O favorito Fenerbahçe SK

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    Na passada sexta-feira, em Nyon, o Sporting de Braga esteve presente no sorteio dos oitavos-de-final da Liga Europa, onde ficou a conhecer o seu próximo adversário nas competições europeias, o Fenerbahçe. Assim, o atual quarto classificado da Liga Zon Sagres, e única equipa portuguesa presente no sorteio, irá defrontar a única equipa turca na competição, o atual líder à condição, liderado pelo português Vítor Pereira.

    Num sorteio em que já se previa que o Braga era das equipas mais desejadas pelos adversários, dado o seu menor favoritismo a continuar na competição, foi a equipa de Istambul a “sorrir”, enaltecendo ainda mais as suas fortes pretensões europeias para esta época, dado que grande parte da sua massa associativa acredita que pode ser desta que o Fenerbahce poderá obter o seu primeiro título europeu.

    Constituída por oito jogadores que já pisaram o solo português, seis pelo FC Porto (Fabiano, Abdoulaye, Bruno Alves, Souza, Raúl Meireles e Diego), um pelo Sporting CP (Nani) e um pelo SL Benfica (Markovic), o conjunto de Istambul sofreu apenas uma derrota nos presentes 32 jogos desta temporada, onde, com um orçamento de 40 milhões, vive uma realidade bem mais diferente do clube português, pois este elevado investimento clarifica bem o grande objetivo que é a conquista do 20.º título turco.

    Na passada segunda-feira, deu-se o jogo do título na Turquia, onde o anterior segundo classificado, Fenerbahçe, recebeu e venceu o Besiktas naquele que é também um dos maiores dérbis do país euro-asiático. Como é sabido em Portugal, Vítor Pereira encara estes jogos com a maior seriedade possível, de tal forma que a equipa da casa entrou a marcar aos três minutos de jogo, com um lance estudado de bola parada e, após um jogo completamente controlado, fixou o resultado final aos 82 minutos pelo português Nani, num jogo em que a equipa de Ricardo Quaresma não soube aproveitar as oportunidades de golo e atestou o velho ditado “quem não marca sofre”.

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    Vítor Pereira volta a mostrar o seu talento
    Fonte: Fenerbahçe SK

    Depois deste jogo, que não deve diferir muito do jogo com o Sporting de Braga em termos de dificuldade, vimos uma equipa experiente com a escola de Vítor Pereira. Um futebol agressivo e direto, em que os médios interiores fixam a subida dos laterais, que são apoio constante na frente de ataque, e em que os extremos, principalmente Alper Potuk, gostam de se exibir livres e soltos, aparecendo constantemente sozinhos em diferentes zonas interiores do terreno. O jogador alvo é o avançado fixo, Van Persie ou Fernandão, e os dois centrais experientes, Bruno Alves e Kjaer, constantemente “queimam” linhas de passe, permitindo que a equipa se encontre constantemente no meio campo adversário e várias vezes nas zonas mais avançadas do terreno.

    Em termos defensivos, o Fenerbahçe apresentou uma defesa subida e, à margem do que já se verificava no Vítor Pereira do Porto, defende em 4-3-3. Com um médio mais ofensivo, Diego, o Fenerbahçe apresentou um 4-2-3-1 em situações de ataque, com Alper e Volkan a desempenharem funções de avançados interiores e a aparecerem sistematicamente no apoio a Van Persie, criando oportunidades de golo na grande área.

    Pontos fortes:

    – Com duas torres defensivas, Van Persie e outros jogadores de elevada estatura, o Fenerbahçe torna-se uma equipa perigosa e a ter em conta em bolas paradas, com vários lances estudados e desmarcações bem interessantes.

    – O futebol direto e com qualidade que a equipa turca apresenta permite que tanto os dois laterais ou o jovem Ozun Tufan apareçam nas costas dos laterais, contando com vários jogadores na área adversária.

    – A criatividade e qualidade de desmarcação de Alper, que parece ser o “mal-amado” de Vítor Pereira, são capazes de decompor qualquer defesa e, caso ele não jogue, a mesma qualidade e entendimento com Van Persie acontece com o português Nani.

    – A elevada estatura e agressividade de Topal, Souza e da restante defesa dominam o jogo aéreo, limitando uma construção mais temporizada e iniciada a partir do meio-campo, como muitas vezes se verifica pelos “guerreiros do Minho”.

    Pontes fracos:

    – Longe vão os tempos em que Bruno Alves era mais rápido que a maioria dos adversários e, a par da restante linha defensiva, torna-se uma equipa de processos defensivos lentos, o que, jogando com linha defensiva alta, possibilita sucessivas oportunidades nas costas da defesa, mesmo ao jeito do futebol praticado pelo Sporting de Braga.

    – Os laterais, principalmente Erkin (diga-se de passagem, ataca bem melhor do que defende), sobem constantemente, e, por vezes, as compensações não são feitas a tempo e pecam pela falta de apoio dos extremos, o que, com contra-ataques rápidos por Rafinha ou Pedro Santos, podem causar o caos na equipa de Istambul.

    – O futebol agressivo praticado pelo Fenerbahçe pode ser um aspeto favorável ao Sporting de Braga, isto porque os jogadores vivem demasiado as emoções e nem sempre a sua experiência na teoria se desenvolve na prática, podendo acabar menos um jogador ou com muitos jogadores amarelados.

    Paulo Fonseca conhece bem o trabalho de Vítor Pereira até porque, para além de o ter defrontado, foi o sucessor do seu trabalho desenvolvido no Futebol Clube do Porto e sabe bem como deve encarar estes jogos. O Fenerbahçe é claramente favorito, mas, como é sabido, o clube português gosta de causar surpresas e penso que vai ser uma eliminatória bastante equilibrada e que a primeira mão deve deixar tudo em aberto para a restante eliminatória.

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    Júnior Barroso
    Júnior Barrosohttp://www.bolanarede.pt
    Depois de 11 anos como federado, a tática, a estrutura, e tudo aquilo que envolve o futebol fizeram com que Júnior visse o futebol de uma maneira diferente. Adepto assíduo da Premier League desde os seus seis anos, acredita ainda que a essência do futebol de rua perdurará sempre em detrimento da tática. Considera-se um estudioso do futebol.                                                                                                                                                 O Júnior escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.