Portugal 4–0 Chipre: Nem bom vento, nem grande jogo

Cabeçalho Seleção NacionalAntes do apito inicial deste jogo, poderia antever-se a aposta de Fernando Santos na equipa mais forte a iniciar a partida, ou a equipa em que iria apostar contra a Letónia, o próximo jogo a contar para a qualificação para o campeonato do mundo na Rússia, uma vez que o Chipre viria jogar fechado lá atrás devido à enorme diferença de qualidade entre as duas selecções, assim como deverá acontecer com os letões. Outra razão seria o facto de ser importante automatizar rotinas entre jogadores o mais rápido possível.

Após se conhecerem as equipas iniciais percebeu-se que o selecionador português estaria a seguir o raciocínio apresentado, uma vez que escalou uma equipa com poucas segundas linhas, apesar de condicionado pelas ausências de Pepe e Cristiano Ronaldo, que estavam a poucas horas de jogar a final da Champions League. Ressalvo apenas as laterais defensivas, que talvez sejam entregues a Nélson Semedo e Raphael Guerreiro quando for a “doer”.
O jogo começou praticamente com o golo da seleção portuguesa, uma vez que ao minuto 2 já João Moutinho batia livre direto de forma superior, a sancionar uma falta sobre João Mário após arrancada pelo meio-campo. Esta entrada antevia um jogo tranquilo e consistente da equipa das quinas, o que não veio a acontecer.

Os primeiros minutos mostraram uma equipa de Portugal a jogar pouco pelo chão, o que não será a forma preferencial desta equipa, ainda mais quando tem em campo jogadores como João Mário e Bernardo Silva, que podem dar muita qualidade ao jogo apoiado. Mostrou também que o Chipre não veio apenas para defender mas também para tentar jogar, apesar de pressionar pouco e dar alguma liberdade aos jogadores portugueses, que não aproveitavam os espaços para criar lances de perigo.

Os primeiros 25 minutos, em termos de jogadas de perigo, para além do golo, resumiram-se a uma bola lançada para André Silva, que perdeu tempo de remate, e a um canto, que originou um cabeceamento de José Fonte para defesa do guarda-redes cipriota. Pouco para uma seleção com a qualidade individual que a portuguesa apresenta.

Daí até ao final do primeiro tempo, apenas se verificaram mais três lances dignos de registo. Ao minuto 29 Eliseu subiu, ganhou a linha e cruzou para trás, a possibilitar o remate de Bernardo Silva à figura do guarda-redes do Chipre. No minuto 31 foi a vez de subir Cedric e tirar um cruzamento para o cabeceamento de Nani por cima da baliza do Chipre. Ficou, no entanto, o melhor para o minuto 41, com novo livre direto de João Moutinho a resultar em novo golo de Portugal. Era o segundo golo de Portugal e o segundo de João Moutinho no jogo.

O intervalo chegava, e anteviam-se algumas alterações logo para o início da segunda parte, uma vez que estavam a aquecer Gelson Martins, Adrien e William Carvalho. Essas alterações vieram a verificar-se, uma vez que ao intervalo estes três, juntamente com André Gomes, entravam para os lugares de Bernardo Silva, João Mário, João Moutinho e Danilo.

Começava a segunda parte, e o Chipre parecia querer pressionar um pouco mais em cima, mas o meio-campo de Portugal começava já a demonstrar maior qualidade na posse e na saída a jogar, começando aos poucos a empurrar a equipa Cipriota para perto da sua baliza. Aos 59 minutos entrava Pizzi para o lugar de Nani, e pelo adversário Avraam entrava para o lugar de Charalambidis.

O melhor jogo interior da seleção lusa começava a dar frutos e ao minuto 60 surge uma jogada de entendimento entre Adrien e Gelson, com um defesa cipriota a fazer um corte limpo mas arriscado quando Adrien já armava remate potencialmente perigoso. Logo de seguida, ao minuto 62, Gelson iniciou nova jogada de ataque rápido, lançando André Silva, que cruzou, para Pizzi encostar para dentro da baliza.

O meio-campo recuperava bolas mais rapidamente e mais perto da baliza adversária, com maior qualidade no jogo apoiado e nas saídas a jogar. Isto deveu-se à dinâmica que os jogadores que entraram proporcionaram à equipa mas também ao cansaço do adversário e à pressão que, apesar de menor, ainda parecia querer fazer no início da segunda parte.

Fonte: FPF
Fonte: FPF

Ao minuto 66 acontecia a última substituição para Portugal com a entrada de Nélson Semedo para o lugar de Cédric. Ao mesmo tempo, na equipa do Chipre, Ioannou entrava para o lugar de Nektarios Alexandrou. Pouco tempo depois, ao minuto 69, Pizzi virava o jogo para André Gomes, que cruzou com qualidade para o cabeceamento certeiro de André Silva.

A partir do quarto golo, Portugal começou a abrandar o jogo e a tentar controlá-lo com mais posse de bola, esperando as melhores oportunidades para criar lances de perigo, que iam surgindo por lances de envolvimento ou por arrancadas de Gelson Martins, que ia ocupando todas as posições de ataque na direita, na esquerda ou no meio.

A selecção do Chipre teria o seu primeiro lance de perigo ao minuto 85, quando Abraam atirava do meio da rua à baliza de Rui Patrício, fazendo a bola rasar o poste. A terminar o jogo teve ainda três cantos a seu favor, obrigando o guardião português a uma defesa apertada em cima da linha de baliza no último lance do jogo.

Esta segunda parte resume-se assim aos dois golos, com boas jogadas colectivas por parte de uma equipa a jogar apoiado e com qualidade de circulação de bola, complementado-se com as arrancadas de Gelson Martins, que trouxe imprevisibilidade e criou maior instabilidade à defesa do Chipre.
Este jogo mostra também que esta seleção portuguesa tem muito a melhorar, principalmente em termos atacantes: precisamos de ser mais objectivos e incisivos a atacar a baliza adversária. Terá de haver mais jogo exterior com cruzamentos para a área, onde teremos André Silva e Cristiano Ronaldo como excelentes cabeceadores, e os médios terão de insistir em lances de rotura entre linhas e para as costas dos adversários. Qualidade de posse temos; falta o resto.

Nuno Almeida
Nuno Almeidahttp://www.bolanarede.pt
Nascido no seio de uma família adepta de um clube rival, criou ligação ao Sporting através de amigos. Ainda que de um meio rural, onde era muito difícil ver jogos ao vivo do clube de coração, e em tempos de menos pujança futebolística, a vontade de ser Sporting foi crescendo, passando a defender com garras e dentes o Sporting Clube de Portugal.

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