Portugal x Uruguai | Oitavos de final à vista

    Campeonato do Mundo, 2.ª jornada do Grupo H: segunda-feira, 19h, 28 de novembro de 2022

    A ANTEVISÃO: GARANTIR OS OITAVOS E DEIXAR A CALCULADORA FORA DA BAGAGEM

    Portugal defronta esta segunda-feira, dia 28 de novembro o Uruguai numa partida da segunda jornada da fase de grupos do Mundial 2022. A matemática é muito simples de se fazer. Ganhando Portugal passa aos oitavos. Ganhando com um empate entre Gana e Coreia do Sul garante o primeiro lugar.

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    A estreia de Portugal no Mundial, embora positiva, não foi propriamente animadora. É notório o plano de Fernando Santos de concentrar jogadores perto da bola, adotando uma postura menos conservadora do que em torneios passados. A quantidade de jogadores diferenciados com bola no pé nos convocados já o fazia prever e os jogos contra a Nigéria e o Gana comprovaram-no. Ainda assim, e embora à partida, colocar os melhores jogadores num contexto favorável, seja um passo na direção certa, há ainda várias arestas a limar, especialmente em partidas mais exigentes. A posse de Portugal é, muitas vezes algo redundante e não visa um objetivo. Não há propriamente um jogador capaz de fixar a última linha – Ronaldo procura constantemente envolver-se e os laterais, apesar de projetarem e de serem os responsáveis pela ocupação do corredor, não assumem uma altura tão avançada no terreno – o que facilita a organização defensiva adversária. Também não há ainda rotinas disruptivas que permitam a criação de perigo através da posse de bola.

    Há muita capacidade de segurar a bola e de a ter durante largos períodos, mas não se viram movimentos de rutura e de ataque à profundidade capazes de capitalizar o tempo com bola em situações de golo. Portugal continua assim a sentir-se mais confortável quando tem espaço para jogar – Bruno Fernandes é um lançador de excelência – do que quando tem de o criar. Defensivamente, Portugal sofreu à custa de erros coletivos e individuais. Ainda assim, é de destacar que, pela primeira vez desde que Fernando Santos assumiu a seleção, Portugal tem claramente um plano que pretende fazer dos jogadores portugueses protagonistas e que, embora com muitas arestas a limar, parece colocar a seleção portuguesa mais próxima da vitória do que a atitude expectante e demasiado posicional que marcou as últimas grandes competições.

    O Uruguai vive um período de transição, tanto de técnico como de perfil da geração. Óscar Tabarez, lendário técnico dos uruguaios deu lugar a Diego Alonso e a nova geração uruguaia conjuga a raça sul-americana com uma vertente muito mais tecnicista. Ainda assim, é uma seleção que deixa muito mais dúvidas do que certezas. Há ainda um saudosismo ao passado que dá a titularidade a jogadores como Suaréz, Godín ou Cáceres, já longe do melhor nível. Ao mesmo tempo vão emergindo novos talentos, dos consolidados Valverde, Bentancur ou Darwin aos meninos como Pellistri (aposta pessoal de Alonso).

    Há várias opções táticas, mas deverá apostar na continuidade do 4-1-4-1 algo assimétrico. Há esquerda, Olivera (suplente de Mário Rui no Nápoles) é um lateral mais ofensivo, que ocupa o corredor e que permite a Darwin partir da esquerda para, na prática, atuar praticamente como um segundo avançado. À direita as características são praticamente opostas. Cáceres, até pela idade, funciona quase como um terceiro central na saída de bola, uma vez que Pellistri joga encostado a uma faixa, procurando receber a bola para desequilibrar através do drible. No meio-campo, à agressividade, junta-se qualidade técnica no passe e no transporte de bola, muito útil na transição ofensiva.

    Espera-se assim um jogo em que Portugal assuma a iniciativa de forma natural e que tenha mais bola. Ainda assim, pela agressividade imposta pelo Uruguai tanto sem bola (Bentancur e Valverde são incansáveis neste aspeto), como com bola, procurando rapidamente acelerar e chegar à baliza. Portugal apresentou dificuldades no comportamento defensivo – muitas delas proibidas a este nível – e não deixou seguranças. Com jogadores com a explosividade de Darwin (perspetiva-se um duelo interessante com o lateral direito, provavelmente Cancelo) e de Valverde (muito forte na condução, na chegada à área e nas ruturas e infiltrações), Portugal tem de ser muito mais coeso e organizado. Ofensivamente, há limitações individuais uruguaias que podem ser exploradas. Cáceres e Godín, apesar da experiência, têm debilidades físicas, especialmente a nível da velocidade que podem ser exploradas. É outro ponto que releva a importância das desmarcações lusas que ataquem o espaço, especialmente do lado esquerdo português (a presença de Rafael Leão em campo ajudaria).

     

    10 DADOS RÁPIDOS

    1. Registam-se na história 3 encontros entre Portugal e Uruguai.
    2. Os pratos da balança estão perfeitamente equilibrados: uma vitória para cada lado e um empate.
    3. A última vez que as equipas se defrontaram foi no Mundial 2018.
    4. Nesse jogo, a vitória do Uruguai (2-1) significou a eliminação de Portugal.
    5. Ambos os marcadores dos golos poderão estar em campo em 2022: Cavani (bisou) e Pepe.
    6. O Uruguai empatou a primeira partida no grupo: 0 – 0 contra a Coreia do Sul.
    7. Enquanto Portugal não convocou nenhum jogador do Sporting, o Uruguai tem dois leoninos na convocatória: Ugarte e Coates.
    8. Em campo estarão dois desempregados de luxo: Luís Suarez e Cristiano Ronaldo.
    9. Será a segunda partida de Portugal apitada por Alireza Faghani. A primeira foi no jogo que ditou a eliminação de Portugal na Taça das Confederações: empate 0-0 com o Chile (0-3 nas grandes penalidades).
    10. Portugal e Uruguai são rivais também no Mundial 2030 em relação à organização do evento.

     

    JOGADORES A TER EM CONTA

    Portugal Mundial 2022
    Fonte: Paulo Ladeira / Bola na Rede

    Bruno Fernandes (Portugal) – É o principal lançador português. A capacidade de colocar a bola no espaço procurando os colegas é invejável e fez estragos na primeira jornada. Tendencialmente jogará a partir da direita, mas mais importante que a posição de partida é a liberdade que terá para procurar ter bola e lançar os movimentos de rutura. A meia-distância poderá também ser um ponto importante.

     

    Federico Valverde (Uruguai) – Não há neste momento muitos jogadores no mundo tão em forma como o uruguaio. É muito agressivo sem bola, podendo mesmo ser usado como falso extremo/médio ala e possui uma grande capacidade de transporte, queimando linhas em posse. Tem pulmão para correr o jogo todo, capacidade para ganhar duelos e é o nome mais sonante da seleção sul-americana. A capacidade de chegada à área, geralmente o entre central e lateral, tem de ser motivo de especial atenção.

     

    XI’S PROVÁVEIS

    Portugal: Diogo Costa; Raphael Guerreiro, Rúben Dias, Pepe, João Cancelo; Rúben Neves, William Carvalho, Bernardo Silva; João Félix, Cristiano Ronaldo, Bruno Fernandes.

    Selecionador: Fernando Santos

    “Sabendo como se devem reorganizar. Sem quintais. Sem nome e sem número. Não tens de fechar aqui ou ali. Eles sabem que, em posse, é criatividade total.”

     

    Uruguai: Sergio Rochet; Mathías Olivera, José Maria Giménez, Diego Godín, Martín Cáceres; Matías Vecino, Rodrigo Bentancur, Federico Valverde; Darwin Nuñéz, Luís Suaréz, Facundo Pellistri.

    Selecionador: Diego Alonso

    “Temos de modificar algumas coisas, temos de romper mais por dentro ou por fora, ser mais dinâmicos, algo que já fizemos várias vezes no passado.”

     

    PREVISÃO DE RESULTADO: PORTUGAL 2-1 URUGUAI

     

    Antevisão da opinião de Diogo Ribeiro.

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