mostram também alguma indefinição atual na hegemonia do futebol russo. O Lokomotiv de Moscovo conquistou o topo, mas parece estar a lidar mal com isso…

    Foto de Capa: FK Lokomotiv de Moscovo

    Artigo revisto por: Jorge Neves

     

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    Rúben Tavares
    Rúben Tavareshttp://www.bolanarede.pt
    O futebol foi a primeira paixão da infância, no seu estado mais selvagem e pueril. Paixão desnuda. Hoje não deixou de ser paixão, mas é mais madura, aliada a outras paixões de outras idades: a literatura, as ciências sociais, as ciências humanas.                                                                                                                                                 O Rúben escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.