Por mais que chova, esta equipa não mete água | Portugal 2-0 Grécia (Sub-21)

Desta vez, não houve chuva de golos. Mas houve chuva. Houve também golos de Portugal. E houve uma exibição soberba de Vasco Sousa – daquelas que não constam dos vídeos de highlights – e outra de Francisco Conceição – daquelas que dominam os vídeos de highlights. O 4-4-2 losango ficou no bolso de Rui Jorge, que apostou num 4-3-3 com dois extremos do mais irreverente que esta seleção tem a ladear Fábio Silva e com Vasco Sousa no meio-campo, mais recuado, e Paulo Bernardo e João Marques na dianteira deste pequeno grande jogador.

Portugal dominou o jogo de início ao fim, por um grande motivo: foi dono, senhor e senhorio da bola. E daqueles senhorios que puxam a renda bem lá para acima, para valores insuportáveis para a Grécia. Mas, mais do que Portugal ter bola, Portugal “soube” ter bola. Procurou a largura, procurou a profundidade, procurou a verticalidade, procurou os vários setores e os vários corredores, procurou as tabelas, as combinações, mas também o 1×1, sobretudo de Carlos Borges e Francisco Conceição, que dinamitaram a defensiva grega.

Vasco Sousa contra a Noruega.
Fonte: Paulo Ladeira/Bola na Rede

A posse e a basculação que ditaram o sucesso lusitano nesta partida, no entanto, tiveram um nome – Vasco – e um apelido – Sousa. No lugar que no encontro anterior havia sido de Essugo, o jovem deu uma dinâmica com bola muito maior. O jogo passou quase todo, quase sempre pelos seus pés, que nunca faziam a bola chorar, apesar de toda a chuva que caía sobre o D. Afonso Henriques, em Guimarães. Tornou o jogo de Portugal mais fácil e, com isso, Portugal tornou o jogo em si muito mais fácil do que poderia parecer.

Portugal soma e segue, faça sol ou chuva, jogue quem jogar. A presença no Europeu de 2025 é quase uma certeza, a sua conquista… o tempo o dirá.

BnR NA CONFERÊNCIA DE IMPRENSA

BnR: Vasco Sousa hoje ocupou o lugar de Dário Essugo, como médio mais recuado. A capacidade que Portugal teve para, por um lado, ter bola praticamente todo o jogo, não permitindo grandes veleidades à Grécia, e, por outro, para progredir no terreno circulando a bola pelos três corredores, passando esta quase sempre pelos pés de Vasco Sousa, deveu-se muito ao jogo do “7” português? Até porque Portugal, se me permite, defendeu bem o jogo todo, mesmo quando a Grécia passou para um 4-4-2 losango, e não precisou de ter um médio mais tipicamente defensivo como Essugo.

Rui Jorge: No confronto de sistemas, antevíamos que a nossa posição “6” fosse das mais libertas. O Vasco permite uma dinâmica melhor com bola. É um jogador que precisa ainda de soltar aquilo que é a capacidade dele. Por vezes, é mais acanhado do que devia ser, mas é um excelente jogador. O Dário cumpriu no jogo anterior, fez tudo o que lhe pedimos, mas pelas características do jogo achámos que o Vasco podia dar mais à equipa e, de facto, foi assim. A equipa conseguiu fazer um bom jogo, conseguiu procurar a profundidade e também os três corredores.

Outras declarações:

“Foi um muito bom jogo da nossa parte, diante de uma equipa difícil”.

“Demonstrámos a nossa vontade de ganhar o jogo, ganhar cada duelo”.

“Fizemos boas jogadas ofensivas e fomos agressivos defensivamente”.

“Quisemos ter mais largura no jogo. Temos jogadores muito fortes no 1×1 com espaço”.

“Mais do que os golos do Rodrigo Gomes, gosto da qualidade que tem mostrado”.

“A Grécia normalmente dá poucos espaços, mas conseguimos encontrar os nossos extremos”.

Nikolaos Papadopoulos não marcou presença na Conferência de Imprensa.

BnR NA ZONA MISTA

BnR: Portugal tem jogado com dois pontas de lança, nesta partida jogou apenas com um de início, tendo o Henrique sido o preterido, mas acabou com dois. Quão importante é esta capacidade da equipa mudar de sistema e manter a qualidade, tendo jogadores tão jovens, mas que já percebem muito bem o jogo taticamente?

Henrique Araújo: O mister tenta-nos passar essas duas variantes, ter o 4-4-2 losango e ter o 4-3-3 com os extremos mais abertos e acho que nós temos capacidade para jogar das duas maneiras, dependendo do jogo, dependendo também do adversário e das características do mesmo. Hoje, o mister entendeu que o 4-3-3 seria a melhor opção e acho que conseguimos fazer um bom jogo. Fomos melhores do que o adversário, por isso, o principal objetivo foi concluído, são mais três pontos.

BnR: O foco está ainda neste jogo, mas, estando na seleção sub-21, é inevitável não pensar na subida à seleção AA. Estes jogos em que o Renato não está tão focado nas tarefas defensivas e pode expor mais o que é com bola e na saída a jogar podem facilitar a entrada na seleção principal para se assumir como um dos principais centrais de pé esquerdo de Portugal nos próximos anos?

Renato Veiga: Eu faço o meu trabalhinho, agora estou nos sub-21 e estou muito contente pela oportunidade que me foi dada neste estágio e nos estágios passados e é esperar para ver se estou cá no próximo estágio ou não. Agora vou voltar para o clube e continuar a fazer o meu trabalhinho, mas obviamente tenho na cabeça que quero chegar à seleção AA.

BnR: O Paulo Bernardo foi titular nos quatro jogos de qualificação até ao momento e já jogou em 4-4-2 e em 4-3-3, já jogou com Vasco Sousa como médio mais recuado, com Dário Essugo como médio mais recuado, com Mateus Fernandes como médio mais recuado… Individualmente, como é lidar com essas mudanças táticas de jogo para jogo, havendo pouco tempo para treinar, apesar de o grupo já se conhecer bem?

Paulo Bernardo: Nós somos jogadores, é o nosso trabalho, estar o mais preparado possível para o próximo jogo. Temos que nos tentar adaptar ao máximo, também não temos muito tempo para treinar, é verdade. Mas com a qualidade que temos no plantel e com a qualidade dos jogadores que referiu torna-se também um bocadinho mais fácil essa adaptação.

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Márcio Francisco Paiva
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O desporto bem praticado fascina-o, o jornalismo bem feito extasia-o. É apaixonado (ou doente, se quiserem, é quase igual – um apaixonado apenas comete mais loucuras) pelo SL Benfica e por tudo o que envolve o clube: modalidades, futebol de formação, futebol sénior. Por ser fascinado por desporto bem praticado, segue com especial atenção a NBA, a Premier League, os majors de Snooker, os Grand Slams de ténis, o campeonato espanhol de futsal e diversas competições europeias e mundiais de futebol e futsal. Quando está aborrecido, vê qualquer desporto. Quando está mesmo, mesmo aborrecido, pratica desporto. Sozinho. E perde.

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