CRÓNICA: GIRA O DISCO, MUDA A MÚSICA E PORTUGAL PERDE FINAL
Depois de um primeiro embate na fase de grupos que acabou com uma vitória para os lusos por 5-1, a seleção nacional voltou a encontrar a Itália na quarta final consecutiva da competição com um único objetivo em mente, a reconquista da Europa.
Tendo isso em conta, Joaquim Milheiro fez alinhar os mesmos onze jogadores usados na partida das meias-finais.
A seleção italiana entrou mais forte no encontro e dominou os primeiros minutos de forma imponente, mostrando desde cedo que não queria repetir a pesada derrota sofrida no jogo da fase de grupos.
Depois de vários avisos, a Squadra Azzurra conseguiu mesmo chegar ao golo no minuto 18. Numa jogada de insistência na esquerda, um cruzamento de Hasa finalizado por Kayode junto ao segundo poste sentenciou novamente a seleção das quinas a um início a perder frente aos italianos.
Ao longo da primeira parte, Portugal teve bastantes dificuldades em criar oportunidades, chegar à área adversária e a zonas de finalização face ao domínio adversário.
Já os italianos, iam apostando num jogo físico com Kayode a surgir como a principal figura de destaque com a ajuda dos criativos Vignato e Hasa. A confiança foi aumentando para o lado italiano e a seleção adversária somou sete ocasiões de perigo para a baliza das quinas até ao final da primeira parte.
No segundo tempo, Portugal tentou mudar o rumo do encontro. O selecionador nacional mexeu na equipa visando acabar com o poderio físico dos elementos italianos e efetivamente conseguiu.
Portugal entrou mais forte na segunda metade do encontro e aos poucos foi ameaçando a baliza adversária, chegando cada vez mais perto. Contudo, somavam-se ocasiões e remates perigosos sem um desfecho feliz para a seleção das quinas. A ocasião mais flagrante para Portugal deu-se ao minuto 60. Num cruzamento vindo da esquerda por Gustavo Sá, Martim Fernandes cabeceou ao segundo poste e obrigou Mastrantonio a uma enorme intervenção para negar o golo do empate.
Até ao fim do encontro, Portugal jogou com o pé no acelerador em busca da igualdade, mas a mesma teimou em não surgir e a seleção nacional acabou mesmo por sair derrotada da batalha em Malta.
A seleção italiana que demonstrou em todo o jogo uma defesa intransponível e um ataque eficaz foi premiada com a conquista do título, o seu segundo no torneio, e vingou assim a derrota sofrida na final de 2018, vencida por Portugal.
A FIGURA:
Michael Kayode – O poderio físico do extremo italiano face à defensiva portuguesa fez dele um dos elementos mais perigosos da seleção adversária. Principalmente na primeira parte, Kayode deu sucessivas dores de cabeça aos defesas que o tentavam marcar até chegar efetivamente ao golo. Nos momentos defensivos ao longo da segunda parte, onde Portugal tentava atacar mais, Kayode surgia também como uma defesa e fechava todo o corredor direito com extrema eficácia. O derradeiro elemento decisivo para o conjunto italiano.
O FORA DE JOGO:
Ofensiva Portuguesa – Depois de 14 golos marcados nos quatro jogos anteriores, o ataque português não foi capaz de replicar a mesma receita na final em Malta. Muito graças à defesa italiana também, os jogadores lusos não finalizaram de forma eficaz e não foram capazes de colocar a bola no fundo das redes. Um ataque com Hugo Félix, Rodrigo Ribeiro e Carlos Borges, considerado um dos melhores da competição, estava, hoje, desinspirado. Para a história fica esta final, rica em oportunidades mas pobre em golos.