Portugal 2-0 Chéquia (Sub-17): Sigam para mais um Euro!

A CRÓNICA: PORTUGAL TEM CAMINHADA DE OURO COM MURO DE BETÃO

A Seleção Nacional sub17 precisava apenas de um ponto para assegurar a presença no Europeu 2023. Já a Chéquia sabia que só vencendo não dependeria do resultado da Polónia frente à Eslováquia para se apurar.  

Portugal foi quase sempre a seleção com maior iniciativa de jogo, mas o primeiro remate digno de registo só apareceu por volta do quarto de hora de jogo, na sequência de um canto, num pontapé de bicicleta de Gil Martins que saiu à figura do guarda redes Jesse Joeri Heerkens.

No entanto, foi o lado direito da equipa das Quinas que mais carburou no primeiro tempo. Gonçalo Moreira conseguiu criar várias vezes desequilíbrios pela direita, atirando uma bola à trave da baliza adversária.

Por outro lado, a Chéquia só ameaçou a baliza nacional à passagem da meia hora de jogo. O guarda redes Gonçalo Ribeiro colocou mal a bola em jogo ao fazer um passe diretamente para o avançado Simon Pikolon, mas acabou por corrigir a situação ao fazer bem a mancha. 

O golo acabaria por surgir, aos 37´. Novamente, de bola parada, João Simões bateu do lado direito para a grande área, onde Gonçalo Moreira amorteceu de cabeça para Gonçalo Oliveira fazer o 1-0, numa jogada aparentemente bem trabalhada.

Até ao intervalo, para além do dinamismo de Gonçalo Moreira, houve tempo para mais uma aproximação perigosa da Chéquia, numa nova má abordagem do capitão de Portugal. Desta vez, Gonçalo Ribeiro saiu de forma precipitada, numa bola despejada para dentro de área, porém Pikolon cabeceou por cima.

No segundo tempo, a Chéquia tentou tomar mais iniciativa, mas foi “sol de pouca dura”. A Seleção Nacional conseguiu voltar a mandar no jogo e chegou ao 2-0, aos 55´. Nuno Patrício fez um passe em profundidade para Martim Fernandes que derivou da direita para o centro e atirou já dentro da área checa para o fundo da baliza de Heerkens.

O selecionador avançou para uma tripla substituição, mas as linhas continuavam recuadas e os jogadores preocupavam-se em aproveitar as transições rápidas, sem grande sucesso. A defesa nacional não deu espaço e, principalmente, tempo aos atacantes checos pensarem com a bola nos pés.

Até final, Portugal continuou a controlar e a dominar o jogo. A Chéquia só conseguiu criar uma situação perigosa com o central Gonçalo Oliveira a oferecer o corpo para evitar que a bola entrar

Assim, de forma justa, Portugal ficou em primeiro, no grupo 5, com nove pontos e garantiu o sexto apuramento consecutivo para o Europeu 2023 sub17. Já a Chéquia ficou fora do Euro, devido à goleada da Polónia frente à Eslováquia por 5-0.

A FIGURA

Gonçalo Oliveira – O central português desbloqueou a partida, com um golo, numa jogada bem trabalhada. Para além da relevância nas bolas paradas ofensivas, foi parte importante na coesão defensiva e ainda impediu o golo de honra checo, à beira do final do jogo.

O FORA DE JOGO

Gonçalo Ribeiro – O título até assentaria bem a um dos centrais ou a um dos avançados checos, por exemplo. Contudo, o guarda redes e capitão da seleção acabou no pouco trabalho que teve por revelar dois momentos de grande desatenção, na primeira parte. Trata-se certamente de um dos elementos mais experientes deste grupo, até porque aos 17 anos já se estreou, pela equipa b do Futebol Clube do Porto. Para cumprir o seu potencial, Gonçalo Ribeiro tem de corrigir estas situações porque dificilmente se consegue cobrir os erros de um guarda redes.

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

Portugal 

BnR: Qual é o balanço desta saborosa vitória?

Filipe Ramos: Foi a vitória que nós queríamos. Acho que tivemos qualidade no jogo. Fomos melhor que a Chéquia, em todo o jogo. Houve alguns períodos em que eles nos obrigaram a baixar.

No computo geral do torneio, fomos a melhor equipa. Naturalmente, estamos satisfeitos porque, mais uma vez, vamos lá ao Europeu, como é evidente.

BnR: O facto de não terem sofrido golos, ronda de elite, foi bastante importante?

Filipe Ramos: Sim, nós somos uma equipa que não fazemos muito golos, se analisarmos o nosso percurso. Somos uma equipa defensivamente consistente. 

O grupo de trabalho gosta de correr e de sofrer. Eles merecem mais do que ninguém estarem no Europeu e isso é determinante para os jogos.

BnR: Qual é a importância para estes jovens estarem nestas competições internacionais com atletas de outros países?

Filipe Ramos: É uma experiência fantástica. Eu falo, pela minha experiência quando era miúdo, que tive a sorte e o prazer de estar num Europeu e num Mundial.

São recordações que nunca mais vão esquecer. Vão crescer em contextos de dificuldade contra boas equipas.

Se calhar, agora não dão tanta importante. Mas, daqui a alguns anos, vão olhar para trás e vão ver grandes jogadores com quem eles tiveram o prazer de jogar e vice-versa, como é evidente, em bons contextos como é o caso do Europeu.

Chéquia

BnR: Que conclusões tira da partida?

Petr Havlicek: As cartas antes do jogo diziam que tínhamos de ganhar para irmos ao Campeonato Europeu. Nós preparamo-nos para isso. Nós queríamos ganhar. Mas a qualidade de Portugal foi muito elevada. 

Um pouco antes de sofrermos o primeiro golo, nós tivemos uma grande oportunidade, por volta dos 20´, e não marcámos. Infelizmente, sofremos o golo antes do intervalo. 

Com 0-1 ainda era possível, mas quando Portugal marca o segundo, tornou-se muito difícil para darmos a volta e marcarmos três golos. Foi muito difícil para os nossos jogadores irem à luta. 

Portugal jogou de forma inteligente. Puxou-nos para trás e era muito difícil mudar o resultado.

BnR: A Chéquia apenas realizou três das cinco substituições a que tinha direito. Por que razão?

Petr Havlicek: O plano era conservar algumas linhas dos nossos avançados. Se tivesse 0-0 ou 0-1 para o nosso lado, quereríamos refrescar os avançados. Mas, depois disso, aconteceu o 2-0 e já não havia nada a fazer.

BnR: Esta eliminação é um retrocesso na evolução destes jovens jogadores?

Petr Havlicek: Sim, podemos dizer isso. 

A maneira mais fácil para nos apurarmos seria termos vencido a Polónia. Se os derrotássemos, tínhamos muito mais hipóteses de nos qualificar do que eles, ganhando na mesma à Eslováquia. Nós passaríamos, mas eu não acreditava. 

Nós sofremos um golo contra a Polónia, sem ocasiões de perigo, e acabou 0-1. Este jogo com Portugal seria muito difícil.

BnR: Como está o desenvolvimento do futebol de formação na Chéquia? 

Petr Havlicek: Eu penso que temos bons jogadores. Não passamos nesta ronda de qualificação, mas tenho 100% de certeza que estamos no top 16 das seleções na Europa. Por isso, é de lamentar, porque tínhamos de estar lá no Campeonato da Europa.

De qualquer maneira, penso que temos muito espaço para desenvolvimento e para sermos melhores.

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Pedro Filipe Silva
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