O vírus que retirou campeões da incubadora

    O ano de 2020 fez surgir entre nós um vírus que mudou tudo aquilo que conhecemos de forma radical.

    A nossa vida pessoal e profissional levou uma volta de 120 graus, mas também o desporto sofreu um importante revés. No caso particular do futebol, além da forma como terminou bruscamente o futebol de formação, tivemos campeonatos suspensos, com a época 2020/2021 a iniciar-se com meses de atraso e sem pré-temporada.

    A juntar a tudo isto, a ausência de adeptos nos estádios fez com que o fator casa perdesse preponderância, com algumas equipas a perderem a sua “mística” e força anímica exterior e em contrapartida outros clubes puderam jogar e “trabalhar” sem a pressão de outros tempos.

    Depois de na época passada o Liverpool FC ter vencido, 30 anos depois, o campeonato Inglês, existe claramente um panorama diferente, quando olhamos para os atuais líderes dos principais campeonatos mundiais:

    Portugal – Sporting Clube de Portugal

    Espanha – Club Atlético de Madrid

    Inglaterra – Manchester City FC

    Itália – FC Inter Milano

    Holanda – AFC Ajax

    França – Lille Olympique Sporting Club Métropole

    Alemanha – FC Bayern Munique

    Escócia – Rangers Football Club

    Grécia – Olympiacos FC

    Turquia – Galatasaray SK/Besiktas


    Analisando a lista de campeonatos descritos, cerca de metade encontra-se a ser liderada por equipas que não vencem a competição há vários anos. Em alguns casos, são até clubes que não têm conseguido lutar pelo título até à reta final. Verifica-se também, que mesmo nos campeonatos em que o líder é o “crónico campeão”, como por exemplo o FC Bayern Munique, a diferença em relação ao segundo classificado é de apenas dois pontos, o que faz antever uma disputa renhida até ao fim.

    Se não existem já grandes dúvidas de que vão existir na época 2020/2021 alguns campeões surpreendentes (pelo menos naquilo que eram apostas no início da época), fica a dúvida de perceber se este ano atípico permitirá mudar o paradigma e o ciclo de equipa vitoriosas e respetivos campeonatos, ou se se trata apenas de um ano de exceção, que retomará já na próxima temporada aquele que tem sido o seu curso normal de vencedores.

    Esta época com tudo o que gira à volta do vírus, deixou bem patente a importância e o impacto que uma forte massa associativa pode ter no rendimento das equipas, tanto de um ponto de vista positivo – com a galvanização dos atletas, quer de um ponto de vista negativo – já que há equipas que parecem trabalhar constantemente “sobre brasas”, o que dificulta a criação de uma estabilidade que se revela essencial para o sucesso desportivo.


    Esperemos que tudo retome a normalidade o mais rapidamente possível, porque o futebol não é o mesmo sem adeptos, a falta de receitas asfixia os clubes financeiramente e porque se nota uma certa desmotivação até nos próprios atletas, habituados a grandes ambientes e que de repente se vêm confrontados com cenários dignos de jogos amigáveis de pré-época.

    Venha rapidamente a época 2021/2022, esperemos que já sem máscaras e sem vírus, com muita cerveja e muitos festejos.

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