Vamos todos olhar para o futebol holandês

    Quando pensamos que o verdadeiro futebol está extinto, eis que surgem atitudes como esta. Mais uma vez assistimos a uma atitude louvável no desporto-rei. Desta vez foi na Holanda. A solidariedade é a palavra-chave no que toca a esta notícia. Segundo jornais desportivos holandeses, os três “grandes” da Eredivisie, principal competição nos Países Baixos, pretendem partilhar 10% das receitas da Liga dos Campeões com as restantes 15 equipas do campeonato. Mas porquê, perguntam vocês?

    Como é percetível, o campeonato holandês não é, de todo, o mais competitivo da Europa e do resto do Mundo. Nos últimos 47 anos o país da “Laranja Mecânica” tem sido dominado por AFC Ajax, PSV Eindhoven e Feyenoord Rotterdam. Uma grande discrepância em termos financeiros também contribui para essa tal falta de competitividade no país de Cruijff, Bergkamp, Seedorf, Sneijder, Van Basten, Rijkaard, entre outros tantos craques.

    Para voltar a trazer o futebol holandês para a “ribalta”, estes três clubes, juntamente com a KNVB (Federação Holandesa de Futebol), colocaram em cima da mesa duas propostas. Primeiro, partilham 10% das receitas dos jogos da Liga dos Campeões com as restantes equipas do campeonato. Segundo, pretendem a redução do número de equipas na liga (passarem a ser 16 equipas e não 18) e a criação do sistema de play-offs. Estas duas propostas inserem-se no projeto que está a ser criado, o “Eredivisie 2.0”.

    Fonte: Federação Holandesa de Futebol

    Este projeto pretende revolucionar de forma profunda o futebol holandês, quer em termos práticos, quer em termos logísticos. Ou seja, estas medidas propostas pelos três clubes que mais vezes ganharam o título de campeão, visam o aumento da competitividade do futebol nos Países Baixos, assim como a melhoria das questões relacionadas com as infraestruturas dos clubes, digamos, mais pequenos (como por exemplo, acabar com a existência de relvados sintéticos na primeira liga).

    Posto isto, uma coisa é certa: o futebol ainda está vivo e aquilo que está a acontecer na Holanda é prova viva disso. São este tipo de atitudes e iniciativas que o desporto-rei precisa para não cair no buraco escuro – isto é – se houver mais solidariedade, entreajuda e sobretudo mais alegria no futebol, podemos continuar a vê-lo como um desporto e não como apenas um simples negócio.

    Foto de capa: Federação Holandesa de Futebol

    Artigo revisto por: Jorge Neves

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    Diogo Grácio
    Diogo Gráciohttp://www.bolanarede.pt
    Desde os 6 anos que é um amante de futebol e praticante do mesmo, pelo que o conhece dentro e fora das quatro linhas. Não se considera um louco, mas sim um verdadeiro apaixonado pelo desporto rei e tem como referências desportivas, Cristiano Ronaldo e Roberto Firmino. Está a tirar licenciatura em Jornalismo.                                                                                                                                                 O Diogo escreve ao abrigo do novo Acordo Ortográfico.